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Morar - Espaços de Afeto

Habitar significa estar abrigado graças ao amparo do lar. Nesse sentido, destaca-se prioritariamente a função de proteção da casa, onde os espaços felizes são, equivocadamente, substituídos por espaços de posse: espaços imaginados, construídos, possuídos pelo homem e defendidos contra a economia capitalista que reduz a casa à sua mera funcionalidade e à satisfação do instinto de proprietário, negando-lhe a sua dimensão onírica impulsionada pelos sonhos que querem enraizar-se.

A essência do homem é fundamentalmente determinada a partir do habitar. Segundo Bachelard, o homem habita a sua casa antes de habitar o mundo: todo o espaço realmente habitado traz a essência da noção de casa e a casa é o nosso canto no mundo, o nosso primeiro universo, porque, antes de ser lançado ao mundo, o homem é colocado no berço.

Todos temos pleno direito à moradia e ao poder de decisão sobre o local onde queremos viver. Diante do progressivo aumento da expectativa de vida e, consequentemente, da evolução da pirâmide etária do país, atualmente representada por 13% de indivíduos com 60 anos ou mais, há a necessidade de discutir, refletir, planejar e compartilhar ideias que dão relevância aos espaços de habitar. Torna-se, assim, responsabilidade de toda a sociedade a busca de soluções e alternativas para uma situação urgente em nosso meio de convívio.

Hoje em dia, um leque variado de lugares para morar mostra a necessidade de um conhecimento mais aprofundado acerca do assunto. Temos como exemplo de moradia para idosos os albergues, vilas, repúblicas, instituições de longa permanência (ILPIs), condomínios, entre outros.

Neste sentido, o Ciclo Morar - Espaços de Afeto, que acontece no Sesc Santos até junho, tem como escopo a discussão do assunto por meio de atividades com profissionais especializados e do diálogo com os idosos que moram em diferentes tipos de habitação. Encontros, palestras, bate-papos e intervenções artísticas vão abordar as diversas possibilidades de morar na velhice.

Palestras e bate-papos e intervenções artísticas vão abordar as diversas possibilidades de morar na velhice. Os encontros estão sendo transmitidos ao vivo, aqui nesta página. O próximo é no dia 29/6 e discute as adaptações, criatividade e necessidades de moradia para a população que envelhece, com a arquiteta Andréa H. Pfützenreuter.

Assista aos encontros:

Moradia para a população que envelhece - adaptações, criatividade e necessidades foi o tema do encontro com Andréa H. Pfützenreuter

 

 

Mariela Besse aborda a relação das moradias contemporâneas a partir da visão dos idosos.

 

As Formas Coletivas de Habitação na Velhice, com Ana Amélia Camarano. O encontro refletiu sobre as semelhanças, diferenças, pontos positivos e negativos destas formas de morar.


Viviane Mosé abordou a relação entre o lugar e o espaço sob a ótica da filosofia e da poesia, no dia 31 de março. A íntegra do encontro está disponível abaixo: