Tearzine-se: eu no zine, um zine em mim

19/10/2022

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A etimologia da palavra TEAR vem da união de dois elementos: teia e ar. Sua raiz já revela a essência de seus diversos significados que perpassam o sentido de rede, união, criação, conexão. E também não à toa ela já contém todas as letras que formam a palavra ARTE, um de seus anagramas possíveis. 

Tear é a palavra escolhida para nomear o Coletivo de Professores de Arte de São Caetano do Sul, que estará presente no Sesc São Caetano nesta quinta, dia 20/out às 19h, para o evento de lançamento da 2º edição do “Tearzine-se: eu no zine, um zine em mim”, um fanzine produzido pelo grupo que nesta publicação contou com a participação de artistas convidados e educadores do município. 

O fanzine, produzido em versão digital e impressa, foi elaborado pelo Coletivo Tear durante o ano de 2021, em meio à pandemia de COVID-19, por meio da realização de diversos encontros e oficinas virtuais que trabalharam temáticas como a videoarte, a performance, o mapeamento afetivo dos territórios, e também mergulhou em conhecimentos técnicos sobre edição de vídeos, diagramação, elaboração de fanzines, e fotografia.  

O projeto contou com o apoio do Sesc São Caetano, por meio do curso “Tearzine-se: laboratório de criação para educadores-artistas” realizado entre Agosto e Novembro de 2021, e do CECAPE – Centro de Capacitação de Profissionais  da Educação Zilda Arns e da SEEDUC – Secretaria Municipal de Educação de São Caetano do Sul. Um núcleo formado por professores da rede e formadores do Cecape (Aretha Gasparini, Aline Gibin,  Aline Barros de Camargo, Cíntia Bertini Leite e Milene Valentir) foi o responsável por toda a produção, organização, execução e finalização do projeto. 

Da esquerda para a direita: Aretha, Cíntia, Milene, Aline (Lica) e Aline Gibin – integrantes do núcleo organizador do Tearzine.

“O Tearzine recebeu esse nome a partir do Coletivo Tear, é assim que o grupo de professores de Arte da rede municipal se reconhece, desde 2017 quando se encontraram no Cecape a fim de sonhar juntos qual seria o melhor caminho para o ensino de arte na cidade. Desde então, este coletivo vem tecendo caminhos que qualificam a educação, o fazer artístico e o professor-artista entendendo a arte como campo de conhecimento. A partir daí são realizados saraus, mostras, festivais, encontros de estudos, sempre com o foco da experiência estética tanto para estudantes quanto para arte educadores. O tearzine, em sua segunda edição, é mais uma obra tecida a muitas mãos, em gestos de força, resistência e acolhimento coletivo, onde foi possível atravessar um momento bastante tortuoso, tendo um espaço de respiro, leveza e expressão.” – Milene Valentir, professora formadora do Cecape e articuladora do projeto


O formato apresentado foi bastante relacionado ao próprio processo de criação no momento vivido, pois foi criado durante a pandemia através de encontros virtuais. Cada artista educador ocupou uma página com produções que apontavam para a relação “um zine em mim ou eu no zine,” nutridas por registros artísticos ou experiências relacionadas com o micro e o macro em seu cotidiano.  

O fanzine impresso é multimídia, pois tem em suas páginas um código QR que faz um link entre seus conteúdos analógicos e digitais. No caso da versão digital do fanzine as páginas terão links que irão direcionar aos vídeos relacionados a cada página.  

Oficina de Fanzine no Cecape junto aos artistas educadores da rede municipal. 2019

O Tearzine foi uma experiência de encontro e reencontro como artista docente: com as mídias digitais, com outras histórias e fazeres, com uma prática que foi terrivelmente transformada pela pandemia . Terrivelmente porque ela mudou os nossos modos de perceber o mundo e as pessoas na relação com as telas e consequentemente o nosso jeito de sentir, pensar, fazer,ensinar e aprender Arte. Letícia Leonardi  

A produção desta edição significou muito mais do que uma ação coletiva, uma vez que aconteceu ainda em tempos pandêmicos, criando outros sentidos para o grupo, como a produção coletiva, a troca, a coletividade e o fortalecimento dos vínculos em tempos de tantas instabilidades emocionais, relacionais, materiais e políticas. 

“O que mais me toca nesse projeto é a beleza e a força desse coletivo de professores-artistas. Somos um grupo de professores artistas que reconhece na educação pública seu ofício e fazer artístico como um processo indissociável. Isso é bonito demais.  O próprio percurso que o coletivo Tear  trilhou nesse projeto, através das oficinas ministradas por artistas convidados e professores da rede, fortaleceu ainda mais o ‘’fazer” desse  professor – artista dentro e fora da escola. Saio de processo com a sensação de expansão criativa, pertencimento e fortalecimento muito aguçado” –  Aline Barros (Lica), professora de arte e articuladora do projeto. 

Criação da primeira edição do Tearzine em 2019, depois da oficina com a Thina Curtis.

Se com a palavra tear designamos diversos maquinários utilizados para produzir peças de tecido ou mesmo para encadernar livros e fabricar papel, por meio do projeto “Tearzine-se” podemos ampliar este conceito observando que por meio das artes elaboradas pelos participantes cada um teceu à si diversos significados, mas também teceu uma grande rede de troca de conhecimentos, experiências e possibilidades, superando o distanciamento social imposto pela pandemia de Covid-19 naquele fatídico ano de 2021, abrindo uma janela para respirar, inspirar, incentivar, acolher, valorizar, trocar e criar assim novos horizontes de emancipação por meio da arte, como conclui um dos participantes, o professor Sérgio Santos:

“O encontro Tearzine foi capaz de criar enlaces em diferentes níveis, entre o mais relevantes gostaria de destacar:  a integração dos docentes em um projeto criador num período difícil da vida das pessoas e, em particular, para atuação docente; a criação de um conjunto de encontros para respirar e inspirar, mesmo que virtuais, mas não menos afetuosos e sensibilizadores; à disposição para acolher a diversidade de pessoas, de projetos e de visões de mundo e, sobretudo, o fortalecimento do ímpeto de seguir em frente, integrando diversas linguagens, valorizando e validando cada passo, cada desafio superado e toda pessoa que se aconchegava ao projeto. Metodologicamente, a ideia de integrar processos formativos com a participação de artistas convidados, além da valorização dos docentes/artistas da própria rede de Educação de São Caetano através da oportunidade de compartilhar os seus saberes,  foi excelente.  Considero o Tearzine um dos projetos mais relevantes para a troca de experiências e saberes entre as pessoas que vislumbram a Arte como horizonte de emancipação. ” –  Sérgio Santos, professor formador do  CECAPE e participante do projeto.  

E fica aqui o convite para você conhecer um pouco do trabalho realizado pelo Coletivo Tear por meio do canal instagram.com/somoscoletivotear e acessando AQUI a versão digital da segunda edição do “Tearzine-se: eu no zine, um zine em mim”.





Edith_Derdyk_foto_Nellie_Solitrenick_
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E nesta quinta, dia 20/10, às 19h, acontece no Sesc São Caetano o lançamento desta versão digital do “Tearzine-se: eu no zine, um zine em mim”. É a 2º edição do fanzine produzido pelo Coletivo Tear (@somosocoletivotear) , formado por educadores e educadoras artistas da rede municipal de educação de São Caetano do Sul. O debate tem como convidada a artista Edith Derdyk (@edithderdyk) para refletirmos juntos o “ser artista” e “ser professor”.

Edith Derdyk tem realizado exposições coletivas e individuais desde 1981 no Brasil (Museu de Arte Moderna- SP e RJ; Pinacoteca do Estado de São Paulo, Centro Cultural Banco do Brasil-RJ; Museu de Arte de São Paulo, Centro Cultural São Paulo, Instituto Tomie Ohtake, entre outras) e no exterior (México, EUA, Alemanha, Dinamarca, Colômbia, Espanha, Portugal, França, Suécia).

Esperamos vocês por aqui!

O que: Evento de lançamento do “Tearzine-se: eu no zine, um zine em mim”
Quando: 20/10, quinta, das 19h00 às 21h
Onde: Na área de convivência do Sesc São Caetano (Rua Piauí, 554, Santa Paula, São Caetano do Sul)
Como: Grátis – Sem retirada de ingressos



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