A concepção de Samba de Dandara carrega o peso e a inspiração de Dandara, mulher negra, guerreira e referência histórica na luta contra a escravização. A roda enaltece e promove a resistência feminina e negra sob a forma de uma representação musical que passeia por ritmos afro-brasileiros, sobretudo o samba em suas diversas vertentes, além de ijexás, pontos de candomblé e umbanda. Na roda, as artistas conversam sobre ancestralidade e protagonismo feminino, em diálogo com as compositoras Sahra Brandão e Bernadete Tulipa Negra do Samba.

Samba de Dandara
Maíra da Rosa (voz)
Laís Oliveira (cavaco e coro)
Amanda Lima (violão 7 cordas e coro)
Mariana Rhormens (flauta transversal e percussão)
Ana Lia Alves (percussão)
Kamilla Alcântara (percussão)
Jessica Souza (percussão)
Sabrina Silva (percussão)

Sahra Brandão
Nascida em Araraquara, criada no Bixiga dentro da tradição do Vai-Vai, Sahra deu seus primeiros passos com outros meninos e meninas negras no Cordão do Amanhã, com a tia Cleuzi, em 1966. A escola é lugar de aprendizado, e foi no Vai-Vai onde aprendeu a importância de honrar os passos de quem veio antes. Passou por todas as alas da escola, foi inclusive merendeira (aquela/e que empurra as alegorias na avenida), e em 1986 entrou para a Ala de Compositores depois de outras mulheres. Hoje é uma das integrantes e fundadoras da Velha Guarda Musical do Vai-Vai, e faz parte do Projeto Samba de Canto a Canto, uma roda de samba autoral.

Bernadete, a Tulipa Negra do Samba
Cantora, sambista, e está completando 50 anos de carreira no Samba. Foi a primeira mulher a cantar um samba enredo no Anhembi, sendo a fundadora da Escola de Samba Império Lapeano. Intérprete da Unidos do Peruche e, em 2023, recebeu a condecoração de Embaixadora do Samba de São Paulo. Também foi homenageada no Teatro Municipal de São Paulo pelos serviços prestados ao samba.