Costume da era do cinema mudo retoma como nova experiência 
 
 
Assistir a um filme com trilha sonora faz parte de uma nova sensação que envolve, além de adaptações, composições especialmente elaboradas para aquela exibição. Em consequência, o público revive o filme com uma nova emoção. 
 
As sessões musicadas definitivamente caíram no gosto dos apaixonados por cinema. Embora o foco seja o filme, temos como novos parceiros de cenas, músicos e por vezes até maestro! 

Como acontece? 
   
No Sesc Bom Retiro as experiências acontecem no teatro, e abaixo da projeção no palco, os músicos se posicionam com instrumentos, iluminação e por vezes algum cenário discreto, que combine com o filme exibido. Discretamente, próximo aos músicos, um monitor exibe também o filme para acompanhamento das cenas.

Em fevereiro, pelo projeto #segueatrilha foi exibido o filme Sonhos, de Akira Kurosawa | 1911, apresentado por Yume Project. O filme, que apresenta uma série de curtas-metragens interligados pela relação dos seres humanos com a natureza fez com que a melodia se unisse a uma jornada lúdica e surpreendente. O grupo de músicos brasileiros e nipo-descendentes, trouxeram composições autorais para acompanhar o filme.   

A composição musical foi feita especialmente para essa performance por Anselmo Mancini (juntamente com o grupo), a trilha é dirigida e executada ao vivo pelo próprio compositor. O processo de criação musical respeitou a estética proposta por Kurosawa em sua versão original, mantendo-se assim, ora sonoridades particulares do Japão, ora do ocidente. Os diálogos do filme estão presentes em sua forma original.  

Em junho, em celebração ao Dia do Cinema Nacional, o projeto exibiu um dos maiores clássicos do cinema nacional, Central do Brasil, filme de 1998 dirigido por Walter Salles. A exibição foi realizada com trilha sonora ao vivo pela Orquestra de Câmara ALMAI-SP, com participação especial do compositor Antonio Pinto e do maestro Flávio Lago.

No primeiro dia de exibição tivemos a participação de Vinícius de Oliveira (personagem Josué) que além de sua presença, pode bater um papo com o Sesc Bom Retiro sobre cinema nacional.  

Sesc Bom Retiro – Como é vista a evolução do cinema brasileiro do ponto de vista de alguém que começou tão cedo? 
 
Vinícius – A retomada do cinema nacional que se consolidou com o Central (do Brasil) foi excepcional pro nosso cinema. De lá pra cá tivemos um robusto movimento de produção cinematográfica muito potente, mais diversificado e inclusiva. Obras que nos ajudam a reconhecer o nosso país e o momento em que estamos vivendo nele. Isso é muito importante como fortalecimento da nossa cultura no geral, tanto dentro quanto fora do país.

Sesc Bom Retiro – Quais elementos você acredita serem acrescentados na experiência do cinema com música ao vivo? 
 
Vinícius – A arte feita de forma ao vivo, para mim é o que há de mais valioso no contato com o público. O que é compartilhado com o espectador é algo muito genuíno e terno. E quando isso se junta a uma grande obra cinematográfica que por si só já emociona o público desde sempre, o resultado é uma simbiose catártica. É uma experiência única, rica, profunda que pode ser muito transformadora. Ver Central (do Brasil) hoje em dia nesse lugar é emocionante demais. Dá uma alegria e satisfação saber que você contribuiu de forma efetiva para a cultura do país.” 

 
Em julho o filme exibido será Curtindo a Vida Adoidado, com trilha sonora ao vivo executada pelos músicos André Abujamra e Joe Abujamra. O clássico dos filmes de comédia dos anos de 1980 traz o adolescente Ferris Bueller que decide sair da rotina e enganar seus pais fingindo estar doente para poder matar aula na escola. 
 

Curtindo a vida Adoidado com música ao vivo  
Direção de John Hughes, com trilha sonora ao vivo por André Abujamra e Joe Abujamra 
Quarta, às 19h | 24/7  
Ingressos | Classificação: 12 anos 
 
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