Em 2017, tentando resistir à dificuldade financeira da vida de artista, Fábio Osório decide se tornar baiana de acarajé. Fez o seu registro oficial como baiana na ABAM (Associação Nacional das Baianas de Acarajé e Mingau) e montou seu tabuleiro na Praça do Cacau (Goethe Institut Salvador – Bahia). Devidamente trajado, Osório vende o seu acarajé e sua criação artística. Humor, política, espiritualidade, memória, afeto e ancestralidade se cruzam no tabuleiro.

Em Bola de Fogo, Osório, devidamente trajado de baiana, monta o tabuleiro, bate a massa, frita os bolinhos enquanto desenvolve para o público uma narrativa que atravessa os mitos e itãs de matrizes africanas e com passagens autobiográficas. Narra a si próprio e a outras pessoas negras, LGBTQIAPN+, nordestinas e candomblecistas. Por meio da oralidade e do movimento, Fábio Osório Monteiro e Cintia Santos, materializam a “escrevivência” da linguista e escritora mineira Conceição Evaristo.