Fotos: Charles Pereira / Fe Avila
Fotos: Charles Pereira / Fe Avila

Eunucos [Irmãs Brasil] + Repertório N.3 [Wallace Ferreira e Davi Pontes]

Confrontos Coreográficos

24 de Maio

Duração: 180 minutos

18

atividade presencial

Local: Tecnologias e Artes - 4º andar

Ingresso único dá acesso à sessão completam, com dois espetáculos e bate-papo

Fotos: Charles Pereira / Fe Avila
Fotos: Charles Pereira / Fe Avila

O projeto Confrontos Coreográficos apresenta sessões duplas, com intervalo, seguidas de conversas com artistas. Neste primeiro fim de semana, serão apresentadas as performances Eunucos, das Irmãs Brasil, e Repertório N.3, de Wallace Ferreira e Davi Pontes.

Eunucos é uma peça de dança, teatro e performance, um pedaço de mundo criado durante a residência da primeira turma da escola livre de artes da Maré, ELÃ (2019). Eunucos reflete sobre processos de castrações históricas, tecnologias de transição e performances de gênero. Duas existências, dois cavalos selvagens, duas sereias, duas ninfas e duas liliths, negociando vida e desejos, atravessam o tempo e espaço, ativando um ritual de morte e ressurreição.

As corpas passam por micro e macro cirurgias ao vivo, nos acidentes provocados e recebidos por elas. O público não é, nesta peça, um agente passivo, e também se posiciona diante dos conflitos de relação ativados pela obra.

Irmãs Brasil é uma dupla existência de artistas travestis formada por Viní Ventania e Vitória Jovem. O trabalho artístico da dupla coloca em choque as linguagens da dança, do teatro e da performance, com operações de imagens e signos para criar desvios nas tecnologias heteronormativas e coloniais. Buscam criar um estado constante de acidentes, escuta e relações em rituais de preparação da carne que dão acesso ao sobrenatural, e partem da necessidade de escaparem vivas, bem como de presentificar fantasmas e arrebatamentos.

Ficha técnica
Concepção, criação, performance e trilha sonora: Irmãs Brasil
Assistência artística: Andrômeda
Fotografia: Marcos Madi
Hair stylist: Hair Deluxe
Produção: Corpo Rastreado
Filmagem: Cabaça Realiza

Duração: 50 minutos

Repertório N.3 é a última parte de uma trilogia de práticas coreográficas. Esta pesquisa foca em estudos pós-coloniais, de gênero e raça, com uma questão fundamental de como criar uma dança de autodefesa. Ela reúne estudos sobre violência que, por um lado, investem na ideia da dança como treinamento de autodefesa, aplicando aspectos como mimese, representação e estudos de imagens coreografadas por corpos dissidentes, numa tentativa de arquivar ações para elaborar resistência e conjurar formas de permanecer no mundo e, por outro lado, não criar um projeto para generalizar a violência, mas para contrariar a matriz de inteligibilidade que impede as minorias de se tornarem sujeitos com direito à própria vida.

Davi Pontes é artista, coreógrafo e pesquisador. Formado em Artes pela Universidade Federal Fluminense e mestre em Estudos Contemporâneos das Artes pela mesma instituição. Foi premiado com o Prêmio ImPulsTanz 2022 e o Prêmio Artlink 2022. Participou como um dos artistas da 35ª Bienal de São Paulo. Coreografou a obra “Variação” para o Balé da Cidade de São Paulo e atualmente faz parte dos artistas do 38º Panorama da Arte Brasileira no MAM SP.

Wallace Ferreira é coreógrafa, performer e artista visual. Formada pela Escola Livre de Artes da Maré (ELÃ), EAV Parque Lage, bacharel em dança pela UFRJ. Vencedora do Prêmio ImPulsTanz 2022, e residência artística no Instituto Inclusartiz. Movida pelos desafios de tensionar o presente, desde 2018 tem apresentado trabalhos em festivais nacionais e internacionais como a 35ª Bienal de São Paulo, Liste Art Fair Basel (CH), Bienal Sesc de Dança, MITsp, entre outros.

Ficha Técnica
Coreografia, performance: Davi Pontes e Wallace Ferreira.
Distribuição: Something Great.
Coproduções: 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível, Arsenic – Centro de Arte Cênica Contemporânea. Residências artísticas: Festival ImPulsTanz – Festival Internacional de Dança de Viena, Arsenic – Centro de Arte Cênica Contemporânea, Lausanne, tanzhaus nrw, festival Kondenz, La Becque.

Duração: 50 minutos

Confrontos Coreográficos

Em sua primeira edição, o projeto propõe encontros de trabalhos em dança e performance, entre os quais se possam estabelecer diálogos, por meio de fricções conceituais, estéticas e políticas, permitindo ao público assistir a dois trabalhos de artistas/coletivos diferentes em sequência e, em seguida, acompanhar desdobramentos dessa aproximação por meio de bate-papos entre artistas.

O recorte curatorial transversal visa instigar a reflexão crítica e provocar o surgimento de novos contextos para o pensamento das obras e artistas participantes. Por outro lado, os trabalhos selecionados apropriam-se das práticas coreográficas enquanto dispositivos de confronto e autodefesa, desestabilizando fronteiras das linguagens artísticas, e revoltam-se contra a violência instituída que afeta corpos e populações marginalizadas, rejeitando hierarquias sociais historicamente estabelecidas.

Outras apresentações do projeto:

25 e 26 de outubro, sexta e sábado, às 18h: Erupção – o levante ainda não terminou [ColetivA Ocupação] + Refúgio [Núcleo Menos 1 Invisível]

02 e 03 de novembro, sábado, às 18h, e domingo, às 17h: Entrelinhas [Jaqueline Elesbão] + UMA [Ymoirá Micall]

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