Conheça cinco bairros da capital paulista que categorizam suas vias por nomes de frutas, flores, corpos celestes, mulheres e temas natalinos
Por Luna D’Alama
Fotos Adriana Vichi
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Prestes a completar 471 anos, em janeiro de 2025, a cidade de São Paulo tem mais de 48 mil ruas, avenidas, pontes e praças oficiais. Mais de 80% das vias, porém, ostentam nomes de homens que já morreram e foram considerados importantes em suas respectivas áreas. É o que aponta um levantamento feito pelo jornal Folha de S.Paulo em 2019, a partir de dados do Dicionário de Ruas, serviço da Prefeitura da capital paulista, e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Embora os exemplos ainda sejam escassos, a cidade reúne ruas e avenidas batizadas com nomes temáticos, curiosos e, também, de mulheres. Conheça, a seguir, cinco bairros – três na zona Sul e dois na Leste – que concentram denominações curiosas e criativas para seus logradouros. Bom passeio!
É comum “andar com a cabeça na Lua” pelas ruas da Cidade Satélite Santa Bárbara, na zona Leste de São Paulo: vias fazem referência a corpos celestes que habitam o espaço sideral.
Na astronomia, são chamadas de corpos celestes as matérias que se encontram no espaço sideral, como planetas, estrelas, cometas, asteroides, meteoros, meteoritos e satélites. Distante 23 quilômetros da Praça da Sé – e a muitos anos-luz de corpos celestes do Universo – está a Cidade Satélite Santa Bárbara, pertencente à Subprefeitura de São Mateus, na zona Leste de São Paulo. No mapa, o bairro começa após um entroncamento entre as avenidas Sapopemba e Adélia Chohfi. Lá, as ruas e avenidas foram batizadas com nomes de galáxias (Via Láctea, Andrômeda), constelações (Ursa Maior, Ursa Menor, Perseu, Austral e os 12 signos do zodíaco), estrelas (Sol, Sirius, Antares), luas de planetas como Saturno (Rhéa, Titan, Mimas, Tétis, Hipérion), de Marte (Phobus), de Júpiter (Amalthéa) e de Urano (Oberon, Umbriel), entre outros. Algumas vias receberam nomes mais genéricos, como Satélite, Estrelas, Galáxia e Nebulosas.
Em Parelheiros, no extremo sul paulistano, onde fica o Jardim Papai Noel. O bairro está localizado a cerca de 40 quilômetros do Centro da cidade, em uma área quase rural. Entre os logradouros que fazem menção à data do nascimento de Jesus Cristo estão as ruas Natal, Belém e Vinte e Cinco de Dezembro. No fim de 2021, a revista piauí publicou uma reportagem intitulada “Um Natal de fome no Jardim Papai Noel”, destacando que, numa época em que muitas pessoas montam ceias fartas e trocam presentes, os moradores mais pobres dessa região periférica muitas vezes não têm o que comer, numa triste contradição com o próprio nome do bairro.
Além de abrigar ruas batizadas com nomes de aves (gaivota, curió e uirapuru) e regiões serranas brasileiras (Serra Vermelha, das Pinturas, do Recreio, da Cachoeira e dos Milagres), o Jardim Nova Vitória I, pertencente à Subprefeitura de São Mateus, na zona Leste da cidade, reúne uma série de vias que homenageiam mulheres cujos nomes começam com a letra “v”. Valéria, Valkíria, Vânia, Valdirene, Valentina, Valdete, Vanessa, Vanusa, Vanderléia, Veruska, Viviane, Violeta, Vitória. E a lista continua: Valda, Vanadia, Valdelice, Viena, Vilza etc. Fica difícil saber se mulheres com todos esses nomes já viveram no bairro. Mas certamente, há moradoras com a letra “v” por lá atualmente.
Entre as represas Billings e Guarapiranga, na zona Sul de São Paulo, nasceu em 1988 o bairro Vila Natal, a partir de uma fazenda loteada cujas propriedades começaram a ser vendidas num mês de dezembro – daí a referência a esse período do ano. Mas, em vez de terem nomes relacionados ao Papai Noel e a outras inspirações natalinas, as ruas do bairro fazem menção a frutas – a maioria, tropicais. Laranja, banana, maracujá, mamão, abacaxi, goiaba, carambola, morango, tangerina (e sua variação mexerica), ameixa e até a não tão conhecida abricó. Todas as vias ganharam também o “sobrenome” Natal. Então, chamam-se: Laranja Natal, Banana Natal, e assim por diante. A Vila Natal é um bairro do distrito do Grajaú, pertencente à Subprefeitura da Capela do Socorro, e concentra mais de 40 mil habitantes.
Integrante do distrito da Saúde, na zona Sul de São Paulo, o bairro de Mirandópolis é uma região bem residencial, tranquila e arborizada, envolta de praças. A natureza está presente também nos nomes das ruas, inspiradas em palavras indígenas e em flores. Rosas, violetas, orquídeas, jasmins, camélias, azaléas e narcisos são as mais populares. Mas o espaço nos convida a despertar o botânico que há em nós para conhecer também tílias, bogaris, heliotrópios, entre outros exemplares. Próximo à Vila Mariana, à Vila Clementino e ao Planalto Paulista, Mirandópolis também fica a apenas três quilômetros de distância do Parque Ibirapuera.
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