Apresentação

18/06/2018

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Aos Leitores, por Danilo Santos de Miranda

Eu sou apenas uma, mas ainda sou uma. Não posso fazer tudo, mas
ainda posso fazer algo; e, não é porque não posso fazer tudo, que me recusarei
a fazer algo que posso fazer. (Helen Keller, 1880 – 1968)
Foi então que busquei uma passagem secreta nesse beco sem saída que é
tornar-se ou nascer com deficiência no Brasil. E essa passagem secreta chama-se Arte”.

(Billy Saga, 1977 -)

No campo cultural, nos debates, nos cursos e nas rodas de conversa sobre
o tema da inclusão das pessoas com deficiências, nos processos de criação
e elaboração de projetos que envolvam direta ou indiretamente esse
segmento, é recorrente a expectativa por um cenário no qual necessidades
mais prementes já estejam superadas, um tempo no qual ações inclusivas
encontrem-se interiorizadas.

Essa utopia vislumbra um futuro no qual o convívio social se apoie em
experiências de diálogos constantes sobre as diferenças e conflitos humanos,
onde são garantidas oportunidades equânimes, e em relações tecidas
por laços de respeito e solidariedade.

Na construção desse processo, entende-se a cidadania pelas especificidades,
não mais para estas pessoas, mas para todos, abrindo-se para as
mais diversas perspectivas de ver e viver o mundo, concebendo de forma
ampla e irrestrita a condição humana.

Antes, era comum abordar a questão em termos de ausências, de obstáculos,
de dificuldades. As transformações positivas resultantes das conquistas
sociais possibilitaram abranger novos aspectos sobre a condição
da deficiência, para além do campo técnico e médico.

Ampliaram-se, assim, os repertórios, com a constituição de marcos
teóricos e ações pela participação plena que trouxeram novos referenciais e
práticas relacionadas às pessoas com deficiência, e transformaram a maneira como
se passou a fazer e a pensar tais questões no campo cultural.

Nesse sentido, o desenho universal faz parte de uma alteração conceitual
que se une a uma série de outras, expressando aspirações por mudanças sociais
assentadas em pontos de vista que contemplam uma grande pluralidade
de percepções. Liberadas as diferenças, afloraram no cenário contemporâneo
novas imaginações e formas de viver coletivamente nos espaços urbanos.

A acessibilidade não é um conceito exclusivo da experiência e da luta
por direitos das pessoas com deficiência. A própria noção de deficiência é
abrangente e fluida – no Brasil, 45 milhões de pessoas possuem algum
tipo de deficiência, faixa significativa da população –, alcançando múltiplas
dimensões da vida pública e privada (…)

Baixe o PDF para ler o artigo na íntegra.

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