A oficina propõe o reencontro entre as mãos humanas e a argila hidratada (lama) como meio disparador da potencialidade criativa. Na ancestralidade, a terra molhada foi a primeira materialidade que convocou a imaginação criadora, conduziu o gesto na direção da comunicação. Esta dinâmica tem por objetivo reviver e atualizar esta experiência.

Os participantes serão convidados a experimentar com a argila em estado de absoluta hidratação: a lama. Com ela não estruturamos formas, mas podemos desenhar enquanto experimentamos o contentamento do mergulho das mãos na lama, acordando percepções sutis e reativando a ancestralidade expressiva. É quase imediata a sincronia entre a percepção e a expressão. Gestos ficam marcados na massa ao abrirmos linhas. A proposta é finalizada na impressão das imagens criadas em tecidos de algodão.

Sirlene Giannotti é pesquisadora, ceramista e narradora de histórias. Doutora em Cultura e Educação pela USP (2023) com pesquisa sobre o percurso de Maria Lira Marques e Mestre em Educação pela mesma universidade (2008), com pesquisa sobre a Infância em ateliê de cerâmica. É antropóloga, arte-educadora e narradora de histórias da tradição oral. Atua em cursos de formação e capacitação de educadores na área de arte-educação desde 1997. Atua em seu próprio espaço, o Tapir ateliê, onde desde 2010 orienta cursos de arte cerâmica e narração de histórias, recebendo estudantes, educadores, artistas e público, em oficinas e workshops, onde também desenvolve seu próprio trabalho expressivo, tendo participado de exposições coletivas, individuais e em diferentes salões de arte no Brasil.