*Por André Gravatá
“O mar em nós” é feito de encontros, de vozes que se escutam e se misturam.
A primeira edição do festival “O mar em nós” aconteceu de 12 a 14 de abril de 2024, no Sesc Bertioga, aberto ao público, com ondas e ondas de encontros, reunindo comunidades do litoral paulista em diversas rodas de conversa, oficinas, vivências, apresentações artísticas, entre outras propostas para fortalecer os saberes caiçaras e dialogar sobre suas urgências. Diversos temas foram abordados, como a cultura oceânica, o Turismo de Base Comunitária (TBC), a pesca que respeita a biodiversidade, os desafios das comunidades devido à especulação imobiliária e o turismo predatório, a importância da educação caiçara e a emergência climática.
Fruto desses encontros e da criação de André Gravatá e Serena Labate, nasce o livreto “Quando a Poesia encontra o Mar”. Para além de uma maneira de relembrar o que aconteceu, fazer um balanço do que reverberou a partir das confluências que se deram nesses dias, é uma homenagem às pessoas e comunidades que estiveram no festival “O Mar em Nós”, um convite para que outras pessoas conheçam mais sobre a cultura caiçara (em confluência!) e um rico material de mediação para educadores e artivistas sigam sonhando outros encontros que aproximem ainda mais as comunidades caiçaras.
Convidamos você a ler estas palavras em voz alta: elas são como águas, têm movimento, por isso o encontro delas com sua voz pode ser um gesto que as acorde. Mesmo que você não tenha ido ao festival, mergulhar neste material é uma maneira de sentir as reverberações do que aconteceu por lá. A palavra “confluência” se repete ao longo das páginas. Aprendemos essa “palavra germinadora” com o mestre quilombola Antônio Bispo dos Santos, que partiu no final de 2023 – e sua sabedoria segue vivíssima. Ele dizia o seguinte: “Não tenho dúvida de que a confluência é a energia que está nos movendo para o compartilhamento, para o reconhecimento, para o respeito. Um rio não deixa de ser um rio porque conflui com outro rio, ao contrário, ele passa a ser ele mesmo e outros rios, ele se fortalece”. O mar em nós é fruto de muitas confluências e por isso essa palavra é tão estimada aqui na nossa conversa.
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