CARNAVALIZAR | Dicas de cinco blocos da cidade de São Paulo para curtir o Carnaval

30/01/2024

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De 3 a 18 de fevereiro, ruas da capital paulista se enchem de animação, fantasias criativas e uma multidão de foliões embalados cortejos, BATERIAS, trios elétricos e bandas

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Por Luna D’Alama

Prepare os paetês, confetes e serpentinas, que o Carnaval 2024 chegou! Ao longo de três finais de semana, entre os dias 3 e 18 de fevereiro, a cidade de São Paulo abre espaço para a passagem de 579 blocos de rua, que farão 637 desfiles oficiais em todas as regiões da capital. Gratuito, descentralizado e sem cobrança de taxas ou abadás, o Carnaval de rua de São Paulo espera reunir, segundo a Prefeitura, cerca de 15 milhões de pessoas em pelo menos oito dias de festa. A seguir, confira a indicação de cinco blocos que farão você se animar a vestir uma fantasia, fazer uma maquiagem colorida e ir para a rua. Caia na folia!

NO COMPASSO DA LITERATURA

Criado em 2006, em homenagem aos 70 anos da Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato, o Bloco das Emílias e Viscondes (foto de abre desta reportagem, crédito Leon Rodrigues/Secom) tem como cenário o Sítio do Picapau Amarelo e todo o universo ficcional do escritor de Taubaté (SP), nascido em 1882 e falecido em 1948. O público é majoritariamente infantil e familiar, e as crianças se fantasiam de personagens como Emília, Visconde de Sabugosa, Marquês de Rabicó e Cuca, entre outros. Segundo os organizadores, a missão do bloco é resgatar as tradições dos festejos de rua e celebrar a literatura e as marchinhas carnavalescas, tendo os pequenos como protagonistas. Este ano, o Emílias e Viscondes homenageia a cultura popular com o tema Viva o bumba meu boi! O público pode participar dos ensaios da bateria nos dias 1º, 6, 7, 8 e 9/2, das 15h às 17h, na sede da biblioteca (Rua General Jardim, 485).

Bloco das Emílias e Viscondes

Dia 10/2, sábado, às 13h. Concentração a partir do meio-dia e dispersão até as 17h, ambas na rua Major Sertório (paralela à rua General Jardim), Vila Buarque, São Paulo (SP). Desfile pelas ruas Dr. Cesário Mota Junior, General Jardim e Dr. Vila Nova.

NASCE UM BLOCO

Um dos blocos estreantes de 2024 é o Filhos do Zé, em homenagem a José Celso Martinez Corrêa (1937-2023), um dos maiores nomes do teatro brasileiro, que faleceu em julho de 2023, aos 86 anos. Fundado e composto por artistas e músicos do Teatro Oficina, o grupo quer manter vivo o legado de Zé Celso, que era apaixonado pela folia de fevereiro e sempre levava essa festa para suas peças, batizadas por ele como “Óperas de Carnaval”. O bloco conta com uma banda de oito integrantes e uma bateria de mais de 30 pessoas, além das puxadoras Beatriz Id, Céllia Nascimento e Raquel Tobias – as duas últimas, divas do samba paulistano, que tiveram suas vidas atravessadas pela do diretor e dramaturgo paulista. Filhos de Zé vai desfilar pelas ruas do Bixiga, nas proximidades de onde fica a sede do Oficina, e serão tocadas músicas que fizeram parte de espetáculos da companhia, além de canções que Zé Celso gostava de entoar dentro e fora de cena.

Bloco Filhos do Zé

Dia 18/2, domingo, às 14h. Concentração a partir das 13h e dispersão às 17h, ambas no Teatro Oficina, Rua Jaceguai, 520, Bela Vista, São Paulo (SP). Desfile inclui as ruas Jaceguai, Major Diogo, Santo Antônio e da Abolição.

O Bloco Filhos do Zé é composto por artistas do Oficina e pelas puxadoras Raquel Tobias e Céllia Nascimento. Foto: Bruna Massarelli/Vulvafilms

SABOR DE ABACAXI

Desde 2020, o Bloco Abacaxi de Irará toma as ruas de Perdizes, na Zona Oeste da capital, para homenagear um ícone do tropicalismo: o cantor e compositor Tom Zé, baiano de Irará que, no fim dos anos 1960, adotou São Paulo como sua casa e musa inspiradora. Com arranjos criativos e inusitados, os integrantes fazem versões carnavalescas de composições clássicas do artista, como Angélica, Augusta e Consolação, Todos os olhos, Frevo, Xiquexique e Vai (menina amanhã de manhã), misturando ritmos brasileiros, como marchinha, samba, axé, baião, xote, coco, congada, ciranda, frevo e funk. Formado por músicos profissionais e amadores, o Abacaxi de Irará é composto por bateria, harmonia, cinco cantores e um potente time de sopros. Também conta com um corpo de baile e artistas com pernas de pau que animam os fãs-foliões.

Bloco Abacaxi de Irará

Dia 17/2, sábado, às 10h. Concentração a partir das 9h e dispersão até as 15h, ambas na rua Minerva, 188 (Bar do Chiquinho), Perdizes, São Paulo (SP). Trajeto passa pelas ruas Itapicuru, Ministro Godói e Dr. Homem de Mello.

Músico Tom Zé é o homenageado do Bloco Abacaxi de Irará, embalado por famosas composições do artista em ritmo de Carnaval. Foto: Inês Bonduki

FANFARRA EM FARRAPOS

Um dos mais antigos blocos da capital paulista, fundado em 1947 por um grupo de amigos, o Esfarrapado sai sempre às segundas de Carnaval pelas ruas do Bixiga, na região central. Tem um perfil familiar e diverso, atraindo um público de crianças, adultos e idosos. Desde sua origem, o bloco tem como propósito o improviso criativo das fantasias, sejam feitas com roupas velhas, retalhos ou farrapos – daí o nome. Os pioneiros se vestiam de mulheres, batiam latas, cantavam e ganhavam comida e bebida dos vizinhos. Algumas tradições desse grupo foram mantidas, como a banda de fanfarra, que toca na concentração e abre os festejos, e as antigas marchinhas, cantadas durante todo o percurso. Em 2019, o Esfarrapado chegou a atrair um público de 80 mil pessoas.

Bloco Esfarrapado

Dia 12/2, segunda, às 14h. Concentração a partir das 10h, na Rua Treze de Maio, 518, Bela Vista, São Paulo (SP). Cortejo passa pelas ruas Conselheiro Carrão, Almirante Marques de Leão, Una, Rocha, Praça 14 Bis, Manuel Dutra, Maria José, Av. Brigadeiro Luís Antônio, Major Diogo e Santo Antônio. Dispersão até as 20h na Rua Conselheiro Carrão.

Fundado em 1947 por um grupo de amigos, o Bloco Esfarrapado sai às segundas de Carnaval pelas ruas do Bixiga. Foto: Edson Lopes Jr./Secom

PARA SEMPRE PAGU

Nascido em 2016, com a missão de valorizar a equidade de gênero e o respeito à liberdade individual das mulheres, o Pagu se tornou um dos mais expressivos blocos de rua do Carnaval de São Paulo. Fundado por Thereza Menezes e Mariana Bastos (também cineasta, diretora do recente Raquel 1:1), seu nome faz alusão ao apelido da escritora e ativista Patrícia Galvão (1910-1962), homenageada da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) em 2023. A bateria Mestras de Naipes é 100% feminina, formada por 130 integrantes, e tem regência de Maria Carolina Simões. Além disso, Pagu conta com uma banda predominantemente de mulheres, com guitarra, baixo, teclado e sintetizadores. Na voz, as intérpretes Bárbara Eugênia, Julia Valiengo (Trupe Chá de Boldo), Soledad e Raquel Tobias entoam clássicos da música popular brasileira e internacional. No repertório nacional, incluem-se canções consagradas por Dona Ivone Lara, Beth Carvalho, Alcione, Margareth Menezes, Elis Regina, Marisa Monte, Gal Costa, Maria Bethânia, Rita Lee, Elba Ramalho e Baby do Brasil.

Bloco Pagu

Dia 13/2, terça, às 12h. Concentração a partir das 11h, na Av. Ipiranga, 719, e dispersão até as 16h, na Praça Ramos de Azevedo, 209, República, São Paulo (SP). Percurso atravessa a Praça da República, Av. São Luís, Rua da Consolação e Rua Coronel Xavier de Toledo.

Na República, Bloco Pagu sai na terça de Carnaval (13/2), com banda predominantemente feminina e bateria Mestras de Naipes. Foto: Marcos Bacon

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