Nos dias 3 e 4 de agosto, o Teatro e o Galpão do Sesc Pompeia recebem uma celebração em homenagem a Oscar da Penha, conhecido como Batatinha, uma figura proeminente do samba baiano. Nascido em Salvador, Batatinha iniciou sua trajetória como aprendiz de marceneiro e, posteriormente, trabalhou como gráfico na Imprensa Oficial da Bahia. 

No Teatro, Adriana Moreira apresenta a obra de Batatinha, que, se estivesse vivo, completaria 100 anos em 2024. O repertório de canções de Batatinha inclui letras  de crítica social, que refletem o cotidiano e abordam questões universais. 

A música revelou-se como a paixão de Batatinha. Embora tenha começado sua trajetória como sapateiro, foi o samba do compositor Vassourinha que o inspirou a seguir um novo caminho. Em 1946, guiado por essa influência, Batatinha mergulhou no universo da composição e da performance. Seu talento se destacou rapidamente, e ele começou a se apresentar em programas de rádio e eventos. 

Um momento importante em sua carreira foi o encontro com o jornalista e compositor Antônio Maria. Esse encontro resultou no lançamento de “Inventor do Trabalho”, o primeiro samba de Batatinha, e marcou o início de sua jornada musical em 1946. Com essa estreia, Batatinha deu o primeiro passo para se tornar uma figura proeminente do samba brasileiro. 

Durante as décadas de 1940 e 1950, Batatinha destacou-se na cena musical de Salvador, com suas composições apresentadas no Programa Campeonato do Samba da Rádio Sociedade da Bahia. Canções como “Olha aí o que há?”, “Iaiá no Samba” e “Eu sou cobrador” alcançaram reconhecimento em todo o Brasil.  

Maria Bethânia contribuiu significativamente para a popularização das composições de Batatinha, ao gravar “Diplomacia” e “Só eu sei”. Em 1969, lançou seu primeiro disco, intitulado “Batatinha e Companhia Ilimitada”, seguido por uma série de lançamentos que culminaram no álbum “Diplomacia” de 1997. 

O artista compôs mais de 70 canções e deixou um legado significativo na música brasileira, sendo comparado a Nelson Cavaquinho e Cartola. No show no Teatro do Sesc Pompeia, Adriana Moreira destacará sua obra em comemoração ao centenário do compositor. Em sua pesquisa, a artista recebeu canções inéditas da família de Batatinha. 

A apresentação conta com a direção musical de Edmilson Capelupi e a participação especial de Nelson Rufino, parceiro e amigo de Batatinha. Nelson, com músicas gravadas por Zeca Pagodinho, Martinho da Vila, Beth Carvalho e Maria Bethânia, reforçará a conexão entre o samba contemporâneo e a obra de Batatinha, assegurando a continuidade de sua relevância. 

Além das apresentações no Teatro, o projeto inclui atividades gratuitas no Galpão, também nos dias 3 e 4 de agosto.

Confira a programação completa:

Adriana Moreira
Homenagem aos 100 anos de Batatinha com participação especial de Nelson Rufino
Dias 3 e 4 de agosto, sábado às 21h, domingo, às 18h
Teatro
Ingressos disponíveis aqui e através do aplicativo Credencial Sesc SP a partir do dia 23/7, às 17h
R$60 inteira / R$30 meia / R$18 Credencial Plena

Orquestra Nzinga de Berimbaus 
Dia 3 de agosto, sábado, às 16h
Galpão              
Entrada gratuita 
Ingressos disponíveis 1 hora antes do início da atividade

Criada em 1999 pelo Grupo Nzinga de Capoeira Angola, a Orquestra Nzinga de Berimbaus visa transformar o trabalho musical da capoeira em espetáculo, divulgando o berimbau e sua conexão com as manifestações culturais dos povos negros no Brasil. 

Afoxé Amigos de Katendê 
Dia 4 de agosto, domingo, às 16h
Galpão     
Entrada gratuita 
Ingressos disponíveis 1 hora antes do início da atividade

O Afoxé Amigos de Katendê originou-se da manifestação cultural baiana “Badauê”, que contribuiu para a reafricanização do carnaval de Salvador na década de 1970. O grupo resgatou a herança africana do candomblé e trouxe essa tradição para as ruas, influenciando o carnaval e os blocos afro da época.