Elena Ferrante é o pseudônimo de uma autora italiana, napolitana, que publicou o seu primeiro romance L’Amore Molesto em 1992 – no Brasil, Um Amor Incômodo, editora Intrínseca, 2017. Mantendo-se no anonimato, a escritora se tornou conhecida mundo afora, tendo sua obra adaptada para diferentes mídias, como a série do canal HBO “A Amiga Genial”, a peça teatral “Storia di un’Amicizia”, da companhia italiana Fanny & Alexander (apresentada no Sesc Pompeia, em outubro de 2019) e, agora, “A Filha Perdida”, da Cia Oceânica, produção que estreou em junho de 2024 no teatro do Sesc Bom Retiro.
Na peça, Juliana Araujo, Maristela Chelala e Alex Huszar se revezam em papéis e tempos distintos da trama. O fio condutor é Leda, uma professora universitária e tradutora que, aos 47 anos de idade, em férias pela costa italiana, revê as escolhas do seu passado ao se deparar com uma família napolitana na qual convivem uma jovem mãe, Nina, e sua pequena filha, Lena.
O impacto do encontro em Leda traz o desvendamento de sua história. Diferentes tempos de uma mesma subjetividade são postas em cena a partir dos sutis deslocamentos entre as atrizes, alternando momentos da personagem e o desvelar enigmático de suas motivações e escolhas no passado.
O som na criação da cena
Para criar este clima e ambiência, convidando o público a submergir na densidade de seus sentimentos envolvendo renúncia e abandono, a peça conta com variados recursos audiovisuais, que vão desde as projeções do mar em sua agitação, até a trilha sonora executada ao vivo pelo próprio Alex Huszar – em cena interpretando também os papéis masculinos da trama.
“A trilha sonora foi toda sendo intuitivamente criada nos ensaios”, conta Huszar. “Foi uma construção tateante, acompanhando o clima da peça e seu ritmo, tornado a presença do som em cena mais precisa e exata”, destaca.
Contando com diferentes texturas, a trilha sonora, executada no palco com uma estação de trabalho de áudio digital, acompanha as variações da atmosfera de mistério e de ameaça.
A música contribui para os efeitos de sentido em meio ao turbilhão de emoções de Leda. “Embora ela esteja numa praia paradisíaca, internamente é tudo conturbado”, explica Huszar. “São memórias de sofrimento e tentativas de lidar com a desorientação e o tormento, exteriorizadas pela trilha usada como recurso cênico”, complementa.
“São contornos e recortes, com entradas sonoras estratégicas que organizam a percepção e o olhar para as mudanças de espaço e tempo, mas não só, também acompanham sentimentos e sensações, ou as intensidades e tons das relações entre as personagens. Apropriando materiais da própria trilha, o som é retrabalhado e recombinado, criando uma costura interna coesa”.
A FILHA PERDIDA
Até 28/7
Sextas e Sábados, às 20h | Domingos, às 18h
26/7, Sexta, às 15h
Ingressos pelo APP Credencial Sesc SP, portal ou bilheterias do Sesc SP
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– A História de Quem Foge e Quem Fica
– A História do Novo Sobrenome
– Dias de Abandono
– A Vida Misteriosa dos Adultos
– A Filha Perdida
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