A Seleção Brasileira de futebol feminino é marcada por desafios e superações. Ao longo dos anos, as jogadoras enfrentaram diversas barreiras, começando pela proibição da prática esportiva pelas mulheres, em 1941. Durante o governo de Getúlio Vargas, a Confederação Brasileira de Desportos (CBD) proibiu o futebol feminino no Brasil, considerando-o “inadequado” para mulheres. 

Somente em 1979, durante o período da ditadura militar, a proibição foi revogada, permitindo às mulheres voltar a competir oficialmente. Esse intervalo de quase 40 anos dos jogos oficiais femininos, contribuiu para o fortalecimento da assimetria do reconhecimento que o futebol masculino em comparação com o futebol feminino. 

Essa disparidade é facilmente percebida quando comparamos a atenção que a mídia dispensa ao futebol masculino, o que reflete diretamente nos patrocínios e investimentos, o futebol feminino ainda luta por reconhecimento e igualdade de oportunidades. A diferença é tanta, que até o ano de 2019 a Seleção Feminina de Futebol não tinha sequer uma camisa oficial só delas. Para jogar elas usavam uma versão adaptada da camisa masculina.

Essa diferença de reconhecimento dificulta o desenvolvimento da modalidade no país e no mundo e refletem em aspectos que vão desde a vida material das jogadoras, que recebem menores salários, até a infraestrutura, a formação de ligas e programas de base. 

Diante de tantas dificuldades, ainda assim, a Seleção Brasileira de futebol feminino se destaca em competições internacionais, tendo participado de todas as edições da Copa do Mundo da modalidade, tendo em 2007, atingido sua melhor performance, quando garantiu o vice-campeonato  na disputa de pênaltis, na final contra a Alemanha. 

Ainda em 2007, o Brasil garantiu o prêmio de Chuteira de Ouro e a Bola de Ouro, com uma só jogadora: Marta. A jogadora é nascida em Alagoas em 1986, e começou sua carreira profissional no Brasil antes de brilhar em clubes da Suécia e dos Estados Unidos. 

Com seis títulos de Melhor Jogadora do Mundo pela FIFA, Marta é a maior artilheira da história da Copa do Mundo Feminina e é a única futebolista — mesmo entre os homens — a marcar gols em cinco Copas do Mundo. Sua trajetória é símbolo da excelência no futebol feminino e uma inspiração para muitas jovens jogadoras ao redor do mundo. 

Ainda há muitos desafios para se alcançar qualquer paridade com o futebol masculino, no entanto, as jogadoras brasileiras seguem inspirando as futuras gerações, entre dribles passam as dificuldades e as adversárias, com muito suor, vão escrevendo a história de inúmeras lutas e superações do futebol feminino brasileiro. Força meninas! 

FESTIVAL FUSTAL FEMININO SESC IPIRANGA 

Para celebrar as conquistas das mulheres no futebol e trazer o tema para discussões necessárias, em julho e agosto de 2023, o Sesc Ipiranga terá uma programação toda especial voltada para a modalidade. Para acompanhar e participar das atividades acesse  www.sescsp.org.br/unidades/ipiranga. 

ATIVIDADES:

Dia 22/7  – Bate-papo ‘Por Outros Futebóis: A Diversidade da Mulher’ 
Com Benazira Djoco, Carol Farias, Míriel Emma e mediação de Natália Santana  
Às 15h. 
Área de Convivência. Grátis 
www.sescsp.org.br/programacao/por-outros-futebois-a-diversidade-da-mulher/

De 23/7 a 20/8  – Campeonato de Futsal Feminino 
Com equipes de futsal da região e convidadas 
Das 10h às 13h 
Ginásio. Grátis 

Dia 19/8 – Bate-papo ‘Futebol de Mulheres e Protagonismo Negro’ 
Com Dilma Mendes, Jordana Araujo, Maria Amorim e mediação de Ruth dos Santos 
Às 15h. Grátis 
Área de Convivência 
www.sescsp.org.br/programacao/futebol-de-mulheres-e-protagonismo-negro/