Foto: Dani Sandrini
O modo como a alimentação influencia a nossa saúde é um dos sete principais eixos do Experimenta! – Comida, saúde e cultura, projeto que discute o universo da alimentação em todas as unidades do Sesc, durante o mês de outubro. Saiba mais sobre o tema:
Você já parou para ler o que vem escrito na embalagem dos alimentos que consome? Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o Brasil foi um dos pioneiros a adotar a rotulagem nutricional obrigatória como estratégia de saúde pública, visando à promoção da alimentação saudável e adequada e, também, ao combate ao excesso de peso, que vem crescendo nas últimas décadas no país. Mas, desde 1998, quando foi aprovado o primeiro regulamento sobre rotulagem nutricional por aqui, muitas coisas vêm mudando. Hoje, é obrigatório que todo produto embalado contenha a lista de ingredientes e, também, uma tabela de nutrientes com a proporção de gorduras, sal, carboidratos e proteínas, entre outros, presentes naquele alimento. Mas, ainda temos um problema grave: a leitura desses rótulos nem sempre é fácil, pois as informações, na maioria das vezes, ficam escondidas e são de difícil compreensão para o público em geral. Com base nisso, novas mudanças estão sendo propostas. Está em discussão atualmente no Brasil a chamada “rotulagem frontal”, já adotada no Chile e no Uruguai. Esse tipo de rótulo pretende ser claro para o consumidor, informando melhor sobre os potenciais riscos que os alimentos podem ter para a saúde.
A Professora Dra. Patrícia Jaime, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, é uma das profissionais que estão trabalhando em prol dessa causa. Afinal, como explica a especialista, nosso sistema alimentar atual criou uma série de ofertas em que o consumidor nem sempre consegue saber o que está consumindo, e as escolhas alimentares têm de ser baseadas em informações seguras. “Em tempos anteriores, a informação não era tão fundamental, pois nosso padrão alimentar estava majoritariamente composto de alimentos in natura, como arroz, feijão, legumes, frutas, carnes e produtos artesanais. À medida que os ultraprocessados vão ocupando mais espaço, a informação passa a ser um elemento central”, afirma Patrícia. Assim, uma rotulagem nutricional mais fácil de compreender, que mostre de maneira simples, clara e ilustrativa o que um alimento contém, pode ser uma ferramenta útil no dia a dia para auxiliar nas decisões de compra e, com isso, influenciar positivamente na saúde da população. “É nesse sentido que vem o debate da rotulagem nutricional frontal, para que o consumidor faça escolhas alimentares mais conscientes, conhecendo de fato o que tem naquele produto”.
“Como seria de se esperar, os produtores de alimentos processados argumentam que nos deram a chance de sermos as pessoas que queremos, rápidas e ocupadas, e não mais escravas do fogão. Em suas mãos, contudo, o sal, o açúcar e a gordura usados para impelir essa transformação social funcionam mais como armas do que nutrientes. Armas empregadas para derrotar a concorrência, mas também para nos tornar dependentes de seus produtos.”
Sal, açúcar, gordura – Como a indústria alimentícia nos fisgou (Michael Moss, editora Intrínseca)
O termo refere-se a produtos como biscoitos recheados, guloseimas, salgadinhos de pacote, bebidas adoçadas, etc., de acordo com a definição do Guia Alimentar para a População Brasileira (2014). São formulações compostas, em geral, por muitos ingredientes, alguns em excesso, como sal, açúcar, gorduras e substâncias artificias de uso exclusivamente industrial, caso de corantes, saborizantes, emulsificantes e conservantes, entre outros. Por conta disso, são considerados nutricionalmente desbalanceados, o que torna ainda mais importante a leitura dos rótulos das embalagens para saber exatamente o perfil nutricional desses produtos e os ingredientes que o compõe.
Tipo de rotulagem nutricional que evidencia certas características presentes nos alimentos, em especial os industrializados, como os ultraprocessados. Por meio de selos de advertência destacados na parte da frente da embalagem, a rotulagem frontal informa se há excesso de nutrientes críticos naquele produto, como açúcar, sódio, gorduras (totais e saturadas), além de presença de adoçante ou de gordura trans, em qualquer quantidade.
Buscando cumprir os compromissos da Década de Ação das Nações Unidas para a Nutrição, em relação aos adultos, este ano o Brasil se comprometeu com a ONU a:
• deter o crescimento da obesidade
• reduzir em pelo menos 30% o consumo de bebidas adoçadas com açúcar
• ampliar em 17,8% o percentual de adultos que consomem frutas e hortaliças
Saiba mais sobre alimentação saudável no Guia Alimentar para a População Brasileira, que pode ser encontrado na íntegra em: sescsp.org.br/guiaalimentar
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