ACOLHIMENTO MATERNO | Almanaque Paulistano

30/04/2022

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 Leia a edição de maio/22 da Revista E na íntegra

Por Luna D’Alama

Em sua origem, a palavra “cuidado” (do latim, cura) contém o sentido de preocupação com o outro, de zelo. Ação que se confirma de modo intenso e muito particular na experiência da maternidade. No mês em que se celebra o Dia das Mães, como reforçar a importância de que essas cuidadoras também recebam acolhimento, escuta e tenham redes de apoio? Listamos a seguir lugares, projetos e programações na capital paulista, ou em ambiente online, voltados para o maternar, com o objetivo de ajudar grávidas e recém-mães – principalmente as que enfrentam o puerpério e as de primeira viagem – a atravessarem juntas esse momento que pode ser tão revolucionário quanto desafiador. Conheça casas de apoio, sessões de cinema, aplicativos gratuitos de celular e o projeto do Sesc São Paulo Cuidar de Quem Cuida, que existe desde 2018 e busca fortalecer cuidadoras(es) de bebês e crianças.

Lumos Cultural em reunião presencial realizada antes da pandemia; encontros atualmente são todos online. Bia Fotografia

MAIS QUE MÃES, “IRMÃES”

Destinadas a amparar famílias na gestação, parto, puerpério, amamentação e infância, a Casa Curumim, a Casa Moara e a Lumos Cultural – todas na capital paulista – migraram seus encontros presenciais para o ambiente online desde o início da pandemia. A Lumos, por exemplo, reúne grupos semanais, quinzenais ou mensais gratuitos de gestantes, “powerpério” (empoderamento no pós-parto), amamentação, alimentação infantil e parentalidade LGBTQIA+. Também faz lives com pediatras, doulas e obstetras, entre outros profissionais, e chegou a criar um “boletim Covid-19” para manter mães e pais informados. Já a Casa Curumim promove encontros virtuais regulares pelo Zoom, com inscrição prévia via WhatsApp, para tratar de gravidez, pediatria, desenvolvimento emocional do bebê, criação consciente, amamentação e desmame. E, às quintas, das 20h às 22h, também pelo Zoom, a Casa Moara abre suas rodas virtuais para casais em qualquer fase da gestação. Na pauta, assuntos como parto domiciliar ou na água e aleitamento materno. Mais informações: lumoscultural.com.br, casacurumim.com.br e casamoara.com.br.

Pixabay

AMPARO DO PODER PÚBLICO

Mantido pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) de São Paulo, o Centro de Acolhimento para Gestantes, Mães e Bebês atende pessoas em situação de rua ou vulnerabilidade social, com capacidade de até 50 vagas. Além disso, em parceria com a organização social Reciclázaro, a pasta administra a Casa de Marta e Maria, no Belém, Zona Leste, onde são atendidas até 82 mulheres com ou sem filhos. Nesse espaço, são oferecidas atividades educativas, atendimento psicológico, oficinas e rodas de conversa. A rede de proteção coordenada pela SMADS inclui, ainda, centros de referência específicos para mulheres vítimas de violência doméstica e/ou em condição de vulnerabilidade. Saiba mais: reciclazaro.org.br/unidades/casa-de-marta-e-maria e prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/assistencia_social.

PELO APLICATIVO

Para as mães conectadas, uma boa opção são aplicativos gratuitos capazes de aproximá-las de outras mulheres que vivem experiências e rotinas semelhantes. O Mãe Fora da Caixa, desenvolvido pela influenciadora Thaís Vilarinho, por exemplo, é “uma rede de troca em que se podem postar coisas muito pessoais, fazer daquilo um diário da maternidade, conhecer mulheres da mesma região e se conectar com elas”, nas palavras da criadora. O app Benditas Mães também funciona por geolocalização e afinidade. Nasceu da ideia de mães gaúchas que sentiram a necessidade de tornar essa jornada menos solitária. Outro aplicativo é o BabyCenter, que fornece informações biológicas e comportamentais sobre a evolução do embrião/feto em cada fase da gestação, até o bebê completar 2 anos. Além disso, é possível assinar uma newsletter gratuita e receber reportagens embasadas por especialistas a respeito de temas como sono, amamentação, desfralde etc. Esses aplicativos estão disponíveis para os sistemas iOS e Android.

CineMaterna. Divulgação

UM RESPIRO NA ROTINA

Criado em 2008 por mulheres que desejavam retomar a vida cultural, o CineMaterna organiza sessões de cinema para mães e pais com bebês de até 18 meses. Os filmes são voltados para o público adulto, que pode votar pelo site na sua opção favorita, uma semana antes de cada exibição. Tudo é adaptado: as salas têm trocadores, “estacionamento” para carrinhos, tapetes em EVA para os pequenos que já engatinham ou andam, ar-condicionado mais ameno e iluminação baixa para que se possa circular com segurança. Voluntárias do projeto recebem e orientam os espectadores e, após a exibição, as mães se reúnem para um bate-papo e troca de experiências enquanto amamentam e cuidam das crias. Presente em 16 estados e no DF, incluindo 17 cidades paulistas, a iniciativa suspendeu as atividades presenciais durante a pandemia, mas já retornou – com uso de máscaras e de álcool gel e distanciamento entre as poltronas. É comum haver distribuição de uma cota de ingressos gratuitos meia hora antes de cada sessão, por ordem de chegada. Para conferir as estreias de maio e outros detalhes, acesse: cinematerna.org.br.

CUIDANDO DO CUIDADOR

Desde 2018, o Sesc São Paulo promove a ação Cuidar de Quem Cuida, que busca sensibilizar e inspirar indivíduos, comunidades e instituições sobre assuntos relacionados aos cuidados e aos cuidadores da primeira infância. São realizados bate-papos, vivências e debates, de forma presencial ou online, pelas unidades da capital, Grande São Paulo, interior e litoral, para que aqueles que cuidam também recebam suporte e possam exercer sua função com plenitude e corresponsabilidade. A quarta edição, que terminou em março, trouxe como tema Políticas Públicas. O próximo Cuidar de Quem Cuida deve acontecer entre setembro de 2022 e março de 2023. Consulte: www.sescsp.org.br/cuidardequemcuida.

A EDIÇÃO DE MAIO/22 DA REVISTA E ESTÁ NO AR!

Neste mês, refletimos sobre o retorno da atividade turística a partir de novos mapas que fomentam a economia local e valorizam a diversidade cultural de uma região. Ao repensar o turismo, convidamos você a dobrar a esquina, descobrir outras narrativas e visitar novos universos dentro da sua própria cidade. Aproveite para conferir as novidades do processo de retomada dos roteiros do Turismo Social do Sesc São Paulo.

Além disso, a Revista E traz outros destaques em maio: uma reportagem que defende a importância do livre brincar como ação essencial para o desenvolvimento das crianças; um papo com a atriz e performer Denise Stoklos sobre processo criativo, velhice e família; um passeio visual pelos figurinos do CPT_SESC, centro teatral criado por Antunes Filho no Sesc Consolação; um depoimento com Sebastião Salgado sobre sua imersão na floresta, o que gerou a exposição Amazônia, no Sesc Pompeia; um perfil de Maria Firmina dos Reis, fundadora da literatura abolicionista no Brasil; um encontro com Adriana Barbosa, fundadora da Feira Preta e uma das principais vozes do empreendedorismo negro no país; um roteiro por espaços e projetos que praticam o acolhimento materno na capital paulista; o conto inédito As Substitutas, do escritor João Anzanello Carrascoza; e dois artigos que abordam conquistas e desafios da presença das mulheres indígenas na literatura.

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Cuidando do cuidador

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