Artigos discutem a relação entre TECNOLOGIAS e ENVELHECIMENTO

31/12/2022

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Leia a edição de janeiro/23 da Revista E na íntegra

Videochamadas, mensagens eletrônicas, publicações digitais, e-mails, plataformas de streaming… As possibilidades de interações sociais, fruição cultural e acesso à informação dilatam-se no universo digital. A pandemia acelerou ainda mais essa imersão e evidenciou abismos entre aqueles que têm acesso e os que estão desprovidos de tecnologias. No caso da população com 60 anos ou mais, dados de uma pesquisa recente realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação mostram que menos da metade das pessoas idosas no país (48%) eram usuárias de internet em 2021. O desconhecimento das ferramentas e a falta de acesso estão entre os fatores de exclusão digital, o que implica numa restrição de autonomia e de independência dessa significativa parcela da sociedade.

No entanto, “se a longevidade está sendo alcançada, é esperado que o uso de tecnologias acompanhe a jornada de vida da humanidade”, pondera a gerontóloga Tássia Chiarelli, autora do livro Tecnologias e envelhecimento ativo (Senac São Paulo, 2020). Num cenário em que o número de pessoas acima dos 60 anos está em ascensão, tecnologias e envelhecimento precisam estar associados. “Caso contrário, corremos o risco de que, no futuro, o grupo etário que mais cresce no Brasil fique à margem da sociedade digitalizada, com comprometimento de sua participação e autonomia”, ressalta a doutora em comunicação Marília Duque, pesquisadora brasileira do estudo global Anthropology of Smartphones and Smart Ageing, sediado na University College London. Afinal, como a população de idosos está utilizando as plataformas digitais? E quais os principais desafios enfrentados por eles? Neste Em Pauta, Chiarelli e Duque levantam dados e apontam caminhos.

Nesta Em Pauta, artigos discutem a relação entre envelhecimento e inclusão digital

Pontes e conexões para a longevidade
Por Tássia Chiarelli

Em uma sociedade cada vez mais envelhecida, o uso de tecnologias não pode ser entendido apenas como “coisa de jovem”. Afinal, se a longevidade está sendo alcançada, é esperado que o uso de tecnologias acompanhe a jornada de vida da humanidade. Ao aliar a tecnologia com o envelhecimento, surge um novo termo: Gerontecnologia. A gerontecnologia ganha força com a identificação de duas tendências: o envelhecimento populacional e a expansão de tecnologias. Mas, o que é a gerontecnologia?

De maneira sucinta, é o uso de tecnologia para melhorar a vida da pessoa idosa. Em 1998, M. Powell Lawton [psicólogo comportamental e gerontologista norte-americano que foi um dos pioneiros nos estudos da gerontologia ambiental] definiu o termo como adaptação e desenvolvimento de produtos, serviços e ambientes para as necessidades de uma população envelhecida e que envelhece. Um ponto forte dessa definição é a abordagem no processo, ou seja, no envelhecimento, dando perspectiva de continuidade. Todas as pessoas estão envelhecendo, e quando chegam à velhice, naturalmente, o envelhecimento continua. Portanto, o que uma pessoa não sente como necessidade neste momento, pode ser útil em outra circunstância. Então, essa possibilidade de mudança e de adaptação acompanha a aplicação da gerontecnologia.

Nota-se que a tecnologia utilizada nesse contexto não é apenas devido ao seu caráter inovador. A tecnologia precisa fazer sentido para o envelhecimento, ou seja, trazer benefícios para a população idosa. Buscando conhecer mais sobre os benefícios gerados pela tecnologia, apresento alguns resultados da minha dissertação de mestrado sobre as relações sociais da pessoa idosa na rede social Facebook. Na época da coleta dos dados, foram entrevistadas 153 pessoas idosas que tinham uma conta no Facebook. Embora a maioria delas tenham relatado que ingressaram na plataforma por motivação familiar, a continuidade se deu devido as descobertas ao utilizar a rede, como a sociabilização e o acesso à informação.

Diante das 153 entrevistas, trago dois relatos para contextualizar aplicações que atendem demandas advindas da longevidade. Na primeira história, a pessoa idosa relatou o seguinte: “o Facebook fez eu voltar a ter voz”. Essa entrevistada tinha muita dificuldade em conseguir se comunicar por conta de um problema de dicção acometido na velhice. Mas, no Facebook era diferente. Por meio das suas publicações, ela conseguia se expressar e interagir com a sua rede de contatos. O que ela sentia? Ela se sentia parte. Então, aquela rede também pode ser uma maneira de inclusão social, pertencimento e participação. Isolamento social e solidão são temas expressivos na gerontologia, que podem ser minimizados com o uso de recursos tecnológicos.

O segundo relato envolve a história de uma pessoa idosa que veio sozinha, ainda jovem, para São Paulo, e perdeu totalmente o vínculo com os seus familiares. Por volta dos 80 anos de idade, ela resolveu criar uma conta no Facebook e conseguiu se conectar com parentes. Essa pessoa idosa resumiu a experiência em uma única frase: “o Facebook fez eu voltar a ter família”.

A proposta não é enaltecer o Facebook, mas entender suas diferentes aplicações e repercussões. Para muitos, a plataforma social é apenas uma fonte de entretenimento. Para outros, pode ganhar novos atributos, sentidos e significados. Portanto, as mídias sociais, de um modo geral, podem ser consideradas como estratégias adaptativas para contribuir com o processo de envelhecimento. Por exemplo, essas novas tecnologias podem compensar déficits físicos e distâncias geográficas, além de otimizar relações sociais.

“A tecnologia precisa fazer sentido para o envelhecimento, ou seja, trazer benefícios para a população idosa”

TÁSSIA CHIARELLI

Autonomia e independência

Apesar de muitas pessoas idosas utilizarem as mídias sociais, também há um número significativo sem acesso à internet, ou que nunca experimentou esse tipo de tecnologia. Espaços e ações que promovam a inclusão digital da pessoa idosa são fundamentais para que haja mais oportunidades de acesso e confiança no uso desses dispositivos. Existe uma política pública chamada Programa Viver – Envelhecimento Ativo e Saudável, que oferece atividades para a pessoa idosa em quatro campos de ação, sendo um deles a tecnologia. Muitos frequentadores do programa têm o seu primeiro contato com as novas tecnologias nessas atividades.

Eu ofereci consultoria ao Programa Viver e compartilho o relato de uma das pessoas idosas, que disse o seguinte: “A gente vivia praticamente fora do mundo, né? Fora do mundo. E aprender a mexer na internet é onde você começa a ser gente. Porque você vai ao banco e precisa mostrar a sua senha para outra pessoa, para poder te ajudar no negócio. São muitas coisas importantes que a gente tem que pegar passo a passo e aprender. Na verdade, é estar renascendo novamente depois de deixar tanta coisa cair”.

Nesse relato, evidencia-se como os recursos tecnológicos podem interferir na autonomia, independência e dignidade da pessoa idosa. No meu livro Tecnologias e envelhecimento ativo, reflito sobre como a sociedade não utiliza tecnologia, mas vive tecnologia. Ou seja, esses dispositivos estão intrinsecamente presentes na rotina e nas atividades diárias. Contudo, muitas vezes as tecnologias são desenhadas sem considerar diferentes contextos e realidades, o que pode fazer com que a pessoa idosa tenha medo de manusear os dispositivos ou não se sinta capaz disso, gerando a exclusão digital e social. Portanto, o uso ou o não uso da tecnologia tem diferentes repercussões na velhice, que precisam ser pautadas no mercado, na educação e em políticas públicas.

Transformação positiva

Para reduzir a desigualdade digital no cenário atual e no futuro, recomendo compreender a tecnologia enquanto ponte. Para a ponte funcionar, é preciso considerar que tanto no seu início quanto no seu fim, há pessoas. Pessoas que podem ser idosas, com diferentes níveis econômicos, escolaridade, redes de apoio e condições de acesso. Ao reconhecer a tecnologia como intermediária, isso modifica a maneira como criamos e desenvolvemos soluções, porque o protagonista, ou seja, o sujeito que usará a tecnologia, entra na história. Ao identificar o sujeito, uma das principais características da velhice é revelada: a heterogeneidade, já que o envelhecimento é um processo individual e contínuo.

Dentro da velhice há muitas velhices. Ao mesmo tempo, dentro da tecnologia, também há muitas tecnologias. Por isso, a importância do termo gerontecnologia, para que haja a conexão entre essas áreas com o propósito de garantir a qualidade de vida. A tecnologia pode ser estratégica para mostrar todo o potencial da velhice, para aproximar gerações e promover maior liberdade à tão sonhada longevidade. Cabe aos profissionais e instituições exercitar a empatia, senso crítico e criatividade para que as tecnologias sejam utilizadas com toda sua capacidade de transformação positiva. 

Tássia Chiarelli é gerontóloga, mestra em gerontologia pela Universidade de São Paulo (USP) e doutoranda em gerontologia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). É autora dos livros Tecnologias e envelhecimento ativo e Empreendedorismo no mercado da longevidade, ambos publicados em 2020 pela editora Senac São Paulo, e criadora do canal Longevidade para Todos, no YouTube.
Nesta Em Pauta, artigos discutem a relação entre envelhecimento e inclusão digital

(Des)conexão: desafios para a autonomia e participação de pessoas idosas
Por Marília Duque

Em 2021, apenas 48% dos brasileiros com 60 anos ou mais eram usuários de internet. O dado é da pesquisa TIC Domicílios que, desde 2016, também levanta o principal motivo declarado para a não utilização das redes. Falta de habilidade, de interesse, de necessidade e custo estão entre os principais motivos reportados pelos brasileiros. Entre pessoas idosas, a falta de interesse foi crescente até 2020, quando atingiu 42%.

É difícil imaginar que no ano da pandemia da Covid-19, com o isolamento social e rápida digitalização de serviços, incluindo os de acesso à saúde, o grupo etário mais vitimado pelo coronavírus tenha se mantido desinteressado pela internet. É preciso, portanto, resistir à tentação de reproduzir discursos que estigmatizam a pessoa idosa como avessa à tecnologia. Cabe então perguntar: O que a pessoa idosa realmente quer dizer quando declara desinteresse pela internet? Quais  impactos desse “desinteresse” para o futuro?

Entre 2018 e 2019, conduzi etnografia de 16 meses com pessoas idosas de um distrito de classe média de São Paulo. Para os participantes da pesquisa, esse desinteresse declarado emerge como uma estratégia de autopreservação em relação aos filhos, em primeiro lugar. A tecnologia transfere às gerações mais novas um lugar de saber antes associado à velhice. Mais do que isso, a tecnologia é posta como natural às novas gerações. Ainda assim, isso não seria o suficiente para causar desinteresse, ao contrário.

Na literatura e independentemente da idade, a adoção de novas tecnologias é facilitada pela atuação dos “especialistas quentes”. Trata-se de usuários
mais experientes, familiares e amigos que se dispõem a ajudar os novatos nesse processo de aprendizado. Entretanto, entre os participantes da pesquisa, foram frequentes as reclamações sobre a falta de tempo e paciência dos filhos. Essa indisponibilidade reflete uma quebra no pacto intergeracional, um acordo moral que implicava uma inversão natural na dependência, reconstruída como fardo nas sociedades neoliberais.

Com relação à dependência digital, é mais fácil declarar desinteresse do que representar um peso para os filhos. Ou pior, essa dependência pode ser usada em disputas de poder, principalmente por filhos adultos residindo com os pais idosos, quando a casa confere autoridade aos pais, e a tecnologia, aos filhos.

Por um motivo ou outro, o suporte “quente” dos filhos vem sendo substituído por ajuda profissional. A procura por cursos visa a reconexão, já que aplicativos de mensagens passam a mediar a comunicação com a família nuclear, estendida e transnacional, consolidando-se como um dos principais motivadores para a adoção do uso da internet entre pessoas idosas.

“É preciso que o letramento digital de pessoas idosas seja encarado como uma prioridade para políticas públicas”

Marília Duque

Smartphones e barreiras

Baixa autoestima é uma das principais barreiras para adoção de novas tecnologias por adultos mais velhos. No caso dos participantes da pesquisa, eles iniciam cursos de WhatsApp acreditando que os smartphones não são para eles, uma espécie de “idadismo introjetado”. Somado a isso, compartilham certa aversão ao erro, decorrente de três medos: apagar informações importantes, quebrar o dispositivo ou ser taxado por um serviço sem consentimento.

Outra barreira é a insegurança vivenciada por eles tanto no âmbito digital quanto no espaço público, onde são alvos preferenciais de golpes. Não seria exagero propor que tudo nesse processo de aprendizado seja hostil, a começar pelos próprios smartphones, meio exclusivo de acesso para 80% dos usuários idosos de internet, segundo pesquisa TIC Domicílios, em 2021.

Por um lado, os dispositivos usados pelos participantes da pesquisa são herdados, com problemas de armazenamento e memória. Por outro, as interfaces, em geral, desconsideram especificidades físicas, motoras e cognitivas naturais ao envelhecimento. Ainda assim, com o decorrer dos cursos, os participantes ganham mais confiança e expandem seus usos do WhatsApp.

Porém, se o WhatsApp promove certa inclusão digital, não é possível equipará-la ao letramento digital. As habilidades adquiridas no aplicativo não capacitam as pessoas idosas para a produção, ou avaliação, de conteúdos digitais, nem são transponíveis para outros aplicativos. Por isso, não é raro que, ao experimentarem alguma dificuldade com o download de novos aplicativos, pessoas idosas os abandonem, retornando à estratégia da falta de interesse declarado.

Além do WhatsApp

É verdade que, sozinho, o WhatsApp já viabiliza ganhos expressivos em termos de autonomia e participação. Trata-se de uma poderosa rede onde circulam informações que promovem sociabilidade, aprendizado e consumo da cidade. Além disso, o aplicativo estrutura uma eficiente rede de favores e cuidados. É graças ao WhatsApp que os participantes da pesquisa podem buscar, junto a amigos que trabalham na área médica, informações de saúde confiáveis e aconselhamento médico. É também o meio que viabiliza a administração do cuidado de pais idosos, permitindo que morem sozinhos enquanto monitorados a distância pelos filhos, numa sobreposição entre cuidado e vigilância.

Ainda assim, é preciso atentar para os perigos dessa “zona de conforto”. Em todo o mundo, observa-se uma “appificação” [referente a aplicativo] das esferas privada e pública. Este é o caso do Brasil, que já ocupa a segunda posição no GovTech Maturity Index (GTMI), índice de maturidade de governo digital do Banco Mundial. Frente à agressiva estratégia de digitalização dos serviços públicos, a opção de atendimento presencial pode figurar como brecha para os cidadãos idosos. Porém, como já observado na Finlândia, essas opções se mostram cada vez menos acessíveis.

Neste sentido, é preciso que o letramento digital de pessoas idosas seja encarado como uma prioridade para políticas públicas. Caso contrário, corremos o risco de que, no futuro, o grupo etário que mais cresce no Brasil fique à margem da sociedade digitalizada, comprometendo sua participação e autonomia – o que demanda investimento em aprendizado contínuo.

Por último, é preciso diferenciar a “falta de interesse” tratada aqui do fenômeno de desconexão chamado de “detox digital”, enquanto deliberação (ética) individual acerca do grau de engajamento com mídias digitais no cotidiano. As pessoas idosas ainda estão, em sua maioria, aquém dessa possibilidade de escolha. Como mostra o Índice de Privação Online, o grupo idoso aparece em destaque no perfil desconectado, com zero dias de acesso à internet. Este perfil reflete, ainda, desigualdades mais profundas, reunindo os não alfabetizados – grau de escolaridade segue como consistente fator preditivo para o uso de TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação), e isso afeta a população idosa diretamente, visto a proporção de analfabetos nesse grupo etário. Juntos, esses fatores podem levar à “falta de interesse”, enquanto negociação com um não saber que antecede o digital e que resulta numa exclusão cujos danos não se restringem à esfera online.

Marília Duque é doutora em comunicação e práticas de consumo pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e pesquisadora brasileira do estudo global Anthropology of Smartphones and Smart Ageing, sediado na University College London. É autora do livro Ageing with Smartphones in Urban Brazil: a work in progress, publicado em 2022 pela UCL Press, com versão digital gratuita.

A EDIÇÃO DE JANEIRO/23 DA REVISTA E ESTÁ NO AR!

No mês em que acontece o Sesc Verão 2023, discutimos a relação entre as tecnologias e a prática físico-esportiva. A reportagem principal desta edição defende que usar o tempo livre para atividades que não movimentam o corpo favorece o sedentarismo, além de elevar o risco de doenças crônicas. No entanto, o texto também aponta que, quando utilizado de maneira equilibrada, o tempo em frente às telas pode motivar a prática de atividades físicas, por meio do uso de aplicativos e aparelhos que medem frequência cardíaca, gasto calórico, qualidade do sono, entre outros indicadores.

Além disso, a Revista E de janeiro/23 traz outros conteúdos: uma reportagem que percorre os caminhos de gestação de uma obra literária, desde o surgimento da ideia original até chegar à mão dos leitores; uma entrevista com a escritora cubana Teresa Cárdenas, que conta sobre sua relação com a literatura brasileira, seu processo criativo e revela de que forma os antepassados guiam sua escrita; um depoimento com a cantora e compositora Ellen Oléria sobre música, teatro e afrofuturismo; um passeio visual por imagens que celebram o universo feminino indígena no universo das artes visuais; um perfil da médica Nise da Silveira (1905-1999), pioneira na humanização do atendimento psiquiátrico por meio da arte; um encontro com o jornalista Tiago Rogero, criador do projeto Querino, que fala sobre popularização de podcasts e luta antirracista no Brasil; um roteiro nostálgico pelas miudezas arquitetônicas de São Paulo, em celebração aos 469 anos da capital paulista; um conto inédito da escritora Natalia Timerman; e dois artigos que discutem a relação entre envelhecimento e inclusão digital.

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