Os quintais têm sido espaços de existência e resiliência para a comunidade negra ao longo da história. Eles representam mais do que simples áreas de cultivo ou lazer, são locais de preservação cultural, conexão com a natureza e fortalecimento dos laços comunitários. Nos quintais, brincadeiras acontecem e com elas se fundamentam e fabulam novos mundos, nos quintais se arriscam os primeiros passos de dança, rodas e letras de samba que imortalizam cotidianos. Tradições culinárias são passadas de geração em geração, ervas medicinais são cultivadas e rituais ancestrais são mantidos vivos. É nos quintais que se aprende a aprender em consonância com outras cosmopercepções, valorizando e observando o que as pessoas mais velhas têm a ensinar.  

Além disso, os quintais servem como refúgio em meio às adversidades, proporcionando um senso de pertencimento e autonomia para aquelas pessoas que muitas vezes foram marginalizadas e privadas de espaços seguros. Assim, reconhecer e valorizar a importância dos quintais para a comunidade negra é fundamental para promover instantes de alegrias e reverenciar os legados ancestrais.   

Em muitas comunidades negras, os quintais também desempenharam um papel importante na resistência contra a opressão e na luta por direitos civis. Eles foram e continuam sendo espaços de organização política, onde lideranças e ativistas se reúnem para planejar estratégias de manutenção das tradições e enfrentamento às inequidades e mobilização social. 

A programação promoveu mais de 80 atividades, em 27 unidades do Sesc São Paulo na capital, interior e Grande São Paulo, entre apresentações, vivências, rodas de conversa, passeios e exibições, marcados pela diversidade de formatos e a participação de lideranças comunitárias, mestres e mestras tradicionais e pessoas pesquisadoras da arte e da cultura negra.

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