Por Mariana da Matta*
A série de playlists Astrosônica apresenta seleções musicais baseadas nos signos do Zodíaco. Cada volume aborda um dos doze signos e apresenta doze faixas de artistas por ele regidas e regidos. Além disso, a curadoria parte da leitura poética sobre o Zodíaco para selecionar faixas que representam aspectos simbólicos de cada signo, seja pela melodia ou pelas letras.
Para além do horóscopo tradicional, o Zodíaco é também uma narrativa em que cada signo conta um capítulo com seus respectivos temas. Essas 12 diferentes formas de ver o mundo podem ser agrupadas a partir de suas afinidades, como os elementos (fogo, terra, ar ou água) e as qualidades vibratórias (cardinal, fixo ou mutável). Como uma lente que permite vários ajustes, o Zodíaco pode operar como ferramenta para ler e contar situações em diversos contextos. Aqui, a luneta é apontada para a conjunção entre astrologia e música, a fim de criar narrativas sonoras regidas pelos astros.
Áries, o marco inicial dessa jornada simbólica, chega abrindo os caminhos. De natureza cardinal, ou seja, de ação inicial e expansiva, esse signo inicia os movimentos com gás total, tal como o jogador Umbabarauma cantado por Jorge Ben Jor ou Diana Ross saindo para o mundo. Com potência e determinação, dispara na frente com o impulso do fogo. Vai embora para o Rio de Janeiro com o carneiro de Ednardo ou para o espaço com o foguete de Elton John? Vai fazer o que der na telha. Tanta coragem e ousadia podem levar Áries a lugares distantes, ainda não desbravados ou povoados, exceto por alguns marginais como Sérgio Sampaio. Para chegar lá, a potência de Áries rasga o caminho com a faca na bota, trazendo a fúria e a festa nos dois gumes, da raiva de Miss Bolivia à alegria de Marvin Gaye. O signo do carneiro canta também sobre conflitos, o que nos leva a refletir sobre formas de colocar a agressividade a serviço da transformação que preserva a vida, sobre a raiva que, transmutada, se torna a bússola do coração que pulsa, incentivando e semeando o som das ruas. É a luta pela vida.
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DEEZER
*Mariana da Matta é artista visual, designer gráfica, terapeuta integrativa e editora do selo de
publicação independente Sismo. Vê a vida de maneira interconectada e pesquisa processos
criativos transdisciplinares. Virginiana com ascendente em escorpião, caminha com coração
selvagem e cultiva plantas, playlists e planos para o Bem Viver.
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