Neste mês, o programa teatral do Sesc São Caetano foca especialmente em trabalhos de protagonismo feminino em cena e que se desdobram em questões diversas que acompanham as mulheres ao longo da história. As peças e solos vão de temas de negritude feminina, pautadas pelas suas histórias de vida e as de personalidades históricas, como em “Os Rastros das Marias” e “Muitos Anos de Vida”; às vivências de uma mulher em meio à violência da guerra e da imigração forçada, como em “Após Auschwitz”; passando por temas de controle do corpo e a sexualidade feminina pelos padrões impostos por uma sociedade, como em “Senhora X, Senhorita Y” e “Devora”.
Os Rastros das Marias
Com Maria Baú – Direção: Gabriela Rabelo
03/8, às 20h. A12
Espetáculo construído a partir de um apanhado de histórias de heroínas negras brasileiras que não aceitaram o destino que diziam ser o seu: a servidão. Com humor, poesia, ternura, Maria afirma a identidade da mulher negra brasileira, valorizando sua luta e sua história, contando com os precisos rastros de Tereza de Benguela, Maria Firmina dos Reis, Clementina de Jesus, Luiza Mahin, Carolina Maria de Jesus, dentre outras.
Devora
Com Fefê Marques – Direção: Vanise Carneiro
09/8, às 20h. A16
Obcecada com a nova aparência da tia, uma mulher ignora os riscos à sua saúde e parte em busca de um corpo magro. Em um delírio da fome, ela se espreme para caber em espaços cada vez menores e, nesses lugares, encontra outras mulheres que foram acometidas por distúrbios alimentares.
De forma ácida, este solo apresenta os mecanismos de controle reservados aos corpos femininos desde a idade moderna.
Senhora X, Senhorita Y
Com Ana Paula Lopez, Sol Faganello e Camila Couto – Direção: Silvana Garcia
16/8, às 20h. A12
Sob o pretexto de representar a peça “A mais forte”, de August Strindberg, duas atrizes e uma performer sonora se lançam em um jogo pelo qual intercambiam diversos papéis, explorando com humor ácido as construções heteronormativas do feminino sugeridas pelo texto original. Indo mais longe: elas desafiam o autor sueco pela exposição de um disparador imprevisto: o corpo lésbico reivindicando o protagonismo da cena. O que diria Strindberg disso tudo?
Muitos Anos de Vida
Com Paula Moura – Direção: Diogo Lopes Filho
23/8, às 20h. A12
O monólogo traz a figura da atriz paulistana preta, mãe solo e periférica, a partir da própria experiência autobiográfica de Paula Moura. Em um formato de espetáculo-depoimento, são desvendados os muitos anos já vividos em suas tristezas e alegrias, mas também a busca da maturidade e identidade de ter “muitos anos de praia”.
Após Auschwitz
Com Regina Fonseca – Direção: Herbert Bianchi
30/8, às 20h. A12
Neste experimento com o teatro documental Verbatim, conhecemos a história de vida de Raissa Prelipko, marcada por experiências extraordinárias e atrozes, da sobrevivência do campo e concentração de Auschwitz a sua vinda para o Brasil. A história é trazida pela voz e interpretação da atriz Regina Fonseca que, por meio de fones de ouvido, remonta diretamente o relato oral de Raissa, hoje, com mais de 86 anos e residente em Sorocaba, no interior de São Paulo.
Esta edição Cena Aberta vem como uma celebração potente e inspiradora da força feminina, oferecendo ao público a possibilidade de reflexão e empatia através do teatro. Cada produção traz à tona histórias de luta, resistência e triunfo, convidando todas as pessoas a participarem dessa jornada de reconhecimento e valorização das mulheres ao longo da história.
Utilizamos cookies essenciais para personalizar e aprimorar sua experiência neste site. Ao continuar navegando você concorda com estas condições, detalhadas na nossa Política de Cookies de acordo com a nossa Política de Privacidade.