Sesc 14 Bis celebra a trajetória de atletas brasileiros negros que conquistaram vitórias memoráveis e protagonizaram lutas por igualdade e justiça social esportivas.
Quem foram as mulheres negras Melania Luz, Aida dos Santos, Soraia André, Miraildes Maciel Mota, Etiene Medeiros e Adriana Araújo? E os homens negros Alfredo Gomes, Alison Piu, Servílio de Oliveira, José Oswaldo Fonseca e Edvaldo Valério? Essas pessoas foram atletas que abriram caminhos e inspiraram toda uma nova geração no atletismo brasileiro. A celebração do Centenário tem como ação fundamental lançar luz sobre a trajetória desses e de tantos outros atletas que traçaram um legado para os futuros esportistas brasileiros negros.
E para abrir os caminhos, uma largada pioneira com Alfredo Gomes, que em 1924 foi o primeiro homem negro a marcar presença na delegação brasileira como porta-bandeira do país, tornando-se o precursor da presença preta em uma edição olímpica. Naqueles Jogos, realizados em Paris, ninguém conquistou medalha, mas Alfredo representou um marco na história do atletismo brasileiro.
Na pista, nos campos: as primeiras
Melania Luz
Nos Jogos de Londres de 1948, a delegação brasileira foi composta por 81 atletas, sendo apenas 11 mulheres. Entre elas, a velocista Melania Luz, a primeira mulher negra a representar o Brasil em Jogos Olímpicos. O pioneirismo de Melania representou a intersecção entre a luta de gênero e raça, sendo a primeira mulher a competir nos Jogos Olímpicos inaugurando a primeira equipe feminina de atletismo no Brasil.
Aida dos Santos
Uma das pioneiras do esporte olímpico brasileiro, a história da atleta do salto em altura ficou marcada por ter sido a única mulher na delegação que enviou 68 participantes para os Jogos de Tóquio, em 1964. Aida não teve apoio estrutural nenhum para competir em alto rendimento. Viajou sem uniforme, calçado e, principalmente, sem treinador. Ainda assim, foi a primeira atleta mulher brasileira a disputar uma final olímpica.
Formiga
Miraildes Maciel Mota, conhecida como “Formiga” embora seja gigante, jogou ao lado de Sissi e de Marta. É uma das maiores referências do futebol nacional e coleciona marcas históricas. Disputou sete Copas do Mundo, sendo a única atleta no Planeta a ter tal feito. Também foi para sete Jogos Olímpicos representando o Brasil. Na última edição, se tornou a jogadora mais velha a participar da competição, com 43 anos.
Entre saques, lutas e braçadas
José Oswaldo Fonseca
Primeiro negro a disputar os Jogos Olímpicos pelo Brasil, Negrelli, como era carinhosamente conhecido, fez parte do elenco de vôlei. Em toda a carreira, defendeu a Seleção em 186 partidas, sem tanto destaque, mas tendo um papel fundamental: mostrar que pessoas do perfil dele tinham habilidade o suficiente para ocupar aquele espaço.
Servílio de Oliveira
Pioneiro dos ringues, o boxeador Servílio de Oliveira tem seus punhos no hall da fama do Comitê Olímpico Brasileiro. Seus primeiros golpes foram no ano de 1968 nos Jogos Olímpicos da Cidade do México, onde conquistou a medalha de bronze na categoria peso-mosca. Uma conquista do boxe brasileiro, que levou décadas para se repetir, mas que não deixou de inspirar os pugilistas seguintes.
Edvaldo Valério
Primeiro e, até então, o único nadador negro brasileiro a ostentar uma medalha olímpica no peito. O “Bala”, como era conhecido pela sua velocidade nas águas, Edvaldo Valério conquistou medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Sydney em 2000. Um feito que, após 24 anos, não se repetiu mais.
Do pioneiro Alfredo Gomes até os dias atuais, a efeméride dos 100 anos é um símbolo. Uma viagem pelos tempos que se baseia no potencial inspirador da história contada. Afinal, para o Sesc, esporte e educação devem caminhar juntos, unindo conhecimento e transformação, na direção de uma sociedade mais justa.
Faça o download do programa que conta mais sobre essas e outras histórias aqui.
Celebrando a resistência e a inspiração dos atletas que abriram os caminhos, a programação do Centenário de Negritudes Esportivas, projeto que acontece no Sesc 14 Bis desde o começo do ano de 2024, traz conversas e vivências com pessoas que fizeram história em diversas modalidades esportivas, nacional e internacionalmente.
Curadoria – Yordanna Lara Rêgo
Criação textual e revisão – Diego Moraes, Rafaelle da Silva Seraphim
Identidade Visual e Design Gráfico – Cassimano
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