Chegou a estação mais florida do ano, e, com ela o Especial Horta nas Alturas – Primavera!

22/09/2022

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Convidamos o Projeto Horta Comunitária da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo para contar para a gente características sobre algumas espécies da nossa horta, além de receitas apetitosas para inspirar na cozinha. O resultado você confere aqui!

Episódio 1 – ALMEIRÃO-ROXO – Lactuca indica L.

De cultivo fácil, o almeirão-roxo é encontrado com frequência nos quintais e canteiros das ruas e adapta-se a diferentes condições climáticas. Rico em antioxidantes, vitaminas A, B e C, fósforo e ferro, ele é considerando uma planta alimentícia não convencional (PANC). O almeirão-roxo é abundante e delicioso!

Características: O almeirão-roxo, também conhecido como almeirão-de-árvore, almeirão-do-mato, almeirão-japonês, wild lettuce ou indian lettuce é uma hortaliça folhosa, anual, que produz folhas repicadas ou lisas e de coloração verde com nervuras arroxeadas. É uma Planta Alimentícia Não Convencional (PANC), da família das Asteraceas, a mesma da alface, dente-de-leão e da serralha. Nasce de forma espontânea ou por sementes. Seu cultivo é fácil; basta plantar em um local com bastante sol. As folhas desenvolvem-se lateralmente à haste e, diferentemente da alface, podem ser feitas colheitas sucessivas de baixo para cima, à medida que a planta vai crescendo. Possui sabor amargo e pode ser encontrado com frequência nos quintais e canteiros das ruas, sendo considerada uma planta espontânea. Adapta-se a diferentes condições climáticas, suportando o calor.

Benefícios: É rico em antioxidantes. Fornece vitaminas A, C e do complexo B, além de ser boa fonte de fósforo e ferro.

Usos: Pode ser consumido cru ou refogado, com preparo semelhante à couve, picadas bem fininhas e temperadas a gosto. Também pode ser preparado com feijão, arroz, grão-de-bico, soja, lentilha e como recheio de bolinhos, tortas e sanduíches.

Quer uma dica simples e deliciosa para inserir o almeirão roxo na alimentação do dia-a-dia?

Arroz cremoso de almeirão roxo

Foto: Master 1305/Freepik

Ingredientes: 

  • ½ talo de salsão;
  • 1 cebola;
  • 1 cenoura pequena;
  • 1 folha de louro;
  • 4 dentes de alho;
  • 1 tomate maduro grande;
  • 1 talo de alho poró;
  • 1 colher de sopa cheia de azeite;
  • 1 e ⅓ de xícara de arroz;
  • 1 colher de chá de sal;
  • 1 colher de chá de pimenta do reino;
  • ½ maço de almeirão roxo.

Modo de preparo: 

  1. Inicie fazendo o caldo de legumes: corte o salsão, ½ cebola, cenoura; junte com o louro e 1,5l de água; cozinhe por 40 minutos em fogo baixo; coe e reserve.
  2. Pique a cebola, alho, tomate e alho porró em cubos pequenos.
  3. Em uma panela quente adicione o azeite e refogue a cebola, alho e alho porró. Acrescente o arroz e refogue por mais um minuto.
  4. Junte o caldo de vegetais aos poucos, sem parar de mexer.
  5. Tempere com sal e pimenta do reino.
  6. Quanto o arroz estiver quase cozido acrescente os tomates picados e o almeirão cortado em tiras finas.

Tempo de preparo: 60 minutos  

Número de porções: 8

Fontes:

Brasil. Alimentos regionais brasileiros / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. 2 ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2015.

Guia Prático sobre PANCs: Plantas Alimentícias não convencionais. Instituto Kairós. 1 ed. São Paulo: Instituto Kairós, 2017.

Ranieri, G. R. Almeirão Roxo, de Árvore, almeirão-japonês. Disponível em: <http://www.matosdecomer.com.br/search?q=almeir%C3%A3o+roxo> Ranieri, G. R. Matos de Comer: Identificação de plantas comestíveis. São Paulo: Ed. do Autor, 2021.

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Episódio 2 – JABUTICABA – Myrciaria cauliflora Berg.

Com um fruto adocicado e de coloração marcante, a jabuticabeira é uma árvore tipicamente brasileira que se espalhou por todo o continente sul-americano. Com alto teor nutricional, a polpa da jabuticaba é rica em zinco, manganês, magnésio e potássio, e sua casca possui fibras alimentares e antioxidantes.

Características: A jabuticabeira (Myrciaria cauliflora Berg.) é uma árvore brasileira e seu nome vem do tupi iapoti kaba, que significa “frutas em botão”. Tem como habitat original as zonas de Mata Atlântica, sendo comum desde Minas Gerais até o Rio Grande do Sul. É uma árvore que gosta de umidade, solos argilosos e férteis. Ela também aprecia o sol e por isso não surge em áreas de matas densas. São árvores de porte médio a grande, que podem chegar a 15 metros de altura. Possuem um tronco liso, vastamente ramificado e com copa alongada e densa, e suas flores são brancas e delicadas e brotam em torno do tronco e dos galhos. A jabuticabeira floresce duas vezes por ano e a colheita dos seus frutos acontece entre os meses de agosto e setembro e janeiro e fevereiro. O fruto é arredondado, de cor que vai de roxo escuro a preto, com uma baga globosa e, a depender da espécie de jabuticabeira, seu tamanho pode variar entre 1,6 a 3 cm de diâmetro. A casca da jabuticaba é fina e frágil a polpa é doce, com uma leve acidez e coloração branca translúcida. Sua beleza e produção de frutos adocicados fez com que ela se espalhasse por outros países sul-americanos e, durante muitos anos, era uma árvore facilmente encontrada nos jardins e quintais domésticos. Sua florada pode acontecer duas vezes ao ano.

Benefícios: A jabuticaba é considerada um fruto com alto teor nutricional. Sua polpa é rica em zinco, manganês, magnésio e potássio. O zinco é um mineral essencial para o ser humano, principalmente para o bom funcionamento das células cerebrais, dos olhos, fígado, rins, músculos, ossos e cabelos, não sendo produzido pelo corpo humano. Por esse motivo, é importante a ingestão do zinco através do consumo de alimentos saudáveis. O manganês, que também é encontrado na jabuticaba, está associado à formação dos ossos e cartilagens, além de impactar no metabolismo de açúcares e gorduras. Já o magnésio trabalha auxiliando na contração muscular e no crescimento dos ossos, assim como contribui na produção de hormônios corporais. Os elementos mais presentes na casca são as fibras alimentares e os antioxidantes. As fibras alimentares são importantes porque auxiliam na regularização do funcionamento do intestino, no retardo da absorção de glicose e na redução da porcentagem de colesterol sanguíneo. Os antioxidantes desempenham papel na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis, além de retardar o envelhecimento celular e da pele.

Usos:A jabuticabeira é uma árvore que pode ser destinada a diferentes usos, sendo aproveitada do caule aos frutos. Seu tronco possui madeira moderadamente pesada, dura e com boa elasticidade, características de lhe dão longa durabilidade, sendo muito utilizada para a fabricação de tábuas, móveis e outras funções na área da construção civil. Sua árvore também é utilizada para fins ornamentais, tendo função paisagística. O seu fruto pode ser utilizado para a produção de licores, geleias, sucos, doces, vinagres e até mesmo vinho, além de ser consumida de forma in natura. Estudos realizados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) elaboraram uma farinha a partir da casca da jabuticaba com alto teor de manganês, antioxidante e fibras alimentares.

Que tal incluir a jabuticaba no seu café da manhã?

Geleia de jabuticaba

Foto: Freepik

Ingredientes: 

  • 1 kg de jabuticabas inteiras maduras sem os cabinhos e lavadas;
  • 1 litro de água ou a quantidade suficiente para cobrir as jabuticabas;
  • 1/2 kg de açúcar.

Modo de preparo: 

  1. Amasse as jabuticabas. Coloque-as em uma panela e cubra-as com água.
  2. Deixe ferver por uma hora e meia em fogo baixo e com a panela destampada. Retire a espuma que se formar na superfície.
  3. Após o período de uma hora e meia coe as jabuticabas utilizando filtro de papel ou de algodão, para separar os sólidos do líquido.
  4. Volte o líquido à panela, com a mesma medida de açúcar, e leve ao fogo. Ferva até o ponto de calda grossa. Guarde em potes.

Tempo de preparo: 3 horas  

Rendimento: Aproximadamente 500ml

Fontes:

Embrapa – Floresta. Valor Nutricional da Jabuticaba. Colombo – PR: Embrapa Floresta, [s.d.]. Disponível em: <https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/131711/1/2015-folder-jabuticaba-ef.pdf>. Acesso em: 9 ago. 2022.

Estadão. Geleia de jabuticaba. Paladar Estadão | Notícias e Receitas Gastronômicas. Disponível em: <https://paladar.estadao.com.br/noticias/receita>. Acesso em: 9 ago. 2022.

Jesus, N.; Martins, A. B. G; Almeida, E. J. et al. Caracterização de quatro grupos de jabuticabeira, nas condições de Jaboticabal-SP. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 26, n. 3, p. 482–485, 2004.

Pereira, R. C. Jabuticaba é bom pra quê? Conheça os benefícios da nossa joia nacional. Veja Saúde. Disponível em: <https://saude.abril.com.br/alimentacao/jabuticaba-e-bom-pra-que-conheca-os-beneficios-da-fruta/>. Acesso em: 9 ago. 2022.

Suguino, E. A cultura da jabuticabeira. São Paulo: APTA, 2012. Disponível em: <http://www.aptaregional.sp.gov.br/acesse-os-artigos-pesquisa-e-tecnologia/edicao-2012/janeiro-junho-2/1046-a-cultura-da-jabuticabeira/file.html>. Acesso em: 9 ago. 2022.

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Episódio 3 – SÁLVIA – Salvia officinalis L.

Conhecida por suas propriedades antissépticas, cicatrizantes, bactericidas, antioxidantes, adstringentes, antidiarreicas e anti-inflamatórias, a sálvia tem um sabor amargo e odor forte, muito apreciados tanto na culinária quanto na produção de fragrâncias para sabonetes e perfumes. Mas não são só os humanos que amam a sálvia: suas flores melíferas, de coloração entre branco e violeta, são muito procuradas pelas abelhas.

Características: A Salvia officinalis (L.), conhecida popularmente como sálvia, salva, salva-comum, salva-das-boticas, salva-ordinária, salva-dos-jardins, salva-mansa ou erva-santa, é uma planta originária da região mediterrânica oriental pertencente à família Lamiaceae ou Labiatae. É cultivada em vários países, medindo entre 20 e 80 cm de altura. É encontrada geralmente em áreas de clima temperado, onde há luz solar abundante, e se desenvolve bem em solos drenados e argilo-arenosos. Sua propagação é realizada por sementes. Apresenta folhas alongadas, de coloração entre o verde-claro e o acinzentado, textura levemente rugosa e bastante aromática, com flores melíferas de coloração entre branco e violeta, muito procuradas pelas abelhas.

Benefícios: É conhecida por suas propriedades antissépticas, cicatrizantes, bactericidas, antioxidantes, adstringentes, antidiarreicas, anti-inflamatórias e estrogênicas, indicada na síndrome do climatério, irregularidades menstruais e supressão da lactação. Estimula o apetite, e estudos comprovam melhorar a memória em idosos.

Usos: Suas folhas e sumidades floridas, de sabor amargo e odor forte são de uso condimentar e medicinal. É utilizada nas formas de infusão, tintura, pó, desodorante e como aromatizante de alimentos e fragrância para sabonetes e perfumes. 

Já pensou em incluir a sálvia na sua receita de nhoque?

Nhoque de mandioquinha com molho de manteiga e sálvia

Foto: Ziegler175/Wikimedia Commons

Ingredientes: 

  • 1,5 kg de mandioquinha (batata-baroa)
  • 2 gemas
  • 1 ¼ de xícara (chá) de farinha de trigo
  • 100 g de manteiga
  • 1 maço de sálvia
  • 1 colher (sopa) de sal
  • farinha de trigo para polvilhar a bancada

Modo de preparo: 

  1. Lave, descasque e corte cada mandioquinha em 3 pedaços. Transfira para uma panela grande e cubra com água. Leve ao fogo alto. Assim que ferver, diminua o fogo e deixe cozinhar por mais 15 minutos, até ficarem macias – espete com um garfo para verificar o ponto.
  2. Transfira as mandioquinhas para uma peneira e deixe escorrer bem a água. Sobre uma tigela, passe as mandioquinhas, ainda quentes, por um espremedor de batatas e tempere com o sal.
  3. Acrescente ¼ de xícara (chá) da farinha de trigo para resfriar a mandioquinha – isso evita que, ao incluir as gemas, elas cozinhem com o calor. Adicione as gemas e amasse bem. Junte o restante da farinha aos poucos, até dar ponto. Para verificar o ponto da massa: com as mãos limpas, separe uma porção da massa e tente modelar uma bolinha sem que grude nas mãos. A quantidade de farinha de trigo utilizada na receita pode variar. Evite adicionar em excesso, pois a massa ainda vai absorver farinha na hora de modelar.
  4. Para modelar os nhoques: polvilhe a bancada com farinha de trigo. Retire uma porção de massa e, com as mãos, faça rolinhos de cerca de 1 cm de diâmetro. Com uma faca (ou espátula) corte os rolinhos a cada 2 cm. Transfira os nhoques para uma assadeira grande (ou refratário) polvilhada com farinha e reserve. Repita o processo com toda a massa.
  5. Leve uma panela grande com água ao fogo alto. Unte uma assadeira grande com óleo. Assim que a água ferver, adicione 1 colher (sopa) de sal.
  6. Com uma escumadeira, mergulhe cerca de 10 nhoques por vez na água fervente. Deixe cozinhar até subirem à superfície. Retire os nhoques, escorrendo bem a água pela escumadeira e transfira para a assadeira untada com óleo. Cozinhe o restante dos nhoques e não despreze a água do cozimento – ela vai ser utilizada para fazer o molho.
  7. Leve uma frigideira grande, de preferência antiaderente, ao fogo médio. Quando aquecer, junte ½ colher (sopa) de manteiga e adicione cerca de 30 nhoques. Deixe por 1 minuto de cada lado para dourar por igual. Transfira para uma travessa e doure o restante dos nhoques, adicionando manteiga a cada leva.
  8. Depois que dourar todos os nhoques, diminua o fogo da frigideira para baixo e acrescente 4 colheres (sopa) de manteiga. Assim que derreter, junte as folhas de sálvia e deixe cozinhar por cerca de 1 minuto para perfumar. Desligue o fogo e acrescente 1 concha da água do cozimento do nhoque. Faça movimentos circulares com a frigideira para misturar e formar um molho liso – não mexa com uma espátula, a gordura da manteiga pode se separar do molho.
  9. Regue os nhoques dourados com o molho e as folhas de sálvia. Sirva a seguir.

Tempo de preparo: até 2 horas  

Rendimento: 4 porções

Fontes:

Brasil. Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Departamento de Apoio Técnico e Educação Permanente. Comissão Assessora de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. São Paulo: Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo, 2019. 4ª edição. 86 p. Disponível em: <http://www.crfsp.org.br/images/cartilhas/PlantasMedicinais.pdf>.

Garcia, C.S.C. Salvia officinalis (Lamiaceae) Lin.: caracterização química, atividade citotóxica e apoptótica em células de mamíferos [tese]. 2014. Disponível em:   <https://repositorio.ucs.br/xmlui/handle/11338/880>. Acesso em 17 ago 2022.

Instituto Federal Sul de Minas IFSULDEMINAS. Plantas Medicinais. Muzambinho-MG. 2022. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais. Disponível em: <https://www2.muz.ifsuldeminas.edu.br/plantasmedicinais/p93.html>. Acesso em 17 ago 2022.

LAPACIS/FCM/UNICAMP e col. Cartilha Plantas Medicinais. Botica da Família. SUS Campinas. Farmácia de Manipulação Municipal Botica da Família – SMS/PMC Grupo de Plantas Medicinais e Fitoterápicos – LAPACIS/FCM/UNICAMP. 1ª edição. 2018. Disponível em: <https://fitoterapiabrasil.com.br/biblioteca-virtual/cartilha-de-plantas-medicinaiscampinas-sp>. Acesso em 17 ago 2022.

Oliveira, H.B.M; Bastos, I. Plantas Medicinais e Aromáticas: do Cultivo ao Fitoterápico. Pouso Alegre: IFSULDEMINAS, 2015. 239p.

Panelinha. Nhoque de mandioquinha com molho de manteiga e sálvia. 2022. Disponível em: <https://www.panelinha.com.br/receita/Nhoque-de-mandioquinha-com-molho-de-manteiga-e-salvia>. Acesso 18 ago 2022.  

Rodrigues, V.G.S. Cultivo, uso e manipulação de plantas medicinais. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Centro de Pesquisa Agroflorestal de Rondônia. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Porto Velho. 2004.

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Episódio 4 – FLOR-DE-MEL – Salvia officinalis L.

Linda e saborosa, a flor-de-mel vai bem em saladas e pode ser utilizada como decoração comestível na confeitaria. Suas folhas têm um sabor que lembra a rúcula e a mostarda, e podem ser usadas em patês, pestos e também como condimento, a exemplo da salsa e do coentro. Ela pode ser utilizada ainda no tratamento de bronquites e doenças respiratórias.

Características: A flor-de-mel, também chamada de alisson, álisso, alyssum ou escudinha é uma planta pertencente à família Brassicacea, de até 20cm de altura e muito ramificada, com ramos finos e folhas pequenas em forma de lança, parecida com outras espécies igualmente comestíveis do gênero Lepidium (mentruz, mastruço). Na ponta dos ramos surgem as flores, pequenas e em grupos, muito perfumadas, mantendo-se floridas por meses e com coloração que pode variar entre roxa, rosa e amarela ou laranja. Suas flores abundantes exalam um aroma levemente adocicado (principalmente a de flor branca), similar ao mel, capaz de atrair insetos, como borboletas e abelhas. Adapta-se melhor a locais com temperaturas amenas, assim, é mais indicado seu cultivo na região Sul e em áreas de altitude na região Sudeste. É prioritariamente anual, mas é importante saber que a sua floração acontece principalmente na primavera e verão e permanece por alguns meses; porém, em locais quentes, pode ser cultivada e florescer o ano todo. É de fácil cultivo e multiplica-se facilmente por sementes. O plantio ideal é em canteiros, como forração, em jardineiras ou em bacias rasas. Tem preferência por terra bem adubada, rica em matéria orgânica e levemente úmida com boa drenagem, a pleno sol (pelo menos 5 horas de sol diário e direto) ou sombra parcial.

Benefícios: A flor-de-mel tem o mesmo efeito medicinal do mastruz para bronquites e doenças respiratórias e é utilizada como antiescorbútico, diurético e considerada como um adstringente no tratamento da gonorreia. Apesar de ser uma flor comestível, o sabor lembra o do brócolis ou o da mostarda, picante, podendo arruinar um doce se for usada como decoração de sobremesas.

Usos: É utilizada no paisagismo como forração sazonal e comercializada como flor, devido ao seu perfume doce. Fica muito saborosa em saladas e como decoração comestível na confeitaria. Suas folhas têm sabor que lembra a rúcula e a mostarda e podem ser usadas em patês, pestos e também como condimento, a exemplo da salsa e do coentro. A planta inteira pode ser consumida crua ou cozida, mas recomenda-se tirar o caule, que pode ser fibroso. As flores, depois de colhidas, murcham com facilidade, mas pode ser armazenada em caixas plásticas forradas de papel úmido em geladeira.

Que tal dar mais sabor e beleza aos seus canapés com a flor-de-mel?

Canapé vivo de ora-pro-nóbis com compota de batata doce, decorado com flor-de-mel

Foto: Ixitixel/Wikimedia Commons

Ingredientes: 

  • 10 folhas de ora-pro-nóbis
  • 2 batatas doces roxas médias
  • Açúcar a gosto
  • Água filtrada ou leite de coco (a gosto)
  • Flor de mel (para decorar)

Modo de preparo: 

  1. Colha e higienize as folhas de ora-pro-nóbis e as flores de mel.
  2. Cozinhe a batata doce roxa com casca até ficar macia.
  3. Descasque e amasse com espremedor de batata até virar purê.
  4. Em seguida, com ela ainda quente, coloque em uma panela com o açúcar a gosto e, opcionalmente, com água filtrada ou leite de coco.
  5. Deixe apurar por cerca de 5 minutos, até chegar na textura desejada, mais líquida ou mais cremosa, de comer com colher.
  6. Faça a montagem: coloque a compota sobre a folha de ora-pro-nóbis e decore com a flor-de-mel.

Tempo de preparo: 30 minutos  

Rendimento: 10 unidades

Fontes:

Sabor de Fazenda. Os encantos da flor-de-mel [site]. 2022. Disponível em: <https://sabordefazenda.com.br/os-encantos-da-flor-de-mel/>. Acesso 17 ago 2022.

Santos, C. Como plantar flor-de-mel. Casa Vogue. 2021. Disponível em: <https://casavogue.globo.com/Arquitetura/Paisagismo/noticia/2021/05/como-plantar-flor-de-mel-em-5-passos.html>. 

Ranieri, G. R. Flor de Mel ou Álisso. Disponível em: <http://www.matosdecomer.com.br/2016/07/flor-de-mel-ou-alisso.html>.

Ranieri, G. R. Matos de Comer: Identificação de plantas comestíveis. São Paulo: Ed. do Autor, 2021. Zago, M.; Durante, S. Flor-de-mel: conheça a planta que leva esse nome devido ao seu perfume. 2019. Disponível em: <https://revistacasaejardim.globo.com/Casa-e-Jardim/Paisagismo/noticia/2021/07/flor-de-mel-conheca-planta-que-leva-esse-nome-devido-ao-seu-perfume.html>. Acesso em 18 ago 2022.

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A Horta da Faculdade de Saúde Pública da USP, é um espaço-laboratório ao ar livre, que desde 2014, promove aulas práticas, mutirões, oficinas, compostagem de resíduos do refeitório e outras atividades educativas que juntam sustentabilidade e alimentação. Nela, pessoas da faculdade e visitantes cultivam alimentos a partir dos princípios agroecológicos em uma área de 450 m² com grande biodiversidade de plantas e insetos.

Já a Horta Nas Alturas cresce, enfeita, colore e perfuma o 17º andar do Sesc Avenida Paulista.


Autoria do texto: Projeto Horta Comunitária da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo – @hortafspusp – Adriana Fiorussi Higino, Leticia Machado, Raquel Nunes Silva, Samantha Marques Vasconcelos Bonfim e Cláudia Maria Bógus


Visite a Horta Nas Alturas do Sesc Avenida Paulista!

Foto: Igor Jatobá

Horário de Funcionamento:

Terça a Sexta – 10h às 21h30 (com agendamento)
Sábados, Domingos e Feriados – 10h às 18h30 (com agendamento)

Os ingressos são disponibilizados às sextas, às 12h, via aplicativo Credencial Sesc SP ou pelo sescsp.org.br/avpaulista (somente pelo computador) e permanecerão disponíveis enquanto houver vagas.
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