Ciência e tecnologia: tudo o que espaço pode nos oferecer

28/06/2022

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Você entra no carro e percebe que não tem ideia de como chegar naquele churrasco, marcado lá do outro lado da cidade. O que você faz? Simples, aciona o GPS! Um dos mais claros exemplos da astronomia aplicada.  

Juliano Righetto, um dos divulgadores científicos do nosso país, bateu um papo com o Sesc Birigui sobre esse e outros assuntos. Amante da astronomia, ele está à frente do canal “somos míopes porque somos breves”, que traz curiosidades sobre o mundo da ciência.  

“Há uma série de conquistas derivadas das pesquisas espaciais. Uma delas é o implante coclear, um tipo de aparelho usado por pessoas com deficiência auditiva. Seu inventor era um técnico da NASA que sofria de surdez e percebeu que os mesmos princípios que faziam funcionar os sensores de som e vibração dos foguetes poderiam ser aplicados às pessoas com deficiência auditiva. Deu certo.” 

Fora os inúmeros equipamentos que foram desenvolvidos ou aprimorados para o espaço, e que hoje fazem parte do nosso dia a dia. A lista é grande viu. Você sabia que o Wi-fi foi inventado por um grupo de radioastrônomos australianos no início dos anos 90? Sem falar da tecnologia das câmeras do celular, purificadores de água e vestimentas especiais para bombeiros. Até mineração de asteróides já é estudada hoje. 

Tudo isso faz da astronomia uma das ciências que possivelmente mais fascina. E apesar de todo esse êxtase pelos mistérios do Universo, a ciência parece não receber toda atenção que deveria, pelo menos não no Brasil. 

A astronomia, pelo menos aparentemente, não gera grandes rendas, então não há incentivo governamental para fomentá-la. É uma pena. Nós deveríamos investir em educação, criar trabalhadores mais qualificados. Um país sem cérebros está fadado a viver da dilapidação de seus recursos.” 

É a ciência que gera conhecimento, inovação e tecnologia pra todos nós aqui da Terra. Mas é preciso investir em divulgação científica pra fomentar mais pesquisas. 

“Com o tempo – e o investimento em educação – talvez venhamos a ser uma potência tecnológica também. Mas isto depende de colocarmos pessoas interessadas em fazer o país prosperar no governo, coisa que parece estar em falta ultimamente.” 

Brasil que está numa ótima posição no globo para o lançamento de foguetes. Juliano Riguetto cita que estamos aquém do que poderíamos. 

“A posição física do Brasil é extremamente favorável para o lançamento de foguetes até a órbita, já que o equador cruza o norte do país. Os lançamentos mais econômicos são feitos desta posição. Infelizmente… Não temos uma indústria espacial relevante. Mais uma vez, um desperdício. Enquanto não investirmos em educação, continuaremos a ser eternamente o país de um futuro que jamais chega.” 

Mas e aí? Será que falta muito para colocarmos o Brasil rumo à conquista do espaço?  

“Talvez com o início das operações da StarShip da SpaceX, o custo de subir ao espaço caia tanto que o governo comece a considerar a formação de astronautas. Teríamos que “alugar” foguetes americanos, claro… Mas já seria alguma coisa. “ 

A tecnologia espacial oferece facilidades ao mundo moderno, mas também desvenda a imensidão de onde vivemos. Há pelo menos vinte anos, imaginar planetas em torno de outros sóis era apenas ficção científica. Hoje, de forma surpreendente, a ciência confirma a possibilidade com centenas catalogados. Galáxias com estrelas gigantes, 2100 vezes maiores que o nosso sol.  

Nós não fomos feitos para entender escalas tão grandes… A estrela mais próxima de nós, Alpha Centauri, está a pouco mais de quatro anos luz de distância, e mesmo sendo a mais próxima, ela está IMENSAMENTE longe. 

Juliano Riguetto ainda faz um comparativo que deixa a gente ainda mais fascinado! Dá uma olhada nesses números!  

Se diminuíssemos a escala do Universo transformando unidades astronômicas, a distância do sol à Terra, em metros, o sol estaria a um metro de nós… E Alpha Centauri a DUZENTOS E TRINTA E OITO QUILÔMETROS. Outra comparação: se fosse possível caminhar até a Lua, o objeto mais próximo de nós, um ser humano demoraria VINTE E OITO ANOS. Até o sol? ONZE MIL ANOS! Nós realmente não fomos feitos para entender estes números. 


Texto: Pollyana Moda

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