Que fazer exercícios físicos faz bem para o corpo, ajudando a controlar a pressão arterial, por exemplo, é fácil intuir, certo?
Cada vez mais, porém, estudos mostram os benefícios da atividade física para a saúde mental. Para entender melhor esse mecanismo, batemos um papo sobre o assunto com Ricardo Muotri, especialista em educação física adaptada e saúde.
No início – ele explica -, a atividade física era pensada apenas como uma ação complementar, mas atualmente é possível pensar em tratamentos completos à base de exercícios: “As pessoas geralmente procuravam o exercício quando já tinham se esgotado as possibilidades. Ou quando essas possibilidades farmacológicas traziam uma série de efeitos colaterais. Aí para tentar minimizar esses efeitos, usava-se o exercício. Com isso, vimos que ele tinha um potencial muito além: tinha o efeito de tratar também. Hoje, uma depressão leve, em muitos casos, é tratada só com exercício”, afirma.
Ricardo participou da atividade O papel do exercício na qualidade de vida e prevenção da depressão, no Sesc Consolação, como parte da programação do Dia Mundial da Saúde. Abaixo, confira outros trechos que ele abordou na conversa:
1. Sedentarismo, estresse, ansiedade e depressão. Por que tudo isso vem aumentando?
A sociedade capitalista e as tecnologias trazem efeitos como o estresse e o sedentarismo. As pessoas estão cada vez mais imóveis e com dificuldade de enfrentar os problemas cotidianos, criando quadros de ansiedade e depressão:
2. De que forma a atividade física contribui para a saúde mental? Quais os mecanismos fisiológicos?
O exercício produz serotonina, uma substância capaz de agir no nosso centro de emoções, e que ajuda no combate à ansiedade e à depressão:
3. Como é possível reverter o quadro de sedentarismo e estimular a prática da atividade física?
A educação é a base de tudo. A educação física na escola está se desenvolvendo, mas ainda há uma dificuldade de transpor essa prática para a vida adulta. Seria importante termos uma ação conjunta de diversos setores da sociedade:
4. Toda forma de exercício é valida? Há uma frequência mínima?
A maioria dos exercícios recomendados são os aeróbios, de pouca intensidade e longa duração: caminhar, andar de bicicleta, nadar, por exemplo. Eles são mais recomendados pois são os mais estudados hoje. Qualquer que seja a prática, tem que estar vinculada ao prazer. Existem mil desculpas, mas sempre tem uma alternativa para fazer o que a gente gosta:
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