Foto: Divulgação | Cena da série de vídeos “Conexão Aldeia Tapirema”
Ouvir o vento e a chuva, os pássaros e a mata, os rios e o mar, a Terra. Esta escuta sensível que nos conecta com a natureza é parte dos modos de enxergar o mundo do povo Tupi Guarani da Aldeia Tapirema, situada entre as cidades de Peruíbe e Itanhaém, no litoral sul de São Paulo. Esta conexão é expressada de diversas maneiras pelos indígenas moradores da Aldeia Tapirema, por meio de experiências, ritos, práticas e manifestações culturais como expressões da língua tupi-guarani, as pinturas corporais e os grafismos indígenas, músicas, danças, a noção de tempo, a relação com o território e a ancestralidade, e diversos outros elementos que compõem os modos de vida de povos originários transmitidos por muitas gerações.
As invasões coloniais e a violência física e simbólica, que existe até hoje contra os povos indígenas no Brasil, ocasionaram a extinção de muitas etnias e com elas saberes ancestrais únicos e inestimáveis. Permanece urgente, e cada vez mais, a defesa dos direitos essenciais dos povos originários, especialmente no que diz respeito à manutenção e demarcação dos seus territórios, pois é nesta relação tão próxima com a natureza do local onde vivem, que os povos indígenas sustentam e desenvolvem sua cultura e seus modos de viver.
Localizada na Terra Indígena de Piaçaguera, a Aldeia Tapirema fica no bioma Mata Atlântica e ocupa uma área extensa desde a praia até o sertão, sendo uma das grandes responsáveis pela preservação daquela região. Os povos indígenas de Piaçaguera têm fortalecido a sua presença no território por meio de diversas iniciativas culturais e parcerias com instituições. Uma destas parcerias é com o coletivo “Cultive Resistência“, que organiza o projeto “Vivência na Aldeia” e realiza junto com as aldeias cursos e vivências que unem conhecimentos de permacultura com os saberes tradicionais indígenas.
Com as restrições por conta da pandemia de Covid-19, o trabalho da Aldeia Tapirema se concentrou no ambiente online e, em parceria com o Sesc São Caetano, foi elaborada a série de vídeos “Conexão Aldeia Tapirema”, que convida o público para um mergulho na cultura do povo Tupi Guarani. Todo o roteiro, direção e produção foram realizados pela Aldeia Tapirema conjuntamente com o coletivo Cultive Resistência, e as gravações seguiram todos os protocolos de segurança e cuidados em relação à Covid-19. A edição é do Juliano Angelim e a trilha sonora do Yramoi Djawé.
Essa é apenas uma das muitas atividades que lançam luz sobre as lutas, os modos de viver, e os ensinamentos dos povos indígenas na programação do Sesc São Paulo. O trabalho do Sesc junto aos indígenas se intensifica durante a realização do projeto “Abril Indígena”, mas acontece durante o ano inteiro, valorizando e difundindo a diversidade cultural desses povos no Brasil.
O Dia Internacional dos Povos Indígenas, celebrado em 9 de agosto, foi instituído pela Organização das Nações Unidas em 1994, destacando a importância dos povos originários e da defesa dos seus direitos. Este ano a data teve como foco da celebração os “cineastas indígenas”, que retratam e abrem as janelas para o conhecimento da diversidade cultural dos povos indígenas. Em 2021, o “Agosto Indígena” foi oficialmente incluído no calendário oficial do Estado de São Paulo.
Encerrando este mês de celebração, marcado pela luta e resiliência dos povos indígenas na busca e manutenção dos seus direitos, fica aqui o convite para assistir ou revisitar a série de vídeos “Conexão Aldeia Tapirema“, e também conhecer neste artigo um pouco mais sobre a história desta aldeia e de seus moradores. São conteúdos que nos conectam com saberes ancestrais valiosos e com ensinamentos essenciais que precisamos urgentemente aprender com os povos originários: saber ouvir a natureza, se inspirar nela, se conectar com ela e, antes de tudo, respeitá-la profundamente.
Para assistir todos os episódios é só acessar a nossa playlist no youtube.com/sescsaocaetano:
Fotos: Divulgação | Cenas da série de vídeos “Conexão Aldeia Tapirema”
Os moradores da Aldeia Tapirema – Vozes da Terra
Já há muito tempo, e a cada dia mais urgente, a humanidade necessita buscar uma reconexão com a natureza e a Terra, estabelecendo relações e modos de vida mais sustentáveis com o planeta, e também atitudes regenerativas diante dos enormes impactos já realizados pela ação humana nos ecossistemas. Os estudos em ecologia profunda mostram que o planeta funciona como um grande organismo vivo integrado e como os efeitos da ação humana estão desregulando este sistema causando efeitos catastróficos já evidenciados no aumento da temperatura global e nas mudanças climáticas, na extinção de espécies e diminuição da biodiversidade, na escassez dos recursos hídricos e, inclusive, no aumento da ocorrência de epidemias, dentre outros grandes impactos ambientais.
Os sinais são claros, e este chamado urgente pela consciência ambiental ecoa nas vozes dos mais de 300 povos indígenas no Brasil. Vozes há muito silenciadas ou ignoradas em suas reinvindicações e direitos humanos essenciais. Vozes que há muito clamam pelo respeito às florestas, aos rios, ao mar, aos animais, à Terra, e à própria vida humana que depende da conservação destes ecossistemas. Vozes que precisam muito ser escutadas, compreendidas e respeitadas, pois escutar as vozes indígenas é como escutar a própria voz da mãe Terra.
Então te convidamos para escutar algumas das vozes do povo Tupi Guarani, morador da Aldeia Tapirema, na cidade de Peruíbe, do litoral sul de São Paulo. Conversamos com os participantes da série “Conexão Aldeia Tapirema” e eles nos contaram um pouco mais das suas histórias de vida, das tradições, dos sonhos e das lutas do seu povo. São depoimentos que revelam uma trajetória de resiliência em defesa da sua cultura, do direito ao seu território e do respeito profundo aos antepassados e sobretudo à natureza.
Veja aqui trechos da conversa com o cacique Awá Tenondeguá dos Santos:
“… a gente gosta bastante de trabalhar com criança. Para poder plantar essa semente no coração de cada uma né… hoje eles têm um olhar diferente referente ao indígena… da importância que o indígena tem dentro de seu território… porque a gente é a esperança de muitos lá na frente… a gente preserva a natureza, cuida da natureza… e a natureza que a gente cuida não é só para gente. Mas sim pra um futuro dos nossos filhos… E os seus filhos também…”
“… lá na frente quando olhar pro lado e ver aquela selva de pedra, para todo lado concreto e nem um pé de árvore, vai ser muito triste, né! Então o indígena é muito importante hoje para manter a preservação da natureza!… Porque a gente cuidando da natureza, a gente vai manter esse futuro lá na frente. Porque a gente mostrando a nossa realidade, a nossa luta cotidiana as pessoas vão ter um pouco mais de consciência né ?!…”
“…Hoje é virtualmente, né! Mas eu fico muito alegre quando a pessoa escreve num comentário ou quando está aqui na comunidade, dentro da aldeia, e chega para mim e fala: – Vocês mudaram a minha vida, vocês mudaram meu jeito de ver a vida… porque a vida é saber viver né! É você poder parar um minuto, é sentir um pouco do vento, escutar o som dos pássaros! A gente tenta mostrar isso nas nossas transmissões, né?…”
Veja aqui trechos da conversa com Catarina Delfina dos Santos (Kunhã Nimbopyruá):
“Pra resgatar as terras de Piaçaguera eu tive um sonho alguns anos atrás… sabendo da história da aldeia, então eu vim resgatar a terra trazendo o meu povo… porque há muitos anos já era dos indígenas… a luta foi grande… mas com a ajuda dos antepassados… a gente ficou firme durante 17 anos onde foi construída a escola, a saúde indígena e tudo mais…”
“… A importância é muito grande, porque nós não tínhamos mais terra perto do mar e os meus antepassados valorizavam muito estar perto do mar. Aonde nós temos muita força espiritual!… E hoje nós viemos para cá e estamos… reforçando a nossa cultura, a língua, os cantos e a tradição indígena Tupi-guarani…”
“…A importância da nossa cultura, ela é tradicional… é milenar. E sabendo da cultura da qual eu vivi desde quando eu nasci… quero passar um pouco para os meus filhos e para os meus netos… reforçando então a sua identidade.”
Veja aqui trechos da conversa com Guaciane da Silva Gomes (Kunhã Nimboatsy Dju):
“…já faz 9 anos que eu estou na área da educação… É muito importante, é a nossa identidade. Porque com isso, com a língua, com o cântico, a gente está fortalecendo a nossa cultura…”
” Um ponto importante é o respeito que a gente tem com as crianças. E com isso eu acho que a educação é diferenciada né?… a gente passa o dia, a maioria do tempo com as crianças… somos os espelhos da criança… então a criança aprende olhando né… vivenciando a cada dia… que a gente não está só dentro da sala de aula, mas vivenciando conosco também, junto, no coletivo né?…”
“… Nós preservamos muito, e respeitamos muito a natureza. Eu acho que caminha junto, né? Nós junto com a natureza. Pra preservar, pra cuidar, né! Que esse é o nosso bem maior: a natureza!”
“…a alegria é poder estar junto com eles. Tanto dentro da sala de aula quanto fora da sala de aula! E preparar eles, né, para estudar fora, de eles ter uma outra visão mas também não esquecer da sua identidade, da sua raiz. Então essa é minha maior alegria, de estar junto com eles. De poder passar os conhecimentos da nossa cultura e de fortalecer…”
Veja aqui trechos da conversa com Mimby Mirim dos Santos:
“…eu comecei a praticar, e já faz mais ou menos uns 15 anos que eu pratico… acredito que é um dom que Nhanderu me deu, que sempre quando eu faço pintura corporal sempre vem uma pintura diferente…”
“…eu acredito que tudo da nossa cultura, tudo vem da natureza… tudo que a gente faz é em respeito à natureza… artesanato, pintura, tudo vem da natureza, dos animais né?!… …a gente usa muito os desenhos tudo da natureza, as árvores… É importante né a gente sempre estar respeitando a natureza e estar passando para outras gerações para elas continuar respeitando tudo isso…”
… a dificuldade que a gente tem aqui é por morar perto da cidade a gente sempre está em luta… porque cada dia mais estão tentando tirar a gente daqui né, isso é um desafio… que a gente tem que estar lutando com isso… pelo pedacinho de terra que a gente tem… e a alegria que cada dia que passa a gente tá aqui ainda… estamos aí lutando para manter a aldeia, para manter a cultura e estar passando isso para as crianças… que desse jeito as crianças futuramente, elas também vão estar aí na luta… e isso sempre pra nós é um motivo de muita alegria… ver as crianças aqui com nós aprendendo”
Veja aqui trechos da conversa com Naron da Silva Santos:
“…Tudo da cultura indígena eu aprendi aqui. Porque foi uma coisa que eu comecei do zero a praticar a minha cultura… respeitar a natureza, os alimentos tradicionais… que nem o grafismo que faz parte da cultura…”
“…Eu vim sem saber de nada. E hoje já sei muita coisa. E o que eu aprendi eu já posso passar para aqueles que vão vir ainda…”
“…a minha maior dificuldade foram as críticas… E essa é a grande dificuldade… de você ter um apoio. Às vezes até mesmo dentro da comunidade porque isso vem perdendo há muito tempo já. E aqui eu encontrei pessoas que preservam isso e por isso eu estou aqui…”
Foto: Divulgação | Cena da série de vídeos “Conexão Aldeia Tapirema”
A língua tupi-guarani – Os saberes ancestrais de um povo
Peruíbe, Itanhaém, Anhanguera, Jacaré, Urubu, Capivara, Paçoca, Araçá, Biju, Jururu! São muitas as palavras que utilizamos na língua portuguesa e que têm sua origem nas línguas indígenas. Já parou para pensar em quantas palavras de origem indígena estão presentes em nosso cotidiano? Nomes de cidades, plantas, frutas, animais e comidas que falamos sem nos darmos conta dos saberes ancestrais que estão guardados em cada uma delas.
Nos vídeos da série “Conexão Aldeia Tapirema” a professora indígena Guaciane, com uma ajuda especial das crianças da aldeia, nos ensina um pouco sobre a língua tupi-guarani falada por seu povo. E numa roda de conversa ao redor do fogo com a presença também do cacique Awá Tenondeguá e da Catarina, uma das primeiras moradoras, conhecemos algumas expressões em tupi-guarani mais utilizadas e aprendemos palavras e expressões em português que são derivadas do tupi-guarani.
Maraim derery? Reiko porã? Mamo derendapy? Mba’ewá redjapotsé? Sabe o que significam estas perguntas? São expressões em tupi-guarani para perguntar o seu nome, se você está bem, onde mora e o que gosta de fazer. São muitas as línguas faladas pelos povos originários, e cada uma delas revela uma forma diferente de compreender e descrever o mundo. Esses saberes únicos, que estão em constante ameaça, guardam a expressão de um modo de pensar construído ao longo de várias gerações.
Para a professora indígena Guaciane, ensinar a língua tupi-guarani e os saberes tradicionais para as crianças na Aldeia Tapirema é manter viva a cultura de seu povo. O tupi-guarani trata-se de uma família linguística riquíssima que abarca diversos grupos e regiões da América do Sul e, neste caso da Aldeia Tapirema, trata-se de um dos 270 idiomas ainda preservados.
Como destaca Guaciane, o aprendizado das crianças indígenas não se restringe à sala de aula, mas acontece também nas brincadeiras, na casa de reza, numa trilha, nas tarefas diárias, numa roda de conversa com os mais velhos. A criança na aldeia aprende e desenvolve sua cultura em contato direto com as experiências e a natureza do local. O ato de contar histórias por exemplo é uma prática muito antiga e, no caso dos povos indígenas, configura-se como um ato de resistência e de preservação identitária. Por meio dessa tradição, muito baseada na oralidade, os povos conseguem preservar e desenvolver seus saberes, crenças e modos de viver. Frente aos riscos de extinção que essas línguas ainda sofrem, esta prática intergeracional de troca de conhecimento, muitas vezes baseada na oralidade, permanece de fundamental importância para a manutenção das raízes culturais e revela o respeito à ancestralidade.
Foto: Divulgação | Cena da série de vídeos “Conexão Aldeia Tapirema”
As pinturas corporais e os grafismos indígenas – Entre sonhos e formas da natureza
Realizadas em momentos de festa ou de luta, as pinturas corporais e os grafismos indígenas são manifestações artísticas e espirituais que revelam conhecimentos tradicionais em profunda conexão com a natureza. Suas linhas, cores e formas se inspiram nas plantas, nos animais e em sonhos. As formas geométricas no casco de uma tartaruga, as linhas na folha de uma árvore, as cores na pele de uma cobra, os desenhos nas penas de um pássaro. Toda a natureza é fonte de inspiração e significado para os grafismos.
“A pintura dá força espiritual e de proteção. Cada pintura sai de forma diferente em cada pessoa, de acordo com a necessidade espiritual de cada um.” – Guaciane, professora indígena na Aldeia Tapirema.
Nos vídeos da série “Conexão Aldeia Tapirema” sobre as pinturas corporais e os grafismos indígenas, os jovens Naron e Mimby nos convidam para conhecer um pouco mais sobre esta arte tradicional realizada por eles. Além das histórias, inspirações e significados dos grafismos utilizados, eles nos ensinam também quais as ferramentas necessárias para a produção das tintas e todo o processo realizado para extrair as cores mais utilizadas: o preto do jenipapo e o vermelho do urucum.
Os detalhes na realização de uma pintura corporal são ensinados por Mimby Mirim (nome que significa em tupi-guarani: “flauta sagrada”) com a ajuda do Naron, que também está aprendendo e desenvolvendo esta arte tradicional. Mimby é artista indígena que faz pinturas com jenipapo desde os 17 anos. Iniciando com pinturas simples, ele foi aperfeiçoando-se e criando sua própria identidade por meio da observação da natureza e dos sonhos. Ele compartilha seus conhecimentos sobre grafismo e pintura com as crianças e os visitantes da Aldeia Tapirema, buscando sempre referência nos mais velhos.
Foto: Divulgação | Coletivo Cultive Resistência
A Aldeia Tapirema: O retorno à Terra Indígena de Piaçaguera
A Aldeia Tapirema localiza-se na Terra Indígena de Piaçaguera, entre as cidades de Peruíbe e Itanhaém, litoral sul de São Paulo, no bioma da Mata Atlântica. Ela ocupa uma área extensa desde a praia até o sertão, sendo uma das grandes responsáveis pela preservação daquela região.
Conforme as informações da Comissão Pró-Indio de São Paulo, a Terra Indígena de Piaçaguera é morada de 358 índígenas que se autodenominam Tupi Guarani. Vivendo em onze aldeias, ocupam uma área de 2.773,7978 hectares no município de Peruíbe. A trajetória dos Tupi Guarani de Piaçaguera é marcada por resistência, luta e a busca por viver de acordo com sua cultura em um contexto bastante adverso.
O processo de demarcação da Terra Indígena de Piaçaguera consumiu muitos anos. A demarcação de Piaçaguera foi homologada em 2016 e registrada em cartório no mesmo ano. Em 2018, a terra foi registrada na Secretaria do Patrimônio da União, finalizando o procedimento de regularização fundiária. É uma área bastante preservada, onde apenas 11% de seu território encontra-se desmatado, mas que está sob constante ameaça por conta das atividades desreguladas de turismo e os empreendimentos ligados ao setor turístico, de infraestrutura portuária e de energia.
Como pode-se ver no mapa abaixo, Piaçaguera é cercada por habitações e estruturas das áreas urbanas dos municípios de Peruíbe e Itanhaém. A Terra Indígena é cortada pela rodovia Manoel da Nóbrega de movimento intenso e alvo de ocupações irregulares e da visitação não autorizada de turistas.
Outra fonte importante de informações sobre este tema é o Mapa Guarani Digital, uma plataforma interativa e colaborativa que tem por objetivo sistematizar e disponibilizar informações sobre a situação territorial dos povos Guarani por meio de um sistema de dados georreferenciados projetados sobre imagens aéreas. Pretende-se que esse sistema seja alimentado de maneira descentralizada por uma rede de lideranças indígenas e parceiros articulados em torno do monitoramento da regularização das Terras e das reivindicações fundiárias dos Guarani.
A Terra Me Disse
“A Terra Me Disse” é um documentário realizado sobre os primeiros dias na recém-formada Aldeia Tapirema. Na verdade, vai além disto, o filme conta algumas histórias deste povo, destas famílias, seus sonhos e sua resistência para proteger a natureza. Os depoimentos contam que esta terra foi diversas vezes invadida e tomada do seu povo e, agora, eles voltaram para ficar e para mostrar que a luta pela terra é a luta pela vida.
Fotos: Divulgação Edições Sesc SP e Sesc TV
Os povos indígenas na programação do Sesc São Paulo
Segundo informações do Instituto Socioambiental – ISA, estima-se que atualmente vivam mais de 5 mil povos indígenas em nosso planeta, somando-se uma média de 370 milhões de pessoas. De acordo com o censo de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, aqui no Brasil, vivem cerca de 305 etnias, falantes de mais 274 línguas e dialetos.
Durante o projeto “Abril Indígena”, o Sesc intensifica as atividades que trazem como tema as lutas, os modos de viver, e os ensinamentos dos povos indígenas. Mas isso não significa que esses assuntos são abordados pelas unidades apenas neste mês. O trabalho junto aos povos indígenas acontece durante o ano inteiro, valorizando e difundindo a diversidade cultural desses povos no Brasil. Por meio de rodas de conversa, manifestações culturais, apresentações artísticas, oficinas e momentos de convivência, esta iniciativa busca possibilitar que público tenha contato com a diversidade relativa a diversos povos, desenvolva a relação de alteridade, e perceba as pessoas indígenas como ativas cidadãs brasileiras, potentes defensoras de direitos que visam à construção de uma sociedade mais equitativa, democrática e humana. Para relembrar alguns dos conteúdos que trazem os povos indígenas como protagonistas acesse: sescsp.org.br/abrilindigena
É importante destacar que o Sesc também tem se dedicado ao longo dos últimos anos na realização de diversas publicações com a temática indígena por meio das Edições Sesc e a produção e veiculação de filmes documentários no canal do SescTV.
Cada vez mais os povos indígenas se apropriam das novas tecnologias, como as redes sociais, para narrar e divulgar suas próprias histórias e organizar suas lutas. Essa realidade é muito importante para fortalecer a nossa diversidade cultural e, ao mesmo tempo, alertar a sociedade dos riscos de genocídio que muitas dessas comunidades ainda enfrentam. Assim, com as produções literárias e audiovisuais indígenas conhecemos um pouco mais das diferentes culturas dos povos originários, e das suas histórias de luta e resistência.
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