Conexão Punk RS-SP

24/08/2022

Compartilhe:

Por Luciana Tomasi*

A cena punk de Porto Alegre começou muito solitária. Ouvíamos os discos dos “Sex Pistols” e do “The Clash”, tentávamos nos informar sobre outras bandas, mas parecia tudo bem distante. Em 1984, quando “Os Replicantes”, de quem fui produtora e depois tecladista, começaram a fazer seus primeiros shows (ao mesmo tempo que aprendiam a tocar), percebemos que no público havia gente parecida conosco, que estava atrás de um rock minimalista, enérgico e transgressor. E outras bandas gaúchas começaram a aparecer.

Os Replicantes – O Futuro é Vortex

Fui pra São Paulo pra divulgar o nosso compacto, em 1985, e ali percebi uma cena punk mais presente, inclusive com algum espaço nas rádios alternativas. Mas a nossa grande ponte com o punk paulista foi em 1986, quando lançamos “O futuro é Vortex”, e conhecemos o “Cólera”, liderado pelo Redson. Além de ser um grande músico, ele era também distribuidor de discos, via caixa postal, num esquema parecido com o que tínhamos montado em Porto Alegre.

Clipe “Nicotina” dos Replicantes, dirigido por Luciana Tomasi.

Ficamos amigos, e o “Cólera” abriu dois shows nossos no Teatro Jardel Filho. Depois ainda tocamos juntos no interior, com eles e com outras bandas (como os “Garotos Podres”). Tivemos até direito a uma treta inesquecível, num show coletivo com o “Cólera” e o “365”, em Embu. Houve um desentendimento entre um integrante do “365” e a galera local, que cercou o nosso ônibus atrás do cara (que já tinha voltado pra São Paulo quando a coisa ficou feia). Resultado: vidros do ônibus quebrados e alguns sustos. Mas todos sobrevivemos. Voltamos muitas outras vezes a São Paulo, que é o berço do punk brasileiro, e sempre fomos muito bem recebidos. Salve São Paulo! Salve os punks paulistas!

https://youtu.be/sBAJkwwNddo
Clipe “O Surfista Calhorda” dos Replicantes, estrelado por Luciana Tomasi.

Luciana Tomasi: uma das fundadoras do movimento punk anarquista gaúcho com a banda “Os Replicantes”. Dirigiu o primeiro clipe de uma banda punk “Nicotina” e foi atriz do clipe “O Surfista Calhorda”. É uma das fundadoras do cinema super-8 no Brasil. Dirige a produtora de cinema Prana Filmes. Lado A: jornalista, cineasta, escritora, produtora cultural. Lado B: professora de yoga, meditação e mãe de três filhas.

Festival | 1, 2, 3, 4 – O Punk Segue Muito Vivo 

Terça, 6 de setembro 
Charlotte Matou Um Cara – Participação de Iéri (Bulimia) – às 20h30. 
In Venus – Participação de Rafael Nyari – às 21h15. 

Quinta, 8 de setembro 
Ratas Rabiosas
 – Participação de Lê (Gritando HC) – às 20h30. 
Flicts – Participação de Ariel (Restos de Nada) – às 21h15. 

Sexta, 9 de setembro 
Black Pantera
 – Participação de Rodrigo Lima (Dead Fish) – às 20h30. 
Devotos – Participação de Clemente (Inocentes) – às 21h15. 

Sábado, 10 de setembro 
As Mercenárias – Participações de Jonnata Doll e Juliana R. – às 20h30. 
Devotos – às 21h15. 

Domingo, 11 de setembro 
As Mercenárias – Participações de Jonnata Doll e Edgard Scandurra  – às 17h30. 
Black Pantera – às 18h15. 


Onde: Arte II – 13° andar. 
Classificação: 18 anos. 
Capacidade: 150 lugares. 
Ingressos: R$30,00 (inteira), R$15,00 (Meia: estudante, servidor de escola pública, + 60 anos, aposentados e pessoas com deficiência) e R$9,00 (Credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes). Venda limitada a dois ingressos por pessoa.  

Conteúdo relacionado

Utilizamos cookies essenciais para personalizar e aprimorar sua experiência neste site. Ao continuar navegando você concorda com estas condições, detalhadas na nossa Política de Cookies de acordo com a nossa Política de Privacidade.