Para celebrar a riqueza e a diversidade gastronômica brasileira, com protagonismo às histórias, aos saberes e aos temperos de chefs de cozinha da periferia de São Paulo, o Sesc Pompeia e a Gastronomia Periférica apresentam o Cozinha da Quebrada. O projeto reúne nove chefs, que apresentam suas cozinhas, ensinam suas receitas e convidam o público a experimentá-las pessoalmente no Sesc Pompeia.
Responsável pela co-curadoria, a Gastronomia Periférica é uma escola de gastronomia social, que, além de formar profissionais de cozinha, oferece alternativas de mudanças efetivas de realidades pessoais e coletivas, por meio da criação de um projeto de vida e empregabilidade.
A primeira chef a abrir as portas de seu restaurante para nos receber é a Tia Nice. Ela nos ensina que “além do alho, cebola e óleo, você tem que ter o tempero da fé”. À frente do restaurante Organicamente Rango, localizado dentro da Agência Solano Trindade, na Vila Pirajussara, zona sul, Tia Nice é muito importante dentro e fora da cozinha. Durante a pandemia, produziu mais de 20 mil marmitas, que foram doadas para pessoas das comunidades do seu entorno. As receitas preparadas pela chef são ossobuco com polenta mole e creme de mandioquinha com grão de bico.
À frente do Barraco Gourmet, a chef Tati Rodrigues encontrou na comida uma forma de cuidar dos outros. O Barraco Gourmet surgiu de uma paixão dela, que sempre amou cozinhar e alimentar as almas das pessoas. “Comida é afetiva, seja ela qual for”, afirma. O cardápio da chef para o Cozinha da Quebrada inclui dois pratos e sobremesa: costelinha defumada com molho agridoce e cuscuz com ovo, nhoque de abóbora, e gelatina de hibisco com morango.
Dona de um restaurante que promove um resgate à ancestralidade por meio da gastronomia, a chef Priscila Novaes, do Kitanda das Minas, localizado na Bela Vista, nos apresenta uma culinária afro-brasileira. A chef conta que esteve no continente africano e que conheceu de perto as quitandeiras de Angola e Luanda, por exemplo. “São uma inspiração pra mim”, afirma. O cardápio dela inclui rabada na cerveja preta, bobó de cogumelos e farofa de castanhas, e um acaçá com rapadura de sobremesa.
O chef Alexandre Lima comanda o Restaurante Mexicano, localizado em São Bernardo do Campo, no Bairro dos Casas, que foi o primeiro restaurante mexicano na periferia de São Paulo a levar o nome de Mexicano da Rua. Na série, ele nos conta um pouco da história do seu negócio e de como se apaixonou pela cultura e gastronomia mexicana. “A culinária mexicana traz uma particularidade do amor pelo que você está fazendo”, diz o chef, que ensina a preparar chilli de carne, quesadilla de queijo com pico de gallo e churros de doce de leite.
No quinto episódio do Cozinha da Quebrada, você conhece o chef Anderson Gaudêncio, que comanda o Ybrasa – Açaí e Smashburger, restaurante localizado na Vila Guarani, na zona sul. Formado em engenharia elétrica, ele exerceu a profissão ao longo de 20 anos até decidir mudar completamente de carreira. Seu processo de profissionalização para a nova empreitada envolveu uma passagem pelo Gastronomia Periférica. Anderson recorda do primeiro contato com a culinária: “Meus pais tiveram que sair, deixaram a vizinha cuidando de mim e aí eu enganei a vizinha para fazer uma omelete. Essa foi minha primeira experiência na cozinha”. O menu preparado pelo chef inclui hamburguer misto de carne bovina e suína, hamburguer vegetariano de berinjela e pudim de cupuaçu.
O chef Seu Zé abre as portas do seu bar e restaurante, o Zé Batidão, no Jd. São Luiz, para nos contar um pouco da sua história de vida e os segredos da sua culinária. Para além das muitas delícias preparadas na cozinha, o Zé Batidão também é berço cultural da zona sul de SP. Lá acontece o Sarau da Cooperifa, um dos mais famosos saraus do país, que, junto ao samba com feijoada e a outras atividades artísticas, reúne centenas de pessoas semanalmente. Seu Zé relembra com emoção da sua chegada a São Paulo – ele nasceu em Minas Gerais –, do começo na gastronomia e de como realizou o sonho de ter o seu próprio bar e restaurante. “Enquanto você tiver humildade, você cresce na vida. Se quando você crescer, deixar o orgulho subir, aí já era”, ressalta. Ele ensina pratos famosos do Zé Batidão: escondidinho de carne seca e de legumes e bolinho de abóbora com carne seca.
A chef Dona Rita, de Embu das Artes, que atua como chef independente nos presenteia com sua gastronomia focada na culinária africana. “Eu trago comida afroancestral”, diz a chef. “Eu conheci minha bisa, minha tata e minha vó. Então eu via elas bordando, cozinhando, então com 12 anos já sabia cozinhar”. Após vir para São Paulo, aos 17 anos, Dona Rita se formou enfermeira e atuou 41 anos na área da saúde. Depois disso, se tornou empreendedora da gastronomia e já rodou diversos festivais e feiras gastronômicas, se tornando um sucesso. O menu da chef inclui xinxim de galinha, matapa (vegetariano), abará e cocada de colher.
Com um restaurante no quintal de sua casa, a chef Renata Pereira, do Café Quintal de Casa, em Emerlino Matarazzo, uniu o amor em cozinhar com o prazer de receber bem as pessoas, abrindo o seu próprio restaurante. Inspirada nos pratos de sua avó, ela traz um cardápio cheio de afetividade e sabor: sobrecoxa na cerveja, cuscuz e dadinho de tapioca com géleia de pimenta.
Em breve, teremos o último episódio. Enquanto isso, conheça a trajetórias dos chefs e aprenda as receitas preparadas por eles:
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