02/03/2023
A pesquisadora, doutora em Meios e Processos Audiovisuais pela Escola de Comunicações e Artes (ECA/USP) e professora do Programa de Pós-Graduação em Imagem e Som da UFSCar Margarida Adamatti estará aqui nos sábados, de 11/3 a 1/4, para o curso As cineastas pioneiras no Brasil.
As aulas abordam a presença das mulheres no meio cinematográfico brasileiro entre o cinema silencioso e os anos 1950 e o trabalho feminino na atuação, montagem, roteiro e direção. O curso oferece, ao mesmo tempo, a análise da obra das cineastas pioneiras no Brasil e um estudo comparativo com o contexto cinematográfico nacional e com os filmes das diretoras de outros países.
Procurando resgatar esta trajetória das primeiras diretoras de cinema do Brasil, o curso fomenta o contato com os filmes e contribui com a análise da linguagem audiovisual empregada, visando a formação do público. O principal objetivo é oferecer aos interessados o conhecimento histórico detalhado da produção feita por mulheres no Brasil, e, ao mesmo tempo em que aprofunda o estudo específico da obra de cada cineasta. Busca-se também habilitar os participantes a analisar os filmes de maneira crítica em relação à linguagem cinematográfica e às temáticas do feminino.
Conheça abaixo os temas a serem abordados em cada aula.
A primeira aula, do dia 11/3, aborda a trajetória da primeira cineasta brasileira, Jacyra Martins Silveira, e a realização de seu primeiro e único filme, O mistério do dominó preto (1931), na Epica Film. O debate proposto tem como foco o contexto de produção do cinema silencioso brasileiro, a representação da mulher na cinematografia do período, a temática escolhida por Verberena para seu filme de estreia, a escolha pela adaptação literária e a recepção crítica ao filme. Através do quadro comparativo com as diretoras do cinema estrangeiro, um dos objetivos é aprofundar quais eram as possibilidades para a atuação feminina no meio cinematográfico silencioso brasileiro.
No dia 18, a aula é dedicada a analisar a produção conjunta de Carmen Santos como cineasta, produtora e atriz, tendo como fonte as obras preservadas, os filmes perdidos, os trechos remanescentes e os projetos não finalizados. Será examinada a trajetória de Santos como atriz durante o período silencioso, sua passagem pela Cinédia e o trabalho desenvolvido em sua produtora, a Brasil Vita Film, como diretora de Inconfidência Mineira (1938-1948) e como atriz nos filmes de Humberto Mauro. A atuação de Carmen em prol do cinema brasileiro, os debates sobre o cinema educativo estão entre os tópicos abordados, dando especial atenção às temáticas femininas escolhidas pela estrela-cineasta-produtora.
No penúltimo encontro, o objetivo da aula será examinar a filmografia e a trajetória de Gilda de Abreu no cinema (1936-1977). Como profissional multifacetada, Gilda atuou em diferentes mídias desde sua estreia artística como atriz em 1933. Abreu foi cineasta, escritora, dramaturga, autora de radionovelas, cantora lírica, empresária. Seu filme de estreia, O Ébrio (1946), se tornou um dos maiores sucessos de bilheteria da história do cinema brasileiro. A aula destaca a atuação intermidiática de Gilda de Abreu por diferentes mídias, a longa parceria com seu marido, o famoso cantor Vicente Celestino, e a análise dos filmes O Ébrio e Coração materno (1951).
A aula do último sábado, 1/4, traça um panorama comparativo entre a produção dos estúdios paulistas, a proposta do cinema independente e os filmes da cineasta Maria Basiglia. Desde o final dos anos 1930, Maria Basiglia trabalhava como roteirista. Ela dirigiu dois filmes na Itália antes de vir ao Brasil, onde fundou sua produtora, a Paulistania Film. A aula analisa O pão que o diabo amassou (1958) e busca realçar o trabalho feminino atrás das câmeras e as mudanças na representação da mulher nos filmes.
Possui doutorado em Meios e Processos Audiovisuais pela Escola de Comunicações e Artes (ECA/USP). Pós-Doutora pela Universidade Federal de São Carlos. É professora do Programa de Pós-Graduação em Imagem e Som da UFSCar. Formada em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Cásper Líbero, concluiu o mestrado em Ciência da Comunicação na ECA/USP. No doutorado pesquisou a crítica de cinema do jornal alternativo Opinião (1972-1977), com especial atenção ao frentismo cultural, às discussões internas da esquerda, às metodologias desenvolvidas pelos críticos de cinema, demonstrando como as ferramentas da estética e da política se fazem presentes como estratégia contra o regime militar. No mestrado, estudou a produção do star system brasileiro dos anos cinquenta, especialmente o da Vera Cruz e da Atlântida, a partir das relações entre crítica de cinema, studio system e as revistas de fãs A Cena Muda e Cinelândia. É pesquisadora dos Grupos de Pesquisa CNPQ: História e Audiovisual: circularidades e formas de comunicação (ECA-USP), Cinemídia – Grupo de Estudos sobre História e Teoria das Mídias Audiovisuais (UFSCar), CineArte – Cinema, análise fílmica e experiência intelectual (UAM). Autora do livro Crítica de Cinema e repressão: estética e política no jornal alternativo Opinião (Ed. Alameda/Fapesp, 2019) e uma das co-organizadoras dos seguintes livros Cinema e História: circularidades, arquivos e experiência estética (Sulina/CNPq, 2017), Cinema, estética, política e dimensões da memória (Sulina/Fapesp, 2019) e Cinema, estilo e análise fílmica (Appris, 2020).
Com Margarida Adamatti
11/3 a 1/4, sábados, 10h30 às 12h30
Espaço de Tecnologias e Artes (1º andar)
16 anos. Grátis
Inscrições a partir das 14h do dia 7/3, enquanto houver vagas, no aplicativo Credencial Sesc SP ou no site centralrelacionamento.sescsp.org.br.
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