Decolonização é o tema da 3ª edição do DH Fest – Festival de Cultura em Direitos Humanos com atividades no CineSesc, Sesc Santo Amaro e plataforma Sesc Digital

16/11/2023

Compartilhe:

De 6 a 10/12, o festival celebra os Direitos Humanos em filmes, apresentação musical, roda de conversa, encontro e debate

Cinema, música e reflexão em torno do termo decolonização compõem a programação do 3º DH Fest – Festival de Cultura em Direitos Humanos, que acontece de 6 a 10 de dezembro na cidade de São Paulo e na plataforma de streaming Sesc Digital. A proposta do evento, gratuito, é divulgar e discutir, através de manifestações artísticas, as diversas temáticas relacionadas aos direitos humanos.

Decolonização é o tema geral da terceira edição do festival. A programação trará filmes brasileiros recentes sobre o legado de Grande Otelo e Ruth de Souza, além de encontros que discutem as relações de território e identidade cultural. O Bloco Afro Ilú Obá de Min fará uma experimentação musical junto à exibição simultânea do clássico “A Paixão de Joana D’Arc” (1928), do cineasta Carl Dreyer.

O evento celebra os 75 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, estabelecido em 10 de dezembro, e é uma realização do Instituto Vladimir Herzog, Pardieiro Cultural e Sesc São Paulo.

DH Fest no Cinesesc

A abertura do festival acontece no Cinesesc com a exibição do longa-metragem “Othelo, o Grande”. Inédito, o documentário foi premiado em festivais e conta sobre a vida de Grande Otelo, um dos maiores atores e comediantes brasileiros.

DH Fest no Sesc Santo Amaro

A roda de conversa “Terra: Antologia Afro-Indígena” é a primeira programação do festival no Sesc Santo Amaro. O encontro reúne Makota Kidoialê, liderança do Kilombo Urbano e Candomblé Manzo Ngunzo Kaiango (MG), e Oreme Ikpeng, ativista indígena e conselheiro da Rede de Sementes do Xingu (MT), com a proposta de discutir as múltiplas relações da terra com a identidade cultural, a ancestralidade e os saberes tradicionais, a partir das perspectivas dos quilombos e dos territórios indígenas. A mediação é da editora, pesquisadora e tradutora Fernanda Regaldo.

clique e saiba mais
clique e saiba mais

A sessão especial do longa-metragem “Diálogos com Ruth de Souza”, acontece em 8/12, sexta-feira, às 19h30, será seguida de debate com a diretora, Juliana Vicente e a pesquisadora, roteirista e crítica de cinema Viviane Pistache. Vencedora do prêmio de melhor direção de documentário no Festival do Rio, a obra retrata a trajetória da atriz que é considerada como uma das primeiras referências para artistas negros na televisão e no cinema.

O Bloco Afro Ilú Obá De Min, um coletivo de mulheres voltado à educação, cultura e arte negra, empresta sua bateria para compor ao vivo a trilha musical do longa “A Paixão de Joana D’Arc”, em 9/12, sábado, às 19h00. Dirigida em 1928 pelo cineasta Carl Theodor Dreyer, a obra é considerada um dos títulos mais importantes do cinema mundial. A proposta é criar uma dramaturgia nova para o filme a partir do som que desafia e reavalia as estruturas narrativas hegemônicas e o jogo de identidade cultural proposto neste encontro.

clique e saiba mais
clique e saiba mais

Já o encontro “Decolonizando Narrativas”, previsto para o último dia do festival, em 10/12, domingo, às 15h00, reúne duas reconhecidas autoras da literatura contemporânea brasileira, cujas obras incorporam o protagonismo de mulheres negras, mas também contribuições fundamentais sobre memória, história, identidade e cultura. Ana Maria Gonçalves, autora de “Um Defeito de Cor”, e a jornalista, doutora em ciência da informação e mestra em educação Bianca Santana, discutem como a linguagem é um importante território de disputa. Em pauta, a força criativa de novas narrativas, que rompam com a lógica colonialista, eurocêntrica e patriarcal, que podem reconfigurar este território, desestabilizando estruturas de poder.

DH Fest no Sesc Digital

Um dos destaques é o longa-metragem “7 Cortes de Cabelo no Congo”, de Luciana Bezerra, Gustavo Melo e Pedro Rossi, vencedor do prêmio de melhor longa-metragem brasileiro no Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba. O documentário focaliza um pequeno salão de beleza no subúrbio carioca especializado em cortes afro. Nesse espaço, a República Democrática do Congo e o Brasil se reencontram com sua História em comum e seu responsável, que acalenta e constrói seu sonho da revolução anti-imperialista junto à sua comunidade.

Completam a programação os curtas-metragens “Combustão Não Espontânea”, de Boni Zanatta, premiado no Curta Kinoforum – Festival Internacional de Curtas de São Paulo; “Último Domingo”, de Renan Barbosa Brandão e Joana Claude, vencedor do prêmio do público no Curta Cinema – Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro ; “Vão das Almas”, de Edileuza Penha de Souza e Santiago Dellape, eleito melhor filme no Festival de Triunfo (PE); e “Malunga”, de Gal Souza, que retrata a luta por liberdade da ativista negra Thereza Santos. Este último curta fica disponível apenas em 10/12.

Utilizamos cookies essenciais para personalizar e aprimorar sua experiência neste site. Ao continuar navegando você concorda com estas condições, detalhadas na nossa Política de Cookies de acordo com a nossa Política de Privacidade.