O Sesc São Paulo dá início à realização de uma série de atividades em celebração ao Centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 e ao Bicentenário da Independência do Brasil (1822). Diversos 22 – Projetos, Memórias, Conexões começa no dia 28 de setembro de 2021 e se estende ao longo de todo o ano de 2022. Com atividades artísticas e socioeducativas on-line e presenciais, a ação em rede acontece nas unidades na capital, interior e litoral do estado de São Paulo. A ação pretende trazer reflexões em torno dos projetos, memórias e conexões relativos à efeméride, no sentido de discuti-los, aprofundá-los e ressignificá-los, diante dos desafios apresentados atualmente.
A abertura aconteceu com o seminário on-line Diversos 22: Levantes Modernistas, nos dias 28 e 29 de setembro, realizado pelo Centro de Pesquisa e Formação do Sesc. O Seminário reuniu 20 acadêmicos, artistas, pensadores, filósofos e pesquisadores, entre eles, Danilo Santos de Miranda, Lilia Moritz Schwarcz, Marcelo Pretto, Marilena Chauí, Rodrigo Caçapa, Sergio Vaz e Zélia Duncan, e teve curadoria do professor Francisco Alambert e da equipe do CPF Sesc. A ideia foi pensar o significado da Semana no século de seu centenário, na abordagem das comemorações e críticas feitas a ela ao longo desses anos. A pergunta principal que norteia o seminário é: “O que a Semana e o modernismo têm a dizer sobre 2022?”. A transmissão aconteceu no canal do Sesc São Paulo no YouTube.
Diversos 22 – Projetos, Memórias, Conexões conta ainda com seminários e cursos, festivais, programas musicais e audiovisuais, exposições artísticas e documentais, espetáculos em diferentes linguagens, publicações e reedições de obras literárias, com o objetivo de refletir criticamente sobre as movimentações instauradas por esse evento histórico, direcionando um olhar para as inquietações e urgências do presente, tendo em vista os atuais projetos de Brasil.
O diretor do Sesc São Paulo, Danilo Santos de Miranda, destaca que “a Semana de Arte Moderna, década após década, permanece como um acontecimento marcante para a história cultural brasileira, principalmente na consideração de um experimentalismo e de uma liberdade criativa que foram sendo cada vez mais afirmados nos procedimentos culturais. Esta efeméride de 100 anos da Semana – e, na sequência, de 200 anos da Independência – constitui, portanto, oportunidade única para realizarmos uma reflexão profunda sobre o que somos, sobre como o passado se relaciona com o presente e nosso papel enquanto agentes culturais que constroem futuros possíveis (e utópicos)”.
Veja a programação, assista ao seminário e conheça outras atividades previstas.
Dia 28 de setembro
Participação especial: Marcelo Pretto e Rodrigo Caçapa
Abertura: Danilo Santos de Miranda
Prólogo: Marilena Chauí
Mesa inicial
Modernismo e Utopia com Andrea Giunta, Christopher Dunn e Francisco Alambert Mediação: Kelly Adriano de Oliveira
Dia 28 de setembro
Mesa 1 – Anos 1920-1930
Arte e sociabilidade no Clube de Artistas Modernos (1932-1933) com Graziela Naclério Forte
Modernismo – anos 20 com Eduardo Jardim
Mediação: Mauricio Trindade da Silva
Dia 28 de setembro
Mesa 2 – Anos 1940-1950
Mário de Andrade em correspondência com africanistas nacionais e estrangeiros com Lígia Ferreira
Mário de Andrade e Mário Pedrosa com Francisco Alambert
Mediação: Lucio Gomes Machado
Dia 29 de setembro
Mesa 3 – Anos 1960-1990: Antigos Modernistas 30 anos depois
Descontinuidades na vida artística: antropofagia, tropicalismo, curtição com Celso Favaretto
O espírito bandeirante e o modernismo reacionário com Francisco Foot Hardman Mediação: Zélia Duncan
Dia 29 de setembro, quarta-feira
Mesa 4 – Anos 2000
O sequestro do modernismo: uma semana de arte em São Paulo e não de São Paulo com Lilia Moritz Schwarcz
A visão periférica da antropofagia com Sérgio Vaz Mediação: Patrícia Palumbo
Participação especial de Juçara Marçal
Conheça parte da programação que envolve atividades de literatura, audiovisual, cursos, música e artes visuais 2021-2022.
Audiovisual
O “Manifesta 22 na Encruzilhada” é uma programação digital com lançamento previsto para outubro de 2021. Com curadoria das equipes de programação do Sesc, foram convidados, de diversas regiões do país, grupos de artistas, pensadores, escritores, companhias teatrais, ativistas de diferentes campos de atuação e segmentos artísticos que atuam em quilombos urbanos, movimentos culturais e sociais, organizações independentes, institutos, entre outros, para criarem vídeos de até 3 minutos com suas percepções sobre seus trabalhos, hoje vistos em perspectiva dos 100 anos da Semana de Arte Moderna e dos 200 anos da Independência. Os trabalhos circularão nas redes sociais dos artistas e do próprio Sesc São Paulo até janeiro de 2022.
Cursos
Entre os cursos em destaque na programação estão o “Diversos 22: Música e Modernismo no Brasil e em Portugal”, com Flávia Camargo Toni e Guilhermina Lopes, professoras do IEB-USP (Instituto de Estudos Brasileiros), em outubro; e “Diversos 22: O século da Semana”, com Francisco Alambert, professor da USP, em novembro.
O Seminário “Releituras do Modernismo: O legado de 22 na cultura brasileira”, realizado em outubro de 2020 no CPF, com curadoria do professor Ivan Marques, e que trouxe nomes como Verônica Stigger, Guilherme Wisnik, Eduardo Escorel, Walter Garcia, Zé Celso Martinez Corrêa, entre outros, será disponibilizado na íntegra no acervo da Plataforma Sesc Digital.
Lançamentos de livros
As Edições Sesc São Paulo também preparam uma série de lançamentos: a coletânea “Semana de 22: Olhares críticos”, uma coedição da Edições Sesc São Paulo e Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin – USP; “Mario de Andrade, epicentro”, do autor Mauricio Trindade da Silva, que analisa a correspondência entre Mario de Andrade e o Grupo dos Cinco (Menotti del Picchia, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e Anita Malfatti); “Um boxeur na arena: Oswald de Andrade e as artes visuais no Brasil (1915-1945)”, de Thiago Gil de Oliveira Virava, que investiga a posição das artes visuais na experiência intelectual e criativa do poeta e escritor modernista; “Modernismo: o lado oposto e os outros lados”, de Elias Thomé Saliba; e “São Paulo na disputa pelo passado: o monumento à Independência, de Ettore Ximenes”, da autora Michelli Monteiro.
Música
Em dezembro de 2021, acontece o lançamento do álbum box “Toda Semana: Música e Literatura na Semana de Arte Moderna”, pelo Selo Sesc, que recupera textos e músicas apresentados durante as noites da Semana de Arte Moderna de fevereiro de 1922. A direção geral é de Flavia Toni e Camila Fresca, com direção musical de Claudio Cruz.
Artes Visuais
O Sesc 24 de Maio recebe, entre fevereiro e agosto de 2022, a exposição “Raio-que-o-parta: ficções do moderno no Brasil”, que reflete sobre as diversas iniciativas modernistas no Brasil para além da década de 1920, com obras do final do século 19 e meados do século 20. A mostra conta com a curadoria de Aldrin Figueiredo, Clarissa Diniz, Divino Sobral, Marcelo Campos, Paula Ramos, Raphael Fonseca e consultoria de Fernanda Pitta.
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