Unindo saberes ancestrais, ciência, educação e arte,
o projeto discute a relação das florestas no eixo das mudanças climáticas

As mudanças climáticas já são uma realidade sentida global e localmente, e o projeto ‘Ecos da Floresta: A Vida em Tempos de Emergências Climáticas’ surge como um convite à reflexão e à ação sobre a necessidade de repensar nossa relação com o meio ambiente. Realizado de 18 a 23 de março no Sesc Jundiaí, o conjunto programático busca sensibilizar a sociedade sobre o papel fundamental das florestas na regulação do clima, na qualidade de vida e na promoção da justiça socioambiental.  

Com uma programação multilinguagem, o projeto discute a conservação e a regeneração de ecossistemas, colocando foco em práticas sustentáveis e na urgência de ressignificar hábitos de consumo. As atividades incluem mesas de debate, aula aberta, curso, painéis, feira agroecológica, vivências, oficinas e diversas expressões artísticas, todas com o objetivo de inspirar o público a pensar ações concretas para um futuro mais equilibrado. 

Reflexões

O projeto promove debates profundos, como a Mesa “Economia e Justiça Socioambiental”, com Miguel de Barros, sociólogo e ativista da Guiné-Bissau, e Luiz Marques, escritor, historiador e professor aposentado do Departamento de História da Unicamp, que discutem modelos econômicos sustentáveis e justos; e a Mesa “Florestas e a Vida no Planeta”, com o líder indígena, filósofo e ambientalista Ailton Krenak, que reflete sobre o papel vital das florestas para a existência da vida. Além disso, especialistas como Beatriz Moraes Murer, do Instituto Socioambiental (ISA), e Tainá Sterdi, da SOS Mata Atlântica, abordam a importância das redes e organizações na promoção e conservação das florestas, enquanto Hannah Arcuschin Machado, do Instituto de Arquitetos do Brasil (IABsp), e Rodrigo Iacovini, do Instituto Pólis, discutem estratégias de planejamento urbano para enfrentar e mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Todos os debates serão mediados por Gabriela Alves, ativista climática e cofundadora do Instituto Perifa Sustentável. Além disso, os encontros contarão com acessibilidade em Libras, conferindo ao público uma experiência mais inclusiva. 

Líder indígena, filósofo e ambientalista,
Ailton Krenak, compartilha seus saberes para refletirmos sobre o papel vital das florestas para a existência da vida

A atividade “Florestas nas Escolas” se destaca por conter uma aula aberta e que também será a primeira aula do curso de mesmo nome, voltados para educadores e interessados em educação socioambiental. Com Sheila Ceccon e o cacique guarani Mbyá Márcio Bogarim, a aula aberta reflete sobre o papel das florestas e da educação no enfrentamento às mudanças climáticas, enquanto o curso, ministrado pelo coletivo Formigas de Embaúba, instrumentaliza os participantes para desenvolver projetos interdisciplinares focados na sensibilização e no plantio de miniflorestas como instrumento pedagógico nas escolas. 

Interação e arte

O público presente poderá conferir na atividade Painéis do Clima, que reúne representantes de organizações locais e regionais, amostras de ações em prol do meio ambiente e da sustentabilidade. Já, a Feira Agroecológica, Agroflorestal e troca de sementes crioulas e mudas promove uma interação de trocas e conexões, reunindo produtores e iniciativas ecológicas em um ambiente de diversidade e conscientização. 

A vivência “Florestania” une arte, ciência e educação para promover um encontro sensível com a complexidade da natureza, convidando o público a refletir sobre a relação entre humanos e ecossistemas. Uma imersão via realidade virtual, fará com que o público possa se sentir dentro da floresta amazônica, com a exibição do curta “Amazônia Viva”. Por fim, o show “Quinto Elemento”, com a rapper indígena Katú Mirim e a artista Maria Preta, celebra ancestralidade, resistência e futurismo – mesclando rap, synth pop e poesia – em uma apresentação que dialoga com a tradição e a inovação. 

Com quase todas as atividades gratuitas, “Ecos da Floresta: A Vida em Tempos de Emergências Climáticas” convida o público a reavaliar os impactos da ação humana no planeta e a participar ativamente da construção de um futuro mais equilibrado, justo e sustentável. 


A programação completa pode ser consultada aqui.