Ilustração: Rômolo D’Hipólito
HISTÓRICO DOS PROJETOS
O processo de envelhecimento é inevitável, não há como interrompê-lo, ele continua, ainda que o aumento da qualidade de vida e o desenvolvimento de tratamentos possam adiar a sua chegada. Os aspectos biológicos, fisiológicos e bioquímicos sofrem inúmeras alterações com o avançar da idade, mas eles podem acontecer de forma saudável. Por isso, o envelhecimento populacional é um tema que tem ganhado destaque, visto que a pirâmide etária da sociedade tem passado por um processo de mudança. Nesse sentido, a população idosa tem se tornado cada vez maior em relação ao número de crianças e jovens. A tendência é de que nos próximos anos o número populacional de idosos ultrapasse o de crianças e jovens. Dessa forma, é necessário compreender como o corpo social trata a velhice e a questão do envelhecimento populacional.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2018) na sua Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Características dos Moradores e Domicílios, a população brasileira ganhou 4,8 milhões de idosos desde 2012, ano em que o grupo de 60 anos ou mais tinha 25,4 milhões de representantes, superando a marca dos 30,2 milhões em 2017, correspondendo a um aumento de 18% em 5 anos nesse grupo.
O movimento de envelhecimento da população é percebido de forma mundial e decorre do processo de melhoria das condições e da qualidade de vida. No Brasil, a pessoa idosa é reconhecida pela Constituição Federal de 1988 (CF/88) como cidadã de direitos. Salienta-se que as leis e o estatuto direcionados a garantir seus direitos avançaram nos últimos anos, porém ainda persistem barreiras para que sua cidadania e reconhecimento de sua identidade social se concretizem na prática. Isso decorre, principalmente, devido à supervalorização da juventude e o trato da velhice como algo negativo, visão que precisa ser superada.
Ademais, foram construídos estereótipos sobre a velhice, associando-a à solidão, morte, doença, decadência física e mental. Para Oliveira (2011) “(…) é urgente que a velhice não seja vista na perspectiva de perdas, mas sim de um somatório de experiências pessoais e de relacionamentos”. Ainda de acordo com o autor, é preciso fortalecer a identidade social a partir de uma perspectiva positiva sobre a pessoa idosa, de forma a superar mitos, preconceitos e discriminações sobre a longevidade e, nesse contexto, proporcionar a socialização e garantir os direitos dessa população. Dessa forma, é preciso que os avanços na garantia de direitos dos idosos sejam de fato uma realidade. Portanto, garantir o direito ao lazer, à cultura, bem como assegurar a convivência comunitária com as demais gerações é dever de todo o corpo social brasileiro.
O Sesc/DF, neste ano de 2023, completará 20 anos de Trabalho Social com Pessoas Idosas (TSI) e, ao longo dos últimos anos, as ações têm ocorrido para consolidar projetos e atividades que possibilitem um novo olhar da sociedade sobre o processo de envelhecimento. Assim, as atuações institucionais promovem encontros e debates entre gerações, como é o caso dos seguintes projetos GeRações: Oficina Intergeracional de Graffiti e Campanha de Sensibilização sobre Violência contra a Pessoa Idosa: É Hora de Dizer Não ao Ageísmo. Dentro desse contexto, será apresentado o desenvolvimento desses projetos, assim como um breve histórico.
Os projetos desenvolvidos buscam problematizar o ageísmo, mas, afinal: o que é isso? O ageísmo é um movimento etário que evidencia estereótipos e preconceitos associados às pessoas mais velhas. Ele pode ser expressado de várias formas, como atitudes hostis que diminuem a capacidade e o intelecto, e políticas e práticas institucionais que reforçam de forma prejudicial as visões equivocadas sobre os indivíduos com mais de 60 anos. É válido ressaltar que o ageísmo está presente em todos os ambientes, mesmo que às vezes de forma velada, e é por isso que o seu combate se torna essencial para a evolução desse corpo social que está no processo de inversão da sua pirâmide etária.
A partir disso, desde o ano de 2020, o Sesc/DF, em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), iniciou a promoção de debates e discussões sobre o ageísmo. O primeiro passo durante a pandemia foi a realização da live Pessoa Idosa e o Vírus do Ageísmo em Tempos de Covid-19, na qual foi abordado o preconceito contra esse grupo etário diante do cenário apresentado pela pandemia. Ela contou com a participação de um público diverso, como pessoas idosas, profissionais e estudantes das mais variadas áreas.
Em 2021, os diálogos sobre a temática se intensificaram. Nesse sentido, durante o período de maio a novembro, foi realizada a campanha com o tema Ageísmo: Vamos Conversar sobre essa Violência? Durante o seu ciclo, foram realizadas oficinas intergeracionais, palestras e webnários com profissionais, pessoas idosas e comunidade, com o objetivo de discutir o tema dentro da perspectiva da Década do Envelhecimento Ativo e Saudável 2020-2030 (OMS 2020).
Nessa perspectiva, a proposta buscou atuar de modo a encontrar soluções para fortalecer a promoção da saúde, a redução do preconceito etário (ageísmo) e a troca entre gerações. Além disso, destaca-se a parceria com a Educação do Serviço Social do Comércio (EduSesc), com a qual foram realizadas atividades direcionadas para todo o Ensino Médio com o tema da campanha. Após oficinas e debates, os alunos foram convidados a participar de um concurso de redação. O texto pre- miado em primeiro lugar se sobressaiu ao expressar a necessidade de ampliar a participação social da pessoa idosa na sociedade.
Já em 2022, o tema das palestras foi É Hora de Dizer Não ao Ageísmo!, em que se enfatizou a relação com a intergeracionalidade. Além disso, duas oficinas foram realizadas: uma voltada para uma atividade inter-geracional entre as pessoas idosas do Grupo dos Mais Vividos do Sesc/ DF e os alunos da Unb; e outra atividade direcionada para a reflexão lúdica das manifestações do ageísmo no Jogo Longevidade e Dignidade.
O projeto GerAções Oficina Intergeracional de Graffiti foi desenvolvido no ano de 2022 como uma experiência inovadora no TSI. A idealização da proposta partiu da estagiária em serviço social e grafiteira Gabriela Silva Farias, sob a supervisão da assistente social Layse Barros.
No seu desenvolvimento, o graffiti aparece como uma manifestação cultural e social transgressora e ilegal, porém ao longo dos anos ele é reconhecido pela sociedade como uma expressão artística contemporânea que tem sua essência na realidade das periferias. Assim, mais do que pintar um muro, ele se configura como um estilo de vida, pois trata de jovens que partilham um sentido de comunidade, com valores, experiências, atitudes e representações (CAMPOS, 2007). Logo, “Fazer graffiti é conhecer as formas elementares dessa linguagem para imprimir lugar, saber ler e interpretar e, em segundo lugar, poder produzir e comunicar” (CAMPOS, 2007, p. 291). Sendo uma cultura popularmente juvenil.
O graffiti, em conjunto com o rap, break e DJ, compõe os quatro ele- mentos da cultura hip-hop. Ele é essencialmente uma prática cultural e social urbana que se desenvolve em paralelo com a urbanização, os processos de desigualdade social e a marginalização de negros e imigrantes. Em conjunto com os outros elementos do hip-hop, é também um instrumento de contestação e a voz de jovens que ocupam as periferias. Nesse viés, a oficina intergeracional de graffiti foi um projeto que buscou meios de efetivação dos direitos da pessoa idosa, o fortalecimento da sua identidade social e o seu protagonismo como indivíduo capaz mental e fisicamente. Partindo dessa premissa, como o profissional do serviço social está relacionado à prática dessas intervenções?
O serviço social, enquanto uma profissão interventiva na realidade social, atua nas diversas expressões da questão social, viabilizando o acesso aos direitos e os meios de exercê-los, de maneira que contribua para que os interesses e as demandas dos indivíduos alcancem a cena pública para, de fato, serem reconhecidos (IAMAMOTO, 2004). A complexidade da realidade social exige dos profissionais respostas criativas às demandas que chegam à profissão. Nesse sentido:
(…) mais do que copiar e seguir manuais de instruções, o que se colo- ca para o assistente social hoje é sua capacidade criativa, o que inclui o potencial de utilizar instrumentos consagrados da profissão, mas também de criar outros tantos que possam produzir mudanças na re- alidade social, tanto em curto quanto em médio e longo prazos (SOUSA, p. 124, 2008).
Assim, utilizar instrumentos que ao longo do tempo foram apropriados pelo serviço social, como as oficinas, e ofertar o conteúdo delas a partir da arte, do lazer e da cultura é trabalhar a dimensão pedagógica e criativa do assistente social para que a sua atuação se efetive na promoção do acesso aos direitos do corpo social de idosos. Dessa for- ma, a prática de intervenções por meio dos projetos supracitados visa combater o ageísmo atuando no processo de envelhecimento saudável, promovendo qualidade de vida e autonomia.
DETALHAMENTO DOS PROJETOS
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o ageísmo/idadismo se refere aos estereótipos construídos historicamente, que geram preconceitos e atitudes discriminatórias praticadas a partir de uma categorização da pessoa segundo sua idade. São práticas que estão presentes em atitudes individuais, relações familiares, interações sociais e nas intuições. Para a OMS (2021), o preconceito etário pode ser combatido por estratégias que envolvam políticas e legislações, atividades educativas e intervenções intergeracionais. Ferrigno (2013) aponta que as relações entre as gerações estão presentes na família, na escola, no trabalho, na religião, no voluntariado e na cultura popular, salientando que as atividades lúdicas, tais como lazer, cultura e atividades de educação não formal podem se configurar como ferramentas para a socialização entre as gerações.
Dessa forma, o Sesc/DF buscou ampliar o debate societário sobre o ageísmo e suas consequências na vida das pessoas idosas, de forma articular a “conversação” delas, com vista a consolidar sua participação no debate sobre os preconceitos etários sofridos, possibilitando a troca de experiência intergeracional e identificar ações que perpassem as gerações, contribuindo para fomentar o respeito na convivência entre elas, além de inovar na construção de ambiência da promoção do envelhecimento ativo e saudável, a fim de causar uma mudança de valores sobre a forma como pensamos e como agimos com relação à idade e ao envelhecimento.
Ante ao exposto, realizou-se a Campanha de Sensibilização sobre a Violência Contra Pessoa Idosa, que abordou o ageísmo como uma forma de violência, pois o preconceito contra pessoas idosas causa im- pactos negativos na qualidade de vida desses indivíduos. Para Couto et al. (2009) apud Levy e Banaji (2002), um dos aspectos mais traiçoeiros do ageísmo é que, diferentemente de outros tipos de discriminação, como a racial, religiosa e étnica, ele se articula de modo inconsciente, implícito, sem controle e intenção de prejudicar o seu alvo, logo fa- zem-se necessárias estratégias para o fortalecimento das relações e, sobretudo, a sensibilização no respeito às diferenças e desigualdades no envelhecimento.
Nessa perspectiva, a abertura da campanha foi um encontro com diálogos sobre o tema principal É Hora de Dizer Não ao Ageísmo e teve como convidado o prof. dr. Vicente de Paula Faleiros. Esse encontro contou com a presença dos alunos do Ensino Médio da EduSesc e os integrantes do Grupo dos Mais Vividos do Sesc/DF, com vistas a insti- gar a interação entre os participantes.
No decorrer da campanha ainda aconteceram oficinas intergeracio- nais entre as pessoas idosas e os alunos da UnB e foram utilizadas como estratégia dinâmicas interativas com varal das relações entre gerações, em que foram compartilhados comidas, costumes e fotos de cada par- ticipante. Outrossim, outra oficina interativa desenvolvida foi o jogo Longevidade e Dignidade. O jogo é o trabalho de conclusão de curso de uma aluna do curso de enfermagem da UnB, que teve como objetivo, por meio de ação educativa, socializar informações sobre essa violência chamada ageísmo.
O jogo foi desenvolvido com apresentação do tabuleiro, que contém quatro ilhas, sendo elas: da solidariedade, da cidadania, da reflexão sobre o ageísmo e do risco, que retrata situações de violação dos direitos da pessoa idosa. A duração do jogo é de 50 a 60 minutos, e ele pode ser jogado individualmente, em até oito participantes ou em equipes com um coordenador em cada uma. Salienta-se que o jogo requer um facilitador para incentivar a participação de todos. O jogo terminou quando o primeiro participante/equipe alcançou a casa final do tabuleiro. Nesse momento, o facilitador convidou a todos para um diálogo sobre as percepções e os aprendizados.
Além dos debates, oficinas e apresentação do jogo, também foi elaborado um e-book com o título Intergeracionalidade: Prevenção ao Idadismo e a Construção de uma Sociedade para Todas as Idades, que indica jogos, dinâmicas, filmes e livros para quem quer atuar na temática e desenvolvê-la.
Dentro desse cenário, para consolidar os diálogos sobre ageísmo e a troca entre gerações, o encerramento da campanha ocorreu com a realização do Seminário em Longevidade: Desafios, Oportunidades e Experiências em Intergeracionalidade, realizado em parceria com a UnB. Foram promovidos dois dias de discussões com diversos especialistas na temática, e o público pôde refletir sobre as ações que foram implementadas e obtiveram êxito e os desafios e as estratégias para novas ações que poderão ser construídas alinhadas ao plano de ação global sobre envelhecimento e saúde da OMS.
Já no projeto GerAções Oficina Intergeracional de Graffiti, o desenvolvimento se deu por meio de oficinas entre as gerações com a prática dessa arte, com o objetivo de promover a solidariedade entre esses grupos etários por intermédio do graffiti, que é hoje uma expressão artística realizada predominantemente por jovens das periferias como instrumento de expressão pessoal, mas também como meio de contestação social.
Salienta-se que a participação, a ocupação e o convívio da pessoa ido- sa com as demais gerações é um direito garantido pelo artigo 3o, inciso IV do Estatuto da Pessoa Idosa. Dessa maneira, a inserção dos idosos no universo do graffiti teve como um dos objetivos romper com estereótipos, preconceitos e mitos relacionados à velhice, que a associam apenas a perdas, doenças, decadência física e mental, além de promover a troca de experiências entre as faixas etárias envolvidas: idosos e jovens.
O painel de grafitti produzido na oficina teve como temática a conscientização sobre a doença de Alzheimer, visto que o projeto foi realizado no mês de setembro, no qual o 21 é reconhecido como dia Mundial da Doença de Alzheimer e dia Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer.
Ademais, registra-se que o Alzheimer tem sido considerado a maior causa de demência entre os idosos. De acordo com Argimon e Trentini (2005), junto ao processo de envelhecimento existe um aumento da possibilidade de desenvolvimento de doenças mentais, sendo a demência uma das mais relevantes e o Alzheimer a causa mais comum de demência nas pessoas idosas, atingindo cerca de 1% a 6% da população a partir dos 65 anos e 50% em idosos com 95 anos ou mais. Portanto, faz-se necessário a conscientização sobre a doença.
Diante disso, a primeira etapa do projeto GerAções foi a realização de uma palestra com o dr. João Paulo Vieira Raposo, clínico geral do Sesc, no dia 5 de setembro de 2022, a qual abordou o tema de maneira científica, ofertando, em sua exposição, as seguintes temáticas: o que é a doença de Alzheimer, como ela afeta o sistema neurológico, em qual faixa etária a doença tem mais incidência, os seus sintomas e os fatores que contribuem para seu desenvolvimento. Dessa forma, a palestra proporcionou um conhecimento mais aprofundado sobre aspectos relacionados ao Alzheimer e esclareceu dúvidas, tendo em vista que os idosos são o grupo etário com maior predominância de desenvolvimento da doença.
No segundo dia, 12 de setembro, a estagiária em serviço social e grafiteira Gabriela Farias ministrou uma introdução sobre o graffiti, abordando sua história, apresentando artistas, métodos e técnicas de como manusear as latas de spray, que é a principal ferramenta para a realização dessa arte.
Por fim, no último dia, 16 de setembro, 25 idosos em conjunto com dois grafiteiros, Gabriela Farias e Douglas Silva, que residem nas periferias do Distrito Federal, realizaram um painel temático acerca da conscientização sobre a doença de Alzheimer. Dentro desse cenário, os idosos puderam aprender na prática a desenvolver um desenho na parede e, com o auxílio dos artistas, pintaram a arte no painel. Além disso, teve muita dança, risadas, troca de conhecimentos, experiências e ideias entre os participantes e os grafiteiros, de forma a proporcionar, assim, um momento de execução de uma atividade inédita. Além do mais, ao longo de toda a atividade, os participantes se mostraram interessados e confiantes em executá-la, até mesmo aqueles que se sentiam inseguros no começo.
De acordo com o relato de uma das participantes, Maria de Lourdes Leite de Souza, 68 anos:
“Eu tô achando incrível, maravilhoso, como tudo que acontece no Sesc, essa superou a minha expectativa. Eu gostei de tudo, principalmente que a gente não sabia nem pegar no spray e aqui a gente consegue entender, aprender, né. Esse encontro de hoje, pra mim, foi assim, maravilhoso.”
Ao final das atividades do projeto os idosos receberam um certificado de participação e latas personalizadas pelos artistas para guardarem como lembrança de um momento que marcou a vida não somente deles, mas de todos que participaram do projeto. O painel realizado pelos participantes e grafiteiros ficou exposto nas dependências do Centro de Atividades Sesc Ceilândia ao longo do mês de setembro, de forma que o público pudesse ter acesso a ele, cumprindo seu objetivo de estímulo à arte, conscientização da doença de Alzheimer e divulgação do Trabalho Social com Pessoas Idosas (TSI).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O processo de envelhecimento pode e deve ser saudável, tranquilo, livre de preconceitos e estigmas, além de respeitar as singularidades de cada um. Nesse contexto, a construção de bons hábitos contribui de forma direta nesse processo, é nessa perspectiva que os Grupos dos Mais Vividos do Sesc/DF funcionam. O projeto visa, por meio de oficinas, eventos e campanhas combater o ageísmo e proporcionar a melhora na qualidade de vida de seus participantes, consequentemente contribuindo para um envelhecimento saudável.
Dessa forma, considera-se que tanto a campanha quanto o projeto GerAções Oficina Intergeracional de Graffiti, desenvolvidos ao longo destes três últimos anos, alcançaram os objetivos propostos de ampliar o debate societário sobre o ageísmo/etarismo e suas consequências, bem como fomentar a promoção de práticas intergeracionais com vistas à consolidação do respeito e da convivência entre gerações. Ademais, conseguiram construir um espaço reflexivo para a promoção do envelhecimento ativo.
A realização da Oficina Intergeracional de Graffiti rompeu com estereótipos, preconceitos e mitos relacionados à velhice, que frequentemente é associada somente a aspectos negativos. Assim, a participação ativa dos idosos na pintura do painel mostrou que é preciso romper com visões limitadas acerca desta fase da vida pois, ao contrário do que se propaga, ela pode ser, sim, um momento de oportunidades. Dentro desse cenário, o projeto se constituiu como uma possibilidade de promoção da identidade social da pessoa idosa a partir de uma perspectiva positiva sobre a velhice, além de oportunizar conhecimentos aprofundados acerca da doença de Alzheimer e promover a socialização intergeracional entre jovens e idosos.
Diante das intervenções apresentadas, espera-se que as informações socializadas possam contribuir para construção de uma sociedade mais justa, livre de preconceitos e discriminação de idade. Assim, fortalecemos as relações intergeracionais, visto que elas são importantes para a troca de vivências entre gerações, permitindo a construção tão almejada de um envelhecimento saudável.
Autores:
Adriana Costa Batista – Graduada em serviço social pela Universidade Projeção (DF), especialista em serviço social, políticas sociais e família pela Universidade Católica de Brasília (UCB) e especialista em saúde do idoso: gestão e assistência em gerontologia pela Faculdade Laboro. Atualmente é assistente social do Sesc/DF.
Amanda Santos Lustosa – Graduada em serviço social pela Universidade de Brasília (UnB), especialista em violência de gênero e pós-graduada em violência doméstica pela Faculdade Unyleya. Atualmente é assistente social do Grupo dos Mais Vividos no Centro de Atividades Sesc Gama.
Gabriela Silva Farias – Graduanda em serviço social pela UnB e artista visual. É estagiária de serviço social no Centro de Atividades Sesc Ceilândia.
Layse Barros dosSantos Tannus – Bacharel em serviço social pelo Centro Universitário Iesb, com especialização em assistência social e saúde pública. Atualmente é assistente social do Grupo dos Mais Vividos no Centro de Atividades Sesc Ceilândia.
Rosiliane dos Santos – Graduada em serviço social pela Universidade de Uberaba (MG) em sociologia pela UnB e especialista em atendimento integral à família pela Universidade Veiga de Almeida (UVA). Atualmente é assistente social do Sesc/DF.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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