Entre os anos de 2009 e 2017, o Sesc Memórias, centro de memórias do Sesc São Paulo, realizou sequências de encontros voltados à discussão de temas relacionados às áreas de Arquivo, Patrimônio, História e Memória. Encontros Sesc Memórias foi o nome escolhido para identificar essa ação institucional.
Inicialmente, os Encontros buscavam fomentar diálogos acerca do universo arquivístico, tendo como audiência a equipe técnica do Sesc Memórias. Nessa primeira fase, o propósito era oferecer formação continuada ao grupo de profissionais responsável pelo acervo do centro de memórias da instituição.
Todavia, frente à escassez de espaços voltados ao debate desses temas e, ainda, diante do crescente número de instituições (públicas e privadas) preocupadas com a preservação e comunicação de suas memórias, entendeu-se a pertinência de abrir os Encontros Sesc Memórias para o público. Além disso, mostrou-se oportuno expandir o escopo de sua programação, abarcando pautas patrimoniais, históricas e memorialistas.
Durante os nove anos de vigência dos Encontros, foi realizado o total 109 ações, perfazendo mais de 713 horas de atividade. No conjunto programático, distinguem-se 45 palestras, 24 oficinas, 22 cursos extensivos, 10 painéis, 7 cursos intensivos e uma mesa de debate. Cerca de 2.800 pessoas se inscreveram nas atividades, incluindo audiência remota.
Aliando teoria e prática, os múltiplos formatos de encontro facultaram aos participantes reflexões em torno do saber e fazer históricos. Temas como avaliação documental, organização de acervos, direitos autorais, história oral e conservação preventiva de documentos fotográficos deram o tom das primeiras atividades públicas promovidas pelos Encontros Sesc Memórias.
No transcurso da ação, as perspectivas foram se ampliando, assim como seu rol de problemáticas. Diversificaram-se as abordagens, abrangendo questões como o trabalho com fontes primárias e o restauro e conservação de figurinos, além de contemplar os desafios trazidos por acervos culturais e arquivos digitais. Estes e outros pontos foram debatidos por historiadores, arquivistas, biblioteconomistas, advogados, arquitetos, atores, entre outros profissionais.
Parte dos registros gerados ao longo dos anos pelos Encontros Sesc Memórias passa a ser disponibilizado nesta plataforma, repercutindo abordagens que se mantêm na ordem do dia quando se trata de refletir sobre questões caras aos campos do Arquivo, Patrimônio, História e Memória. A seguir, encontram-se disponíveis registros audiovisuais de algumas dessas atividades:
A organização da informação em arquivos é o ponto de partida que determinará a organização a ser dada aos documentos, de modo a espelhar de forma adequada o funcionamento institucional. O “poder informacional” dos documentos não é, portanto, intrínseco, mas atribuído pelo contexto no qual foram produzidos, configurando um paradigma arquivístico, ou seja, o olhar que, de acordo com a teoria arquivística, é lançado sobre os documentos.
Os centros de memória vêm sendo criados, no Brasil, de modo bastante heterogêneo: ora incluem parcial ou totalmente o arquivo, substituindo-lhe o nome, ora alargam o espectro da documentação custodiada, acrescentando-lhe outros núcleos documentais e referências. Qualquer que seja, no entanto, a forma adotada pela instituição, convém distinguir sempre, nessas formações híbridas, os conjuntos documentais dotados de organicidade, isto é, capazes de refletir a instituição de origem.
Os centros de memória são instituições de identidade frágil por constituir um acervo proveniente de origens diversas, muitas vezes com lacunas e abrigando documentos que perderam seu contexto. O desenho de suas funções corresponde a uma tarefa complexa, pois o que se espera deles é mais do que apenas centralizar a memória.
A conservação e gerenciamento de acervos envolve novos paradigmas, algo que incide nas políticas de preservação dos mesmos. A questão leva a pensar na suposta dicotomia entre os conceitos de conservação e restauro. Como é possível envolver os conservadores e restauradores nessas reflexões?
Apresentação de conceitos e critérios para avaliação da documentação de um centro de memória, contemplando reflexões e impasses presentes nessa ação.
Abordagem dos procedimentos para o processo de digitalização e preservação de documentos.
As fontes de pesquisa na história institucional a partir de seu uso e da sua importância, sob a perspectiva da sociedade contemporânea frente aos desafios a serem enfrentados pelos profissionais das “memórias” num mundo em constante transformação.
O “dever de memória”, o prazer narrativo, a função terapêutica do contar, o trauma como sinal. Verdade, mentira, esquecimento… Para quem? Como? Por quê? História oral é um conjunto de procedimentos que se inicia com um projeto e continua com a definição de um grupo de pessoas a serem entrevistadas.
Nessa palestra apresenta-se um amplo panorama a respeito dos direitos intelectuais em suas mais variadas faces, propondo possibilidades de solucionar alguns impasses que possam surgir ao longo do trabalho uma vez que os direitos do autor e do detentor de uma obra possuem naturezas distintas.
Descrição arquivística – conjunto de procedimentos que, levando em conta os elementos formais e de conteúdo do documento, possibilitam a elaboração de instrumentos de pesquisa. Partindo desse conceito, a palestra aborda as políticas de descrição documental e seu impacto da guarda à pesquisa documental.
Apresentação da história do desenvolvimento das técnicas de fotografia, do daguerreótipo ao negativo-positivo, bem como das práticas de preservação das mesmas tomando como exemplo o acervo do Instituto Moreira Sales.
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