Entrevista com Marcos Augusto Gonçalves

05/07/2022

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CPF: Você publicou um livro há dez anos que desmistificou a Semana naqueles aspectos que vieram à tona em 2022 com ares de novidade. A semana que não terminou é um livro de um jornalista sem pretensões, como você comentou várias vezes, e que, no entanto, conseguiu, como nenhuma outra publicação com esse caráter, ter boa aceitação no meio acadêmico, sobretudo dentre os pesquisadores que trabalham com a Semana.
A que você atribui essa fórmula de sucesso?

Marcos Augusto: Olha, antes de mais nada, obrigado pelo considerável sucesso. O livro teve como objetivo central ser uma reportagem histórica que procurasse reconstituir a Semana. Então para isso eu contei com uma pesquisa já relativamente avançada do meio acadêmico, de uma série de críticos, professores, que se dedicaram ao longo dos anos a estudar a
Semana de Arte Moderna de São Paulo. Isso já foi um certo avanço para o trabalho, já partir do patamar de um assunto relativamente pesquisado.

O que era uma vantagem de um lado, mas uma desvantagem por outro, também, porque corria o risco de o livro ficar chovendo no molhado, digamos assim, de não apresentar novidades. Então foi um desafio retomar esse tema, de certa forma bastante explorado, de uma maneira que fosse atraente e que pudesse levar ao leitor, aos interessados, algum tipo de novidade, não só do ponto de vista factual de alguma descoberta.

O que eu me coloquei como desafio foi tentar apresentar uma compreensão daquele processo com uma revisão histórica de alguns pontos de vista que se tornaram hegemônicos durante esse período, mas que fosse capaz de dar ao leitor uma visão mais global do evento, especialmente dos seus antecedentes, seus personagens principais e um pouco do que veio depois. Isso, no livro, realmente é uma parte menos importante, acho que o fundamental era conseguir montar uma reportagem histórica que apresentasse os principais personagens e que mostrasse o pano de fundo do processo cultural, histórico e o contexto em que se deu a articulação dessa Semana de Arte Moderna de São Paulo.

Procurei também usar uma linguagem relativamente acessível, uma linguagem jornalística. O livro tem essa cogitação, mas alguma coisa que fosse legível, que não ficasse entrando em disputas acadêmicas, que eu acho que poderiam ser de interesse, mas também poderiam ser um fator que afugentasse, digamos assim, a leitura mais fluente. Acho que o livro entra nessas questões acadêmicas também porque se põe em discussões mais conceituais, mas tem como primado esse relato jornalístico, histórico.

(…)

Para ler a entrevista completa, é só baixar o artigo:

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