Convidamos o Projeto Horta Comunitária da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo para contar para a gente características sobre algumas espécies da nossa horta, além de receitas apetitosas para inspirar na cozinha. O resultado você confere aqui!
Episódios disponíveis: a alface roxa, a berinjela e o açafrão da terra.
Características: Folha originária da Europa e da Ásia, a alface pertence à família Asteraceae, como a alcachofra, o almeirão e a escarola. Foi introduzida no Brasil pelos portugueses em 1650. Pode ser cultivada durante o ano todo, em todas as regiões do Brasil. O Estado de São Paulo é o maior produtor e consumidor (cerca de 137 mil toneladas em 8 mil hectares plantados).
Benefícios: A presença de sais minerais (como magnésio e potássio) e vitaminas (A, C, K e B3) dão à alface propriedades de fortalecimento do sistema imunológico e trazem benefícios para a saúde dos olhos; alguns estudos também apontam que ela pode ser benéfica para o controle da pressão arterial e dos níveis de colesterol; e, além disso, uma substância chamada lactucina, encontrada principalmente nos talos da alface, é conhecida por suas propriedades antitumorais, antimaláricas, calmantes, sedativas, entre outras.
Usos: É uma das hortaliças preferida pelos brasileiros e costuma ser consumida crua, em saladas ou complementos de lanches; também pode ser refogada e fazer parte de algumas preparações como sopas, tortas e patês, sucos e chás.
Ingredientes:
1 copo de suco de abacaxi in natura
3 copos de água gelada
4 folhas de alface previamente higienizadas
10 folhas de hortelã
Açúcar (opcional) a gosto.
Modo de preparo:
1. Bata todos os ingredientes no liquidificador
2. Sirva em seguida
– Salada de Outono
Fonte: Ferraz, P. Salada de Outono. Prato do dia. Paladar. Receitas. Estadão. Disponível em: <https://paladar.estadao.com.br/receitas/salada-de-outono,10000012646>. Acesso 09 mar 2022
Ingredientes:
2 pés de alface romana mini
2 pés de alface roxa
1 pé de endívia
Dill* a gosto
Nozes-pecã a gosto
Sal a gosto
Pimenta do reino a gosto
150 g de shiitake em lascas
Salsinha picada a gosto
Para fazer o molho:
6 colheres (sopa) de azeite
1 colher (café) mostarda Dijon
1 colher (sopa) de suco de limão-siciliano
Raspas de limão-siciliano
Sal a gosto
Pimenta do reino a gosto
1 colher (café) de iogurte natural
*Dill é uma planta com aroma picante e fresco que começou a ser utilizado como tempero em receitas no Leste Europeu, principalmente nas culinárias russa e escandinava.
Modo de preparo:
1. Aqueça uma panela antiaderente e coloque as nozes picadas por um momento. Apenas para liberar os aromas e dar uma tostadinha. Reserve.
2. Faça o molho: misture os ingredientes do molho adicionando azeite aos poucos, com fuet. Reserve.
2. Monte a salada: lave e seque bem as folhas. Rasgue grosseiramente com as mãos. Reserve.
3. Numa frigideira coloque uma colher de azeite e refogue os shiitakes já cortados em lascas. Adicione a salsinha.
5. Misture as folhas, o dill e regue com molho, mexendo bem. Salpique com as nozes e junte os shiitakes mornos. Sirva em seguida.
Tempo de preparo: 30 minutos
Número de porções: 4
Características: A berinjela é um fruto da família das solanáceas, onde também estão presentes a batata e o tomate. Chegou ao Brasil com a vinda dos portugueses e é adaptada ao nosso clima, necessitando de um aporte hídrico eficiente para seu pleno desenvolvimento. Atualmente, o campo brasileiro produz quase 72 milhões de toneladas por ano, com maior expressividade nas regiões sul e sudeste, com destaque para São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná. O fruto se caracteriza por ser grande, arredondado e alongado, sendo mais conhecido em cor preta ou roxa-escura brilhante. Segundo a Embrapa, no ponto de colheita, a berinjela deve estar com a casca brilhante, com cor uniforme e lisa. É uma planta bem adaptada ao clima tropical brasileiro. Sua colheita é feita entre 80 a 90 dias após o plantio, devendo ser feita em horários mais amenos para evitar queimaduras nos frutos.
Benefícios: É uma importante fonte de fibras, vitaminas A e B1 e sais minerais. Por ser rica em fibras, seu consumo tem sido indicado em tratamentos alternativos para o controle da dislipidemias e redução do colesterol sérico.
Usos: É uma hortaliça muito utilizada em pratos típicos, particularmente nas culinárias mediterrânea e árabe. Além disso, também possui durabilidade no consumo doméstico: quando bem acondicionada, pode durar 2 semanas na parte inferior da geladeira e até 8 meses no freezer.
– Babaganuche
Fonte: MOINE, M. P. Culinária mediterrânea: receitas saudáveis e fáceis de fazer. São Paulo: Publifolha, 2016.
O babaganuche é um prato tipicamente árabe, originário do oriente médio, servido como antepasto.
Ingredientes:
900g de berinjela
2 dentes de alho
2 col. sopa de azeite
2 col. sopa iogurte natural
3 a 4 col. sopa de tahine
2 a 3 col. sopa de suco de limão
Óleo para untar
Sal e pimenta a gosto
Modo de preparo:
Tempo de preparo: 30 minutos
Número de porções: 6
Características: Açafrão-da-terra, açafrão-da-índia ou cúrcuma é uma planta originária da Índia que chegou ao Brasil durante a colonização portuguesa. Trata-se de uma planta herbácea perene aromática e com rizomas que pode medir até 1,5 m. Sua porção vegetal mais utilizada é o rizoma de coloração amarelo-alaranjado. No Brasil, a produção e colheita são feitas por pequenos agricultores.
Benefícios: Possui vários efeitos medicinais comprovados cientificamente, como a redução da inflamação em caso de artrite, previne arteriosclerose e câncer, tem efeitos neuroprotetores e hepatoprotetores, age sobre desordens respiratórias e gastrointestinais, afecções da pele como psoríase ou eczemas e tem capacidade antioxidante.
Usos: O açafrão-da-terra é uma planta bastante versátil, seu aroma e sua coloração são empregados desde em preparações de receitas a nível doméstico, até nas indústrias alimentícias, têxteis e de perfumes e como elemento em rituais espirituais. Sugerimos usar o açafrão no preparo usual da pipoca. A utilização da cúrcuma deixa a preparação mais atraente e possibilita o acesso aos benefícios da planta.
Fonte: KINUPP, V. F., LORENZI, H. Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil: guia de identificação, aspectos nutricionais e receitas ilustradas. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 2014.
Receita
– Pipoca com açafrão da terra
Ingredientes:
½ xícara de chá de milho
½ col. sopa de óleo vegetal ou azeite
1 col. chá de açafrão em pó
Sal a gosto
Modo de preparo:
1. Em uma panela, adicione o óleo e o açafrão, em seguida acrescente o milho.
2. Feche a panela com a tampa e deixe o milho estourar.
3. Adicione sal e sirva.
Características: É uma herbácea nativa da África da família Amaranthaceae. É conhecida sob diversos nomes e é consumida de diferentes formas nos países africanos e em alguns países asiáticos. Também é chamada por amaranto-africando, amaranto-roxo, espinafre-africano, espinafre rajado, rabo-de-gato, crista-de-galo, flor-de-lã e lagos spinach.
Benefícios: É uma planta rica em proteínas, potássio, cálcio e ferro. As folhas e sementes possuem propriedades anti-inflamatória, hepatoprotetiva, antioxidante, cicatrizante, antidiabética e antimicrobiana. Seus brotos são ricos em betalaínas, pigmentos de efeito antioxidante e com diversos benefícios para a saúde, como combater os radicais livres e o envelhecimento precoce.
Usos: Suas folhas cozidas ou fervidas são comestíveis, sendo que um cozimento rápido garante cor e boa textura. As sementes são comestíveis torradas, germinadas ou cozidas e também possuem uma série de propriedades medicinais. Podem ser utilizadas desidratadas compondo e colorindo misturas de chás. No preparo de alimentos as folhas são saborosas, versáteis e bonitas e ficam excelentes em quiches, molho branco e tortas. As folhas jovens, ramos terminais e talos de plantas bem jovens são consumidas como verdura (é recomendável realizar branqueamento). É usada na medicina tradicional para tratar úlceras cutâneas e úlceras de boca. As folhas são usadas para o tratamento de inflamações, febre e coceira. Das folhas extrai-se uma proteína chamada sokotein, muito usada como suplemento alimentar. Também tem uso ornamental. Por ser um amaranto, assim como as demais da família, não deve ser consumida crua, mas ligeiramente cozida devido a teores relativamente altos de nitritos e algum oxalato de cálcio. Trouxemos uma receita de risoto de couve-flor que utiliza as folhas e as sementes de celósia (observação: as flores em si não são palatáveis).
Receita
– Risoto de couve-flor com celósia
Fonte: SARTORI, V. C; MINELLO, H. L. V.; BASSO, M. R. P A.; SCUR, L. (org.). Plantas Alimentícias Não Convencionais – PANC : resgatando a soberania alimentar e nutricional. Caxias do Sul, RS: Educs, 2020. 118 p. (p. 58-59).
Ingredientes
– 300g de couve-flor
– 50g de sementes de celósia
– 1 cebola
– 1 maço de folhas de celósia
– 1 dente de alho
– sal
– pimenta a gosto
– 500ml de caldo de legumes
– salsinha picada
Modo de preparo
1. Triture grosseiramente a couve-flor no processador.
2. Doure o alho e a cebola com 1 colher de óleo, juntando as folhas de celósia previamente cozidas e picadas, as sementes e a couve-flor.
3. Adicione o caldo de legumes (ou água) e tempere a gosto. Deixe a couve al dente. Coloque por cima a salsinha picada e sirva.
Dica: podem ser usados junto palmito picado ou cogumelos.
Tempo de preparo: 30 minutos
Número de porções: 2
Dislipidemia – Níveis elevados de gordura no sangue.
Colesterol sérico – Colesterol que está na corrente sanguínea.
Herbácea – Plantas de consistência mole e tenra e que, na maioria das vezes, não apresentam parte lenhosa (caule)
Perene – Com um longo tempo de vida.
Rizoma – tipo de caule cresce horizontalmente e que, na maioria das vezes, é subterrâneo.
Ramo – Estrutura de madeira ligada ao tronco da árvore ou do arbusto onde se localizam as folhas.
Talo – Parte das plantas em que não há diferença entre caule e folhas.
Palatável – Saboroso ou aprazível ao paladar.
Branqueamento – Técnica que consiste em escaldar os alimentos em água fervente e, em seguida, mergulhá-los em água gelada, promovendo um choque térmico. O objetivo é facilitar o descascamento, evitar alteração na cor e eliminar impurezas.
A Horta da Faculdade de Saúde Pública da USP, é um espaço-laboratório ao ar livre, que desde 2014, promove aulas práticas, mutirões, oficinas, compostagem de resíduos do refeitório e outras atividades educativas que juntam sustentabilidade e alimentação. Nela, pessoas da faculdade e visitantes cultivam alimentos a partir dos princípios agroecológicos em uma área de 450 m² com grande biodiversidade de plantas e insetos.
Já a Horta Nas Alturas cresce, enfeita, colore e perfuma o 17º andar do Sesc Avenida Paulista.
Autoria do texto: Projeto Horta Comunitária da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo – @hortafspusp
Samantha Marques Vasconcelos Bonfim, Adriana Fiorussi Higino e Cláudia Maria Bógus
Horário de Funcionamento:
TERÇA A SEXTA
10h às 21h30 (com agendamento)
SÁBADOS, DOMINGOS E FERIADOS
10h às 18h30 (com agendamento)
Os ingressos são disponibilizados às sextas, às 12h, via aplicativo Credencial Sesc SP ou pelo sescsp.org.br/avpaulista (somente pelo computador) e permanecerão disponíveis enquanto houver vagas.
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