Sesc Pompeia promove o Simpósio Esportividade para debater a inclusão e a diversidade no esporte
Entre as pessoas participantes, está Tifanny Abreu, atleta profissional de vôlei e primeira mulher transexual brasileira a obter autorização Comitê Olímpico Internacional (COI) para competir em torneios oficiais de alto rendimento. O evento também conta com pesquisadores da área, que contribuirão com suas perspectivas e estudos sobre esportividade, inclusão e diversidade no esporte
O Sesc Pompeia promove no dia 25 de junho, das 13h às 18h, o Simpósio Esportividade, dedicado à promoção da inclusão e diversidade no mundo esportivo. O evento tem como objetivo unir e integrar grupos e indivíduos diversos em torno do acesso democrático à prática esportiva.
Com o reconhecimento de junho como o Mês da Diversidade, o seminário celebra não apenas a comunidade LGBTQIAPN+, mas todas as formas de diversidade, como raça, etnia, gênero, religião e diferentes corpos. Por meio de uma série de painéis, debates e rodas de conversa, o Simpósio Esportividade coloca os praticantes no centro da discussão, reconhecendo sua autonomia na escolha e no acesso ao esporte.
Dentre os temas abordados, estão a importância da experimentação esportiva na infância, a inclusão de pessoas com deficiência no paradesporto, a representatividade LGBTQIAPN+ no esporte, o protagonismo das mulheres nos espaços esportivos e a escolha esportiva na infância negra.
O evento conta com uma programação diversificada, que inclui mesa-redonda, rodas de conversa e momentos de interação.
Confira a programação completa
13h | Recepção e Credenciamento
13h30 | Abertura
13h45 | Mesa Redonda
O acesso ao esporte para todos os corpos, gêneros e idade
Com Larissa Galatti e Julia Vergueiro
Uma reflexão sobre as práticas esportivas inclusivas e democráticas deve considerar as lutas, conquistas e discussões em torno da diversidade no esporte. O debate acerca dessa temática abrange questões como raça, etnia, gênero, orientação sexual, religião e deficiência, além de discussões sobre a importância de criar espaços onde todos possam participar plenamente e com igualdade de oportunidades.
15h30 | Rodas de Conversa
Esporte de menina ou de menino? Apenas esporte! O ensino e a experimentação do esporte na infância
Com Larissa Galatti
O Decreto-Lei nº 3.199 (art. 54), que proibia as mulheres de jogarem futebol, baixado em 1941, esteve em vigor por 38 anos. Embora nenhuma legislação tenha proibido formalmente o balé masculino, essa reprovação foi – e ainda é – muitas vezes imposta dentro dos lares e das escolas. Esses são alguns exemplos de problemas e preconceitos que relacionam esporte a gênero. Por isso, discussões e conversas sobre a importância da experimentação esportiva na infância e os impactos que restrições podem ter no desenvolvimento das crianças são essenciais para o respeito à diversidade.
A iniciação ao paradesporto e a prática inclusiva
Com Nayara Falcão e Ronaldo Gonçalves de Oliveira
Reflexões sobre a disseminação e a integração do paradesporto destacando o seu papel crucial como ferramenta de combate ao capacitismo e a sua possibilidade de enriquecer a vida de muitas pessoas são fundamentais em nossa sociedade. Promover o paradesporto não apenas desafia e quebra preconceitos relacionados às capacidades das pessoas com deficiência, como também celebra suas conquistas e habilidades.
LGBTQIAPN+: O esporte é para mim também!
Com Fabricio Addeo, Jazmin e Raphael Martins
As pessoas LGBTQIAPN+ foram historicamente excluídas das práticas esportivas, especialmente nas modalidades predominantemente masculinas. Apesar de anos de marginalização, muitos coletivos continuam trabalhando arduamente para aproximar e inserir todas as pessoas no esporte. Daí a importância de discussões sobre experiências vividas, lutas enfrentadas e conquistas alcançadas ao longo do tempo.
Os espaços públicos também são nossos – Mulheridades em espaços seguros
Com Tifanny Abreu, Julia Vergueiro e Nathalia Prado
A falta de espaços seguros para a prática esportiva afasta muitas mulheres da atividade física e do esporte e, em alguns casos, esse sentimento de insegurança pode ser ainda mais acentuado. Uma roda de conversa sobre o fortalecimento das redes de apoio e as barreiras enfrentadas nesse âmbito é essencial para abordar a participação esportiva de mulheres. Discutir e compartilhar experiências pode ajudar a identificar soluções práticas e a construir um ambiente mais acolhedor e seguro para todas as mulheres no esporte.
A escolha esportiva na infância negra – Quem escolhe?
Com Neilton de Souza Ferreira Jr e Ana Carolina Toledo
No Hall da Fama dos Atletas Olímpicos do Brasil, a presença de atletas negros se destaca principalmente no atletismo. Onde estão os atletas negros em outras modalidades esportivas? A igualdade racial está realmente presente na escolha esportiva ao longo da infância? Uma roda de conversa sobre a esportividade na infância negra, com troca de saberes e relatos de experiências, é fundamental para explorar as questões envolvidas no tema.
17h30 | Encerramento
Biografias
Ana Carolina Toledo
Neta de Mãe Sinira, filha de Felicidade e mãe de Maria Tereza. Nascida, criada e crescendo na Umbanda. Dançante. Pesquisadora na vida e no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo, atuando nas encruzilhadas entre pedagogias, feminismos e corpo-oralidades negras. Mestra em Artes, com uma pesquisa sobre os signos ancestrais das danças pélvicas negras, pelo Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Especialista em Corpo: dança, teatro e performance, pelo Célia Helena. Bacharel em Marketing e em Esporte pela Universidade de São Paulo (USP). Formação em Bailes Afro-Cubanos pelo Conjunto Folklórico Nacional de Cuba (Havana). Integrante do Grupo Terreiro de Investigações Cênicas (IA Unesp). Coautora dos livros Giro epistemológico para uma educação antirracista; Racismo no esporte: um panorama crítico e propositivo; e Tatú tá cavucando: dez anos de Grupo Terreiro.
Fabricio Addeo – Nix Diversidade
Especialista em Gestão de Projetos em Diversidade, Esporte e Economia Criativa. Formado em Comunicação pela Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) e cursou Gestão de Projetos na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). É diretor e fundador da Nix Diversidade. Coordena os estudos de Diversidade e Inclusão dessa organização, analisando mapeamentos e gerindo coletivos de esporte inclusivo.
Jaz Cañete – Basketrans
Jazmin, mais conhecido como Jaz, 26 anos e transmasculino. Estudante de Educação Física, idealizador e fundador do coletivo Basketrans Mbarete. Nascido e criado no Paraguai e naturalizado brasileiro. Fluente em guarani, espanhol e português.
Julia Vergueiro
Empreendedora social, fundadora e CEO da Nossa Arena, primeiro espaço da América Latina dedicado à inclusão de meninas, mulheres e pessoas trans no esporte. Sócia do Pelado Real FC, escola de futebol em São Paulo exclusiva para meninas e mulheres.
Larissa Galatti
Doutora e livre-docente pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Pesquisadora do Grupo de Estudos em Pedagogia do Esporte (LEPE) e docente do curso de Ciências do Esporte da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) da Unicamp e da pós-graduação da Faculdade de Educação Física (FEF) da mesma instituição. Suas pesquisas e ações são centradas na Pedagogia do Esporte e no desenvolvimento de atletas, treinadoras e treinadores esportivos. É membro do Comitê Científico do International Council for Coaching Excellence (ICCE). Tem formação como International Master Coach Developer pela Nippon Coach Developer Academy (NCDA, Tóquio, Japão). Tem experiência como professora visitante, palestrante e formadora de treinadores e treinadoras em países das Américas, Europa, África e Ásia.
Nathalia Prado – Magic Minas
Filósofa e educadora parental, especializada em Desenvolvimento Infantil. Mãe de gêmeos e apaixonada por basquete. Integrante do Coletivo de Basquete Amador Magic Minas, atuando nas áreas de comunicação e planejamento do grupo, que preza pelo incentivo à prática esportiva feminina como qualidade de vida, levando desde 2017 possibilidades seguras de treinos a todas as mulheres de São Paulo.
Nayara Falcão
Mulher com deficiência, atleta e advogada. Especialista em Educação Inclusiva. Atuou no terceiro setor em programas sociais do Governo da Bahia e no âmbito privado. Atualmente é diretora de Projetos Paradesportivos de Educação, Lazer e Inclusão Social da Secretaria Nacional do Paradesporto (SNPAR) do Ministério do Esporte (Mesp). Integrante do coletivo de pessoas negras com deficiência – Quilombo PcD; membra da Frente Nacional de Mulheres com Deficiência/FNMD; palestrante e ativista dos direitos humanos.
Neilton de Souza Ferreira Jr.
Professor adjunto do curso de Educação Física da Universidade Federal de Viçosa – Campus Florestal, onde coordena as disciplinas de História, Filosofia e Sociologia da Educação Física. Doutor e mestre em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP). Graduado em Educação Física pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Concentra suas atividades de estudo e pesquisa no campo das Relações Étnico-Raciais da Educação Física e da relação entre Colonialismo, Imperialismo e Cultura Corporal.
Raphael Martins – MBB
Residente na Zona Leste de São Paulo, 37 anos, jogador de futsal amador há 7 anos e educador social. Fundador do Instituto Meninos Bons de Bola, projeto que, desde 2016, fornece a prática esportiva para pessoas trans em São Paulo, acolhendo-as. O projeto visa reinserir esse público na sociedade através do esporte, sendo ofertado um espaço seguro e de socialização entre pares. Acredita que o esporte e a educação caminham juntos para maior promoção e garantia de direitos básicos, possibilitando a construção de uma sociedade igualitária e diversa. Luta para que “Ninguém seja mais importante do que todes nós juntes”.
Ronaldo Gonçalves de Oliveira
Professor de Educação Física, doutor em Engenharia Biomédica e especialista em voleibol sentado. Atuou como técnico da Seleção Brasileira de 2002 a 2013. Atualmente, é coordenador de Desenvolvimento Esportivo e Modalidades Paralímpicas no Serviço Social da Indústria (Sesi), em Suzano. Antes, foi professor na Universidade de Suzano (Unisuz).
Tifanny Abreu
Atleta profissional de voleibol e primeira mulher transexual brasileira a conquistar autorização do Comitê Olímpico Internacional (COI) e das Confederações Mundiais para participar de competições oficiais de alto rendimento em qualquer clube do mundo. Engajada em diversos projetos em prol da comunidade LGBTQIAP+.
Serviço:
Simpósio Esportividade | 25 de junho, das 13h às 18h
Inscrições a partir de 05 de junho clique aqui
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