A mostra traz imagens dos fotógrafos João Mendes e Afonso Pimenta produzidas entre 1960 e 1990 no Aglomerado da Serra, Belo Horizonte (MG)
Sob a curadoria do artista visual e pesquisador Guilherme Cunha, a exposição Retratistas do Morro está em cartaz no Sesc São José dos Campos desde setembro, onde ficará até junho de 2025
Abrigando 105 obras dos fotógrafos Afonso Pimenta e João Mendes, que trabalham desde a década de 1970 registrando o cotidiano dos moradores da Comunidade do Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte (MG), a itinerância no Sesc São José é a terceira montagem da mostra, que esteve no Sesc Pinheiros entre 2023 e 2024 e no Sesc Guarulhos de abril até outubro de 2024.
A itinerância chegou à programação do Sesc São José dos Campos com a proposta de revisitar uma narrativa da história recente de imagens brasileiras, a partir do ponto de vista dos fotógrafos Afonso Pimenta e João Mendes, que trabalham desde a década de 1970 registrando o cotidiano dos moradores da Comunidade do Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte (MG).
O curador iniciou a pesquisa a partir de um levantamento para identificação de um grupo de retratistas que atuaram na comunidade entre os anos 1960 e 1990, registrando o dia a dia de seus moradores. Entre os fotógrafos, Afonso Pimenta e João Mendes se destacaram por atuarem na região e pelo volume de seus acervos.
Assim, a partir da catalogação, restauração e digitalização de 250 mil negativos do acervo, Cunha mergulhou no passado local para compor um recorte de 33 mil fotografias. Destas, quase 340 imagens integraram o corpo da exposição no Pinheiros. Para a itinerância em São José dos Campos, o recorte apresenta 105 obras para contar versões da história das metrópoles e das populações de favela no Brasil, a partir da ótica e das experiências de mundo de seus próprios moradores, retratadas pelos artistas. O trabalho não implica uma abordagem apenas profissional, mas também afetiva, captando diferentes realidades familiares e seus movimentos cotidianos na comunidade do Aglomerado da Serra.
A curadoria destaca ainda a importância desse movimento no cenário da arte contemporânea, por meio da mostra, como importante forma de lastro simbólico das populações brasileiras, que por vezes têm suas histórias representadas pelo olhar de fora.
Sobre o curador
Guilherme Cunha é artista visual, pesquisador e empreendedor cultural formado em Artes Plásticas pela Escola Guignard (UEMG) e Pittsate University (KS/EUA). Suas produções e pesquisas transitam por diferentes meios, atuando na interseção entre as artes visuais com outras formas de conhecimento. Foi artista residente do Atelier #3 na Casa Tomada (SP/2010), do JA.CA (BH/2014) e do RedBull Station (SP/2014). Foi contemplado no programa de exposições do Espaço Cultural Marcantônio Vilaça em 2015, no XIII Prêmio FUNARTE Marc Ferrez de Fotografia e foi co-idealizador do projeto que recebeu o XIV Prêmio FUNARTE Marc Ferrez de Fotografia. É co-idealizador e codiretor do FIF BH – Festival Internacional de Fotografia de Belo Horizonte (2013/2015/2017/2020).
Sobre os artistas
Afonso Pimenta nasceu em São Pedro do Suaçuí, interior de Minas Gerais. A fotografia chegou a sua vida por necessidade. Como assistente do fotógrafo João Mendes, enquanto lavava as imagens já reveladas, foi aprendendo seu futuro ofício. Fotografou os concursos de dublagem, os salões, os dançarinos, grupos de amigos, e viveu perto os bastidores do movimento Black e dos bailes de Soul que surgiam na periferia. Começou a trabalhar, como ele mesmo define, “no corpo a corpo” – indo ao encontro das pessoas e caminhando pelo morro. Há quase 40 anos registra o cotidiano dos moradores e os eventos sociais que ali acontecem.
João Mendes nascido no ano de 1951 em Iapú, município de Inhapim, comarca de Caratinga, Minas Gerais, trabalhou no interior com os pais desde os oito anos de idade. Depois de passar por vários empregos, aos 15 anos inicia sua trajetória na fotografia. Ainda nessa época, foi contratado pelo delegado de polícia da cidade para ser o fotógrafo oficial da perícia. Em 1973 João Mendes se estabelece como um dos primeiros fotógrafos profissionais no bairro Serra, em Belo Horizonte, onde vem trabalhando há 45 anos.
Visitas mediadas
Para além da visitação do público espontâneo, que pode contemplar a exposição e dialogar com os educadores, de terças a sextas, das 8h às 21h; e aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h30, o Sesc São José dos Campos conta com uma equipe de mediadores culturais para realizar visitas temáticas e oficinas pedagógicas para grupos previamente agendados. Esta ação tem como objetivo contribuir para a construção de narrativas a partir desta história recente de imagens brasileiras, tendo em vista que o trabalho não implica uma abordagem apenas profissional, mas também afetiva, captando diferentes realidades familiares e seus movimentos cotidianos na comunidade do Aglomerado da Serra.
Agendamento para grupos
Para agendar visitas monitoradas com a equipe de educadores é necessário enviar email para agendamento.sjcampos@sescsp.org.br
Serviço
Retratistas do Morro
Visitação até 20 de junho de 2025, de terças a sextas, das 9h às 21h; sábados domingos e feriados, das 10h às 18h30.
Área de Exposição. Grátis. Livre
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