Realizada na cidade natal de Luiz Sacilotto e dividida em quatro núcleos temáticos, a mostra tem curadoria de Reinaldo Botelho e exalta vida e obra do homenageado, convidando o público a uma imersão em seus processos criativos.
Ao longo de seis meses, entre 15 de janeiro e 27 de julho de 2025, o Sesc Santo André será palco de uma celebração ao legado de um relevante personagem das artes visuais do Brasil: o pintor, desenhista e escultor Luiz Sacilotto (1924 – 2003), cuja trajetória será reverenciada por meio de Sacilotto BioGráfico, exposição com curadoria de Reinaldo Botelho, que dá continuidade às ações do centenário do artista andreense. Nascido em 22 de abril de 1924, Sacilotto foi figura central de movimentos divisores como a arte concreta, o abstracionismo geométrico e a op art.
Reunindo 17 obras e 22 itens de acervo pessoal, além de uma série de documentos originais, conteúdos fac-similares, ferramentas e materiais de trabalho do artista, a Sacilotto BioGráfico se desenvolve por meio de quatro núcleos temáticos: Cidade e Espaço Público; Vida e Obra; Cores-Timbres e Atelier.
Nos dois primeiros núcleos, aspectos da vida de Sacilotto e a relação indissociável de sua produção com o desenvolvimento urbanístico de Santo André evidenciam que seu legado é intrínseco ao patrimônio cultural da cidade. Em 2000, como homenagem da Prefeitura de Santo André, a principal via comercial do município, a rua Coronel Oliveira Lima, foi calçada com lajotas que reproduzem suas obras. No local foi instalada também a escultura Concreção 0005 e, na praça do IV Centenário, a escultura Concreção 0011, ambas realizadas naquele mesmo ano pelo artista.
Trabalhos do artista também são parte da identidade da unidade do Sesc na cidade, desde a sua fundação, em 2002. Na ocasião, Sacilotto pintou dois painéis com cerca de 7,5m x 10m – as maiores obras em dimensão que figuram em seu currículo – especialmente desenvolvidos para o Sesc Santo André e elaborados a partir de tramas geométricas coloridas que provocam ilusão de ótica e dão a sensação de movimento ou volume, embora sejam feitas em superfícies planas.
Proporcionando uma imersão no ambiente de criação do artista, o núcleo Atelier apresenta materiais artísticos e ferramentas de trabalho e documentação de seus processos criativos, como estudos, projetos, notas, cadernos, esboços, maquetes, objetos e fotografias que, dispostos lado a lado, evidenciam a metodologia personalíssima desenvolvida por Sacilotto.
“O Atelier é a viga mestra que estrutura a exposição. A importância desse espaço para o trabalho e pesquisa do artista é manifesto, sendo o local onde a criatividade é estimulada e a produção artística ganha vida. Funciona como uma oficina de práticas, como um universo de experimentação, inovação, formação, colaboração e troca cultural. Nele o artista explora a técnica como ferramenta de investigação e processo de aprendizagem, discurso e maneira de pensar”, explica Botelho.
No núcleo Cores-Timbres, uma das características envolventes da produção de Sacilotto é detalhada ao público: a forma como, em suas composições, as cores são manipuladas para destacar ou suavizar a geometria de suas criações. Ao longo de mais de seis décadas de atuação ele criou e colecionou pigmentos, classificou e numerou gradações que chegam a mais de 300 tons e incluem desde terras de Siena, na Itália, e Kassel, na Alemanha, até azuis e verdes de jazidas de Minas Gerais.
Das 17 obras reunidas na mostra, 6 vieram do acervo da Casa do Olhar Luiz Sacilotto, museu fundado em 1992 pela Prefeitura de Santo André e rebatizado, em 2003, em homenagem ao artista andreense, falecido em 9 de fevereiro daquele ano, aos 78 anos de idade. Outras 8 obras e os 22 itens de acervo pessoal vieram do espólio da família Sacilotto, mantido sob os cuidados da galeria Almeida & Dale, que estabeleceu frequente colaboração com Botelho durante a pesquisa para realização da mostra. Outras três obras complementam o conjunto de trabalhos reunidos pelo curador e foram temporariamente cedidas pelo Hospital Brasil, de Santo André, pela Pinacoteca de Mauá e pela Pinacoteca de São Bernardo do Campo.
Inclusivos, os quatro núcleos que compõem o espaço expositivo de Sacilotto BioGráfico dispõem ainda de recursos de acessibilidade como QR codes que direcionam o visitante a escuta de áudios relacionados aos conteúdos de automediação, além de vídeos em libras e audiodescrição das obras.
Em paralelo à exposição também será promovida uma série de ações educativas que incluem visitas mediadas, oficinas e performances.
PROGRAMAÇÃO | JANEIRO A JULHO 2025
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