Em novembro, 20 unidades do Sesc São Paulo celebram e promovem o turismo de base comunitária por meio de passeios, excursões, bate-papos e cursos.
O turismo é uma prática que vai muito além do simples deslocamento de um lugar para outro, pois cada lugar carrega consigo um conjunto único de memórias, modos de viver e saberes, que são parte das pessoas que ali estão.
É com este entendimento que o Sesc se propõe a celebrar e promover o turismo de base comunitária, construído como prática educativa que favorece a convivência, a coletividade e a diversidade.
Nesta proposta, os grupos e as comunidades realizam grande parte da gestão das ações turísticas, incentivando cadeias econômicas justas, que muitas vezes complementam atividades tradicionalmente realizadas, como a agricultura e a pesca. São aldeias indígenas, assentamentos, associações, coletivos urbanos, quilombos, dentre tantos outros grupos. Tais práticas e saberes tradicionais têm muitas vezes papel fundamental na conservação de florestas, rios e territórios, por muitas gerações.
Durante o mês de novembro, 30 atividades integram o Festival Sesc de Turismo Comunitário, com uma programação que acontece dentro e fora das unidades do Sesc, com passeios, excursões, ações educativas e culturais diversas, aproximando as pessoas interessadas a esse modo de fazer turismo.
Um dos destaques será na abertura do Festival, com o lançamento da série de vídeos-passeios Itinerários de Resistência, dia 7/11, no Sesc Bom Retiro, na qual 20 comunidades do estado de São Paulo, que praticam o Turismo de Base Comunitária (TBC), apresentam seus territórios e suas histórias na capital, interior e litoral.
Em 2020 esses lugares foram mapeados e escolhidos entre tantos que existem no estado de São Paulo e, a partir de entrevistas virtuais feitas pela jornalista Mônica Nóbrega, foi criada uma produção textual inédita sobre cada local, que pode ser acessada na plataforma Sesc Digital, aqui.
Em 2023 esse projeto avançou mais uma fase, ficando a cargo do historiador Cadu de Castro e do diretor e produtor audiovisual Junior Castro rodarem quilômetros viajando, conhecendo e registrando cada um desses 20 territórios.
“Cada local visitado foi uma experiência singular. Mais do que as paisagens deslumbrantes, o que mais nos tocou foram as pessoas e suas histórias de vida. Criamos vínculos afetivos, trocamos muitos conhecimentos e aprendemos, em pouco tempo, lições que levaríamos anos para assimilar.”
Cadu de Castro
Esse trabalho resultou nos vídeos-passeios, onde pessoas escolhidas pelas próprias lideranças locais é que fazem o papel de anfitriã ou anfitrião na visita virtual, apresentando um pouco do que cada lugar oferece. A série será lançada durante o Festival Sesc de Turismo Comunitário, dia 7/11, na plataforma Sesc Digital.
“No projeto, o audiovisual foi utilizado como ferramenta para propagar e potencializar o protagonismo dos moradores locais e valorizar seus saberes e fazeres. E esta é a essência do Itinerários: a valorização das identidades locais. Cada lugar visitado possui uma trajetória singular, que revela a riqueza cultural e a diversidade dos modos de vida que existem no Estado de São Paulo.”
Junior de Castro
Os vídeos foram agrupados em cinco regiões:
Capital
– Aldeia Indígena Kalipety (Território Tenondé Porã, Parelheiros)
– Acolhendo em Parelheiros
– Ilha do Bororé (Grajaú)
– Quilombaque (Perus)
– Comuna da Terra Irmã Alberta (Perus)
Interior
– Assentamento Monte Alegre (Araraquara)
– Bela Vista do Chibarro (Araraquara)
– Fazenda Roseira (Campinas)
– Assentamento Dom Thomas Balduino (Franco da Rocha)
– Quilombo do Cafundó (Salto de Pirapora)
Vale do Ribeira e Litoral Sul
– Enseada da Baleia (Ilha do Cardoso)
– Quilombo do Mandira (Cananéia)
– Quilombo Sapatu (Eldorado)
– Quilombo do Ivaporunduva (Eldorado)
Vale do Paraíba e Litoral Norte
– Institutos H&H Fauser e Chão Caipira (Paraibuna)
– Quilombo da Fazenda (Ubatuba)
– Castelhanos (Ilhabela)
Baixada Santista
– Paquetá (Santos)
– Ilha Diana (Santos)
– Cota 200 (Cubatão)
“A luta pelo território é um ponto comum entre todas as comunidades – sejam indígenas, quilombolas, caiçaras, agrárias ou periféricas – e essa luta é contínua. E, neste contexto, o programa de Turismo de Base Comunitária surge como ferramenta importante nessa batalha, pois tem potencial de transformar o olhar dos visitantes. Eles permitem que as pessoas compreendam o valor do território para a preservação dos saberes e fazeres locais, além de promover a valorização dessas culturas.”
Cadu de Castro
A partir do dia 7/11, assista aos vídeos na íntegra, na plataforma Sesc.digital.
Dentro da programação do Festival de Turismo haverá passeios para alguns desses lugares registrados nos vídeos, como Da Lavoura à Xícara de Café (Assentamento Bela Vista do Chibarro), realizado pelo Sesc Araraquara, Cultura Afro na Casa de Cultura Fazenda Roseira, pelo Sesc Guarulhos, São Paulo Inesperada: Ilha do Bororé, promovido pelo Sesc Pinheiros, e o Quilombo da Fazenda (Ubatuba), organizado pela primeira vez pelo Sesc São José dos Campos.
Programe-se e participe das atividades do Festival de Turismo!
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