Filosofia sem amarras 

15/10/2024

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Primeiro título da coleção Pop Filosofia é de autoria de Marcia Tiburi, também responsável pela curadoria da coletânea 

O conceito de ‘Pop filosofia’ vem do filósofo francês Gilles Deleuze e é ele que dá o nome à coleção lançada pelas Edições Sesc junto da Editora Nós. Marcia Tiburi, responsável pela curadoria da coleção, é autora da primeira obra, que leva o mesmo título. 

Em Pop Filosofia, a autora resgata e investiga o conceito deleuziano para propor uma renovação do fazer filosófico “em nome de um pensamento livre, criativo e capaz de levar impulsos questionadores às últimas consequências, isento de amarras formais e entregue a potencialidades”. Ela defende que a Pop Filosofia é uma forma de resistir ao que parece ser um projeto organizado de apagamento do pensamento crítico e reflexivo em meio à indústria cultural. 

Neste primeiro volume, a filósofa se propõe justamente a explorar o conceito para pensar uma filosofia que esteja aberta a se “transfigurar”, em sentido emprestado da pop art de Andy Warhol, movendo-se de seu lugar historicamente encastelado e distante da vida contemporânea pelo aprisionamento no olhar acadêmico de tradição patriarcal, branca e europeia. 

A obra é constituída por nove ensaios curtos, começando com “A filosofia é um problema filosófico”, no qual a autora discute como a filosofia, que podia ser diálogo, se tornou discurso, e assim não oferece uma alternativa ao domínio da indústria cultural. No segundo capítulo, “A história da filosofia como questão”, aborda como a evolução da filosofia europeia contemporânea se dividiu entre os analíticos britânicos e estadunidenses e os “continentais” (franceses, alemães e outros). Em seguida, “A colonização interna da filosofia” traz a contribuição latino-americana para descolonizar a disciplina.  

Os próximos capítulos discorrem sobre a relação entre filosofia e cultura, forma e conteúdo, as matérias “desprezadas” pela filosofia acadêmica, e mergulham na obra de Deleuze e em como ele chegou à Pop filosofia. O penúltimo evoca a “educação bancária” de Paulo Freire para criticar uma concepção bancária da filosofia e “a filosofia contra a própria filosofia”. Para encerrar, discute-se a Pop Filosofia enquanto filosofia viva.  

Coleção Pop Filosofia 

A coleção pretende aproximar as pessoas do pensamento reflexivo de modo aberto e, ao mesmo tempo, com alta qualidade de pesquisa e fundamentação teórica, possibilitando uma saída do senso comum. Disposta em uma série de livros com temas diversos e abrangentes, tratados por meio da perspectiva da Pop Filosofia, a coleção traz ensaios escritos por especialistas e figuras de notório saber em suas áreas, que estejam dispostos a refletir a partir do princípio “pop” deleuziano, em um formato acessível ao grande público. 

O segundo título da coleção é Falsolatria, de Jean Wyllys – mais informações aqui

Veja também: 

:: trecho do livro 

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