Os visitantes de hoje têm mochilas amarelas e alturas muito variadas, não entendo como podem ter a mesma idade e tantos tamanhos, são inquietos e podem derrubar os frascos, apontam uma raposa empalhada e perguntam se é pré-histórica, não sei se estou pronta pra tudo isso, não já, talvez eu precisasse de mais um mês, pelo menos mais um mês. Esta é uma aranha, mas não, não é uma aranha qualquer.
Peço silêncio, não estão interessados na aranha porque é pequena, digo que essa aranha costuma aparecer embaixo do travesseiro das crianças que fazem barulho no museu. Tento rir, tento rir uma risada doce e ela não sai como eu esperava, sai como um complemento sinistro da minha ameaça. Todos me escutam e já não sei se tenho algo bom para narrar (…)
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