Convidamos o Projeto Horta Comunitária da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo para contar para a gente as características de algumas espécies da nossa horta, além de receitas apetitosas para inspirar na cozinha. O resultado você confere aqui!
Mais conhecida por acrescentar aroma e sabor a inúmeros pratos – especialmente nos da culinária italiana –, esta poderosa e popular herbácea é o tema da terceira publicação do projeto “Horta nas Alturas – Verão”. Você sabia que, muito além de tempero, o orégano tem diferentes propriedades medicinais?
Características: A azedinha (Rumex acetosa L.) é uma Planta Alimentícia Não Convencional (PANC) da família Polygonaceae. Também conhecida como azedeira, azedinha-da-horta, azeda-brava, azeda-comum e língua de vaca. Possui folhas lisas e de espessura fina, em duas variedades: graúda e pequena. Essas folhas são muito saborosas, com gosto ácido semelhante ao limão. A planta alcança de 22 a 55 centímetros de altura, o que facilita seu cultivo também em jardins e vasos, já que não demanda grandes espaços. Não produz sementes com facilidade, sendo cultivada geralmente através da divisão de touceiras, preferindo solos férteis, sempre úmidos. Além disso, uma elevada umidade do ar favorece seu cultivo.
Benefícios: É rica em fibras, favorecendo o desempenho intestinal. Além disso, é fonte de ferro e antioxidantes, como taninos e vitamina C. Como a vitamina C potencializa a absorção de ferro, essa dupla de nutrientes é muito bem aproveitada nesse alimento. A azedinha possui também propriedades medicinais, sendo antiescorbútica, laxativa, diurética, anti-inflamatória e tônica. Para uso medicinal, seu preparo varia conforme a enfermidade abrangendo, além da ingestão, os usos tópicos. Podem ser feitas compressas com seu chá, aplicação de cataplasmas feitos com suas folhas inteiras e utilização de pastas feitas com folhas trituradas para problemas de pele. Apesar de seus múltiplos benefícios, essa planta é rica em ácido oxálico, substância que se ingerida em grandes quantidades pode ser prejudicial ao organismo, propiciando a formação de cálculos renais.
Usos: Pode ser utilizada em preparos salgados, como em saladas, molhos e sopas, sendo um ótimo acréscimo em preparações devido ao seu sabor ácido e refrescante. Também pode ser utilizada em refogados e em preparações doces, para incrementar geleias, sucos e drinks, como a clássica caipirinha.
Ingredientes:
Para os fios de legumes:
Para o pesto de azedinha:
Modo de fazer:
Fios de legumes:
Pesto de azedinha:
Quando as preparações estiverem prontas, sirva os fios de abobrinha e de cenoura com o molho pesto de azedinha.
Rendimento: 2 porções
Tempo de preparo: 20 minutos
Fontes:
Instituto Kairós (org.). Guia Prático sobre PANCs: plantas alimentícias não convencionais. São Paulo; 2017.
Ranieri, G. Língua de Vaca, Labaça e Azedinha. 2016. Disponível em: http://www.matosdecomer.com.br/2016/02/lingua-de-vaca-labaca-e-azedinha.html?fbclid=IwAR0lGQpLNz6K2sXtpi5duOx29RZi9TM52ObyP0hprsuy44kmU4yYIIirKJc&m=1
Sabor da Fazenda. Azedinha (Rumex acetosa). [s.d.]. Disponível em: https://sabordefazenda.com.br/produto/azedinha-rumex-acetosa/
SESI. Fios de abobrinha e cenoura com molho pesto de azedinha. [s.d.]. Disponível em: https://alimentesebem.sesisp.org.br/arquivos/receita/fios-de-abobrinha-e-cenoura-com-molho-pesto-de-azedinha
Sigrist, S. Azedinha. PPAC. 2012. Disponível em: https://www.ppmac.org/content/azedinha2
Sustentarea.PANC: Azedinha. 2019. Disponível em: https://www.fsp.usp.br/sustentarea/2019/01/11/panc-azedinha/
Mais conhecida por acrescentar aroma e sabor a inúmeros pratos – especialmente nos da culinária italiana –, esta poderosa e popular herbácea é o tema da terceira publicação do projeto “Horta nas Alturas – Verão”. Você sabia que, muito além de tempero, o orégano tem diferentes propriedades medicinais?
Características: O orégano (Origanum vulgare) pertence à família Lamiaceae. Pode também ser chamado de manjerona-baiana, manjerona-selvagem, orégão ou ouregão, manjerona-silvestre, mejorana (Espanha), marjolaine sauvage (França), origano (Itália). É uma erva originária da Europa e da Ásia Central e cultivada no Brasil. Caracteriza-se por ser uma herbácea que seca no inverno e inicia a rebrota no verão. É aromática, ereta, de folhas simples, flores esbranquiçadas, róseas ou violáceas e com hastes algumas vezes arroxeadas, atingindo, no máximo, 1 m de altura. Seus frutos são secos, têm coloração escura e não se separam facilmente de suas pequenas sementes. Prefere solos bem férteis, de natureza calcária, secos e que recebam bastante luz solar. Propaga-se por divisão de touceiras, estacas ou por sementes.
Benefícios: O orégano tem ação antioxidante, é digestivo, antimicrobiano, antiespasmódico, anti-inflamatório e antitussígeno. Na medicina tradicional, as partes geralmente utilizadas são suas folhas e flores, em infusões, compressas ou submetidas à decocção e óleo essencial, atuando como tônico estimulante ou desinfetante, usadas no tratamento de tosse, dor de dente, dor de ouvido, dor de cabeça, febre, doenças de pele, problemas digestivos e respiratórios, cólicas menstruais, artrite e dores musculares. Para certos venenos, é recomendado como antídoto e usado no alívio das dores provenientes de picadas de insetos. Seu óleo essencial e sua infusão são contraindicados para mulheres grávidas e em fase de amamentação. O óleo nunca deve ser ingerido. Em doses altas pode provocar sonolência e em pessoas sensíveis pode provocar dermatite.
Usos: É utilizado como especiaria na preparação de alimentos devido ao seu sabor característico, provenientes de seu óleo essencial, especialmente na culinária italiana. Na cozinha, suas folhas e flores são, geralmente, utilizadas secas, essencialmente em carnes e molhos de tomate, bem como em ensopados, peixes, assados, petiscos, saladas, patês, queijos, massas e vinhos. Sua aplicação deve ser feita sempre no final da preparação, após o cozimento. É considerado um ingrediente fundamental no preparo de pizzas, responsável pelo seu aroma único. Além de seu uso culinário, possui também aplicação ornamental e medicinal.
Ingredientes:
Modo de fazer:
Dicas: sirva sobre saladas e sopas ou petisco. Assim que estiverem frios, transfira-os para um pote com fechamento hermético para que permaneçam crocantes por até uma semana.
Rendimento: até 4 porções
Tempo de preparo: 20 a 30 min
Fontes:
Cordeiro, S. Z. Origanum vulgare L. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO. 2022.
Lobo, R. Croûtons de frigideira. Panelinha. [s.d.].
Sabor da Fazenda. Orégano (Origanum vulgare). 2022.
UFSC. Orégano. Horto didático. Fevereiro, 2020.
E se a vida te der um limão? Neste episódio você confere que dá pra fazer muito mais que suco, doces e drinks com limão.
Características: O limão é considerado nativo da Ásia Central, mas atualmente é muito cultivado em vários países tropicais e subtropicais. Os EUA e o México são os principais produtores e na Europa, a maioria dos limões são cultivados na Espanha e na Itália. O limoeiro tem suas folhas em formato elípticos e lanceoladas, verdes e coriáceas, as inflorescências surgem em cachos e são compostas de flores axilares, muito perfumadas e atrativas para as abelhas. Tem um porte médio podendo atingir de 3 a 3,5 metros de altura.
Benefícios: O limão é excelente fonte de vitaminas A, C e sais minerais (potássio, cálcio, fósforo, magnésio e ferro) que o organismo necessita para manter a saúde. Herbalistas recomendam o óleo de limão contra as infecções, para ajudar o sistema digestivo, aliviar dores de cabeça, enxaquecas, problemas musculares, tosse, resfriado, asma e contra fungos como a micose e tinea. É indicado também para limpar a pele oleosa, clarear cabelos, eliminar a caspa e a oleosidade do couro cabeludo.
Usos: A seiva tem ampla utilização na culinária, em temperos de frutos do mar, aves e suínos, além de servir para o preparo de sucos, doces e drinques. Da casca é possível extrair essências aromáticas utilizadas na indústria farmacêutica, no preparo de perfumes, de produtos de limpeza e higiene pessoal e no preparo de licores. Na aromaterapia (técnica terapêutica que usa os estímulos olfativos como ferramenta de tratamento), o óleo essencial extraído das cascas do limão é um importante componente, pois ele atua no estímulo emocional trazendo uma sensação de bom humor. O óleo extraído das sementes de limão é empregado medicinalmente.
Que tal uma sobremesa?
Ingredientes:
Modo de preparo:
Rendimento: até 4 porções
Tempo de preparo: 15 minutos
Fontes
Morton, J. Lemon. In: Frutos de climas quentes. 1987.págs. 160–168.
Mousse de limão com cardamomo. 2017. Acesso em novembro, 2022.
Sigrist,S. Limoeiro. Plantas Medicinais. 2013. Acesso em novembro, 2022.
Características: A couve é uma hortaliça que apresenta caule ereto e emite novas folhas ao redor do caule. Propaga-se por sementes ou pelo plantio do broto lateral, que é a forma de propagação mais comum. É um vegetal crucífero do gênero Brassica e pertencente à família Brassicaceae, da qual fazem parte mais de 3.000 espécies, entre elas o repolho, o nabo, o rabanete e a mostarda. Tem origem europeia e pode atingir até 1 metro de altura no período de colheita, o que geralmente ocorre entre 60 a 90 dias a partir da semeadura. Para seu plantio, é importante que o solo seja bem drenado e rico em matéria orgânica, com luz direta ou meia sombra. A rega deve manter o solo úmido, porém não encharcado. Em hortas, o espaçamento entre as plantas geralmente é de 25 a 50 cm, mas ela também pode ser cultivada em jardineiras e vasos.
Benefícios: As espécies de Brassicas são bem conhecidas pelos seus elevados níveis de compostos antioxidantes, importantes para a prevenção de cânceres. As folhas da couve contêm boa quantidade de fibras dietéticas (solúvel e insolúvel), nutriente importante para a saúde intestinal. São também excelentes fontes de folato (vitamina hidrossolúvel B9). Outras vitaminas importantes para a saúde encontradas na couve são a C, a K e as do complexo B. Além disso, tem quantidade considerável de minerais como enxofre, iodo, cobre, cálcio, potássio, ferro, fósforo, magnésio, manganês, selênio e zinco.
Usos: A couve é bem versátil para uso culinário: pode ser consumida crua, refogada, em sucos, saladas e como ingrediente de diversas preparações culinárias. Normalmente, a folha é cortada em tiras finas, mas pode também ser rasgada; os talos devem ser fatiados. Refogada com alho, é o acompanhamento de um dos mais famosos pratos brasileiros, a feijoada. Na culinária caipira, é muito utilizada com o tutu de feijão, o feijão tropeiro e o angu de fubá. Quando crua, na forma de salada, combina bem com temperos à base de limão, azeite e cebolinha. Outros usos interessantes são como charuto, recheada de arroz e carne e como ingrediente do caldo verde e da farofa. Os sucos verdes geralmente são feitos com couve e também há outros sucos com combinações clássicas da hortaliça com limão, maçã, laranja, cenoura e abacaxi. É importante lembrar que para o consumo das folhas cruas são necessárias higienização e sanitização adequadas. Quando congelada, não se recomenda consumi-la crua, por conta da textura resultante do descongelamento; o ideal é descongelar direto no fogo na preparação culinária desejada.
Ingredientes:
Modo de preparo:
Tempo de preparo: até 1 hora
Número de porções: 2
Fontes:
ESALQ. Catálogo Brasileiro de hortaliças. Couve manteiga. (pg. 29). Disponível em: http://www.esalq.usp.br/cprural/flipbook/pb/pb48/assets/basic-html/page29.html
Lana, M. M.; Tavares, S. A. 50 Hortaliças: como comprar, conservar e consumir. Embrapa Informação Tecnológica. 2. ed. rev: Brasília, DF; 2010. 209 p.
Lobo. R. Crepe verde de couve com queijo. Panelinha. Disponível em: https://www.panelinha.com.br/receita/crepe-verde-couve-queijo Moraes, F. P. Alimentos funcionais e nutracêuticos: definições, legislação e benefícios à saúde. Revista eletrônica de farmácia, v. 3, n. 2; 2006.
A Horta da Faculdade de Saúde Pública da USP, é um espaço-laboratório ao ar livre, que desde 2014, promove aulas práticas, mutirões, oficinas, compostagem de resíduos do refeitório e outras atividades educativas que juntam sustentabilidade e alimentação. Nela, pessoas da faculdade e visitantes cultivam alimentos a partir dos princípios agroecológicos em uma área de 450 m² com grande biodiversidade de plantas e insetos.
Já a Horta Nas Alturas cresce, enfeita, colore e perfuma o 17º andar do Sesc Avenida Paulista.
Autoria do texto: Projeto Horta Comunitária da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo – @hortafspusp – Iris Hunnicutt Bazilli, Letícia Santos de Godoi, Raquel Nunes Silva, Samantha Marques Vasconcelos Bonfim e Cláudia Maria Bógus
Horário de Funcionamento:
Terça a sexta – 10h às 21h30 (com agendamento)
Sábados, domingos e feriados – 10h às 18h30 (com agendamento)
Os ingressos são disponibilizados às sextas, às 12h, via aplicativo Credencial Sesc SP ou pelo sescsp.org.br/avpaulista (somente pelo computador) e permanecerão disponíveis enquanto houver vagas.
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