Tá no hype falar de HIV?

23/11/2022

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O 1º de dezembro é o Dia Internacional de Luta Contra a Aids. Mas ainda tá no hype falar de HIV? Este é o assunto que vamos discutir com convidados aqui no Sesc Consolação nos dias 1 e 4/12, quinta-feira e domingo, em diversos horários. As atividades, voltadas principalmente para os jovens, acontecem no térreo e na sala Gama, no sétimo andar, e são gratuitas.

A programação faz parte da quinta edição do projeto Contato – Ações para a promoção da saúde sexual e prevenção de ISTs e Aids, que apresenta uma série de atividades educativas. A ideia é incentivar a discussão e reflexão de informações atualizadas, além de trocar experiências de vida e despertar a criação de outros imaginários, possibilitando a quebra dos estigmas e preconceitos que cercam o tema.

Aqui as ações Tá no hype falar de hiv? apostam na poesia, no slam e na ciência como estratégias para ampliar o acesso à informação sobre aids, hiv e outras ist’s. Confira os convidados e a programação completa a seguir!

Convidados

Participantes da programação do projeto Contato no Sesc Consolação

A Coletiva Slam das Minas SP, o apresentador Spartakus Santiago, o comunicador João Geraldo Netto e as escritoras Priscila Obaci e Marina Vergueiro participam das atividades nos dias 1 e 4/12.

SLAM DAS MINAS SP

Primeira batalha poética com recorte de gênero de São Paulo, que atua com literatura em diversas linguagens, explorando as construções possíveis através das palavras. Propondo reconstruir conceitos e derrubar estereótipos e receitas de padronização.

SPARTAKUS SANTIAGO

Apresentador, criador de conteúdo e publicitário que ama cultura pop. Gay, negro e nordestino, busca usar a arte de forma política para transformar a cultura e educar. Mora em São Paulo, é formado em Comunicação Social – Publicidade pela UFF e em Direção de Arte pela Miami Ad School Rio/Nova York. Já trabalhou na Globo, Futura, GNT e Ogilvy NY. Atualmente é apresentador da MTV Brasil. Em 2020, foi selecionado pela Forbes como um dos 20 criadores negros mais inovadores do Brasil. Em 2022, foi um dos dois criadores brasileiros selecionados pela Adweek e Whalar para representar o país no Festival de Cannes. [por motivos de saúde Spartakus não participará dos encontros]

PRISCILA OBACI

É artista e educadora. Mãe de Melik Rudá e Bakari Mairê. Transita entre teatro, dança e poesia. Formada em Comunicação das Artes do Corpo e pós-graduanda em musicalização infantil. Professora da Dança Materna. Criadora de KISÂNSI – Consciência corporal para Mães – Bebês – Pais. Integrante do núcleo Black Babywearing Brasil – Carregar Preto. Autora de Poesias Pós-Parto (2020 – Oralituras) e a Calimba e Flauta em coautoria com Allan da Rosa. (2012 – Edições Toró). Ela considera que é uma honra falar sobre HIV na perspectiva de luta e não de luto. “Tenho 38 anos, sou mãe de 2. Descobri a minha sorologia há cinco anos, no pré-natal do meu segundo filho. Soube do resultado na primeira consulta com a obstetra. Tive muito apoio das pessoas que estavam comigo. Minha mãe, meus amigos, isso foi de extrema importância.”

MARINA VERGUEIRO

É cineasta, poeta e ativista pela saúde afetiva e sexual das mulheres. Com poemas publicados em várias antologias de veladas em São Paulo, em 2020 lançou “Exposta”, seu primeiro livro de poesia que aborda questões relacionadas com a afetividade, a gordofobia e o feminismo. Vive com HIV desde 2012 e conduz o programa de entrevistas “Senta Aqui” na Agência de Notícias da AIDS. Em 2022, dirigiu “Cartas Pra Mim”, seu primeiro curta-metragem.

JOÃO GERALDO NETTO

João traz em sua bagagem informação científica e experiência pessoal, considerando sua vivência com o HIV e seu trabalho na área técnica do Ministério da Saúde focada no desenvolvimento de políticas públicas relacionadas ao HIV/Aids e no seu canal do YouTube “Super Indetectável” – o maior canal brasileiro sobre o tema, focado em ciência do HIV (e outras IST’s) e sexualidades. Ações realizadas no Ministério da Saúde: Curso de Jovens Lideranças; Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas; Aplicativo Viva Bem; Eventos internacionais como as Conferências Internacionais de Aids na Austrália, Holanda e Canadá, assim como eventos nos Estados Unidos, México e Irlanda; Manual do Cuidado Contínuo; Campanhas nacionais de HIV, principalmente para o Dezembro Vermelho e Carnaval, além das campanhas específicas para populações mais afetadas pelo vírus causador da Aids.

Nas apresentações e oficinas de slam, as meninas do Slam das Minas, que atuam com literatura em diversas linguagens, exploram as construções possíveis com as palavras. Também com as palavras, mas no bate-papo, Spartakus media duas conversas – uma em cada dia -, com João, Priscila e Marina.

As conversas prometem ampliar o acesso à informação sobre Aids e outras ISTs e a discussão sobre diversidade, saúde pública, ética e direitos humanos.

A Aids e as ISTs entre os jovens

Precisamos falar menos de sexo e mais sobre sexualidade

Marina Vergueiro

Perguntamos para os participantes o que eles achavam das atuais estatísticas sobre ISTs e HIV entre os mais jovens. E também que ações poderiam mudar esses números.

“As novas gerações não viram a devastação da Aids nos anos 90 e se criou uma ideia de que a doença está muito distante, quando na verdade basta ter uma vida sexualmente ativa para estar em risco. Precisamos falar menos de sexo e mais sobre sexualidade e práticas, sem moralismo, pois a prevenção combinada é uma verdadeira revolução nas nossas vidas sexuais e ainda por cima oferecida gratuitamente pelo SUS. A camisinha externa (ou masculina) não é a única maneira de se proteger de ISTs, mas uma das várias opções que temos, como a camisinha interna (feminina), a Prep, a Pep, lubrificante e, principalmente, teste de HIV e muito diálogo.” Marina Vergueiro

“Concordo com tudo que a Marina colocou em sua resposta. E acredito que seria muito importante que a saúde tivesse um diálogo aberto com arte e a cultura, visto que movimentos como o funk, por exemplo, mobilizam a juventude e criam pensamentos e comportamentos sobre sexualidade. Seria uma ponte perfeita.” Priscila Obaci

João Netto (Foto: arquivo pessoal/divulgação)

“Assim como a ONG Act Up disse no início da pandemia de Aids, “Silêncio = Morte”. E isso tem se mostrado nos novos casos de HIV no Brasil: a maioria, concentrada entre jovens. À medida em que falamos menos, vemos os números crescerem. E crescem de forma desproporcional entre certas populações que são, de formas distintas, vítimas de diferentes tipos de discriminação. São jovens, mas são LGBTs, negros, pobres… E qualquer ação que queira de fato contribuir para o fim da aids, deve estar focado nessas populações.” João Netto

Conheça a programação

Os encontros gratuitos foram divididos em dois dias e todos podem participar. As inscrições podem ser feitas no local, 30 minutos antes do início.  

1/12 – 15h e 16h30

Construções possíveis através do slam

Com a Coletiva Slam das Minas SP

Oficina de escrita e slam, com a sequente roda de conversa, serão as estratégias especialmente direcionadas ao público jovem inscrito em cursos do Sesc Consolação e também jovens que participam de outros projetos do território, para mobilizar a reflexão e aprofundar no conhecimento a respeito do HIV, da Aids e de outras ISTs – infecções sexualmente transmissíveis.

A oficina de escrita e slam com a Coletiva Slam das Minas SP partirá de algumas perguntais iniciais para pensar nos temas propostos: O que é poesia? O cabe em um poema? A quem cabe escrevê-lo? De onde vem e para que serve o poema? Essas serão, então, algumas questões norteadoras desse encontro com jovens, com o intuito de provocar algumas reflexões importantes na busca do eu, poeta, diante de importantes e relevantes temas na discussão sobre diversidade, saúde pública, ética e direitos humanos.


1/12 – 15h30

Poesia, ciência e as infos mais atualizadas

Mediação do apresentador Spartakus Santiago; e como convidades, a poeta Priscila Obaci, multiartista e educadora, matrigestora de Xirezinho e Kisânsi, vive com hiv desde 2017; e o influenciador João Netto, do canal Super Indetectável

Nessa roda de conversa, profissionais e artistas convidarão o público a se aproximar e se aprofundar no conhecimento sobre o HIV e a Aids através da poesia e da ciência. Personalidades que se fazem presentes na sociedade por meio de seus trabalhos em redes sociais, mobilizando conhecimento e reflexão social, irão compor um caldeirão de boas perguntas e possíveis respostas em um bate-papo com o público participante.


4/12 – 14h

Apresentação de Slam

Com a Coletiva Slam das minas SP

Ainda hoje nos percebemos, enquanto sociedade, evitando conversas sobre HIV e Aids. Mesmo em nossa família ou com a turma mais próxima de amigues, nem sempre parece haver espaço para esses temas, tido como difíceis e complexos. A arte pode ser estratégia para criar espaços de encontro. O slam, batalha de poesia falada, abrirá nossa roda para uma conversa potente e informativa sobre HIV e Aids.

Após a apresentação, a Coletiva abre passagem para a abertura de uma Roda de conversa que pretende, sob as perspectivas da arte – especialmente pelo slam e pela poesia – e da ciência, trazer informações sobre a evolução do HIV e da Aids no Brasil e no mundo, evidenciando avanços científicos sobre métodos de prevenção e tratamento, e divulgando dados estatísticos sobre o avanço do HIV e da a Aids em diferentes grupos sociais – por exemplo, determinados grupos etários e de gênero.

Slam e ciência serão as estratégias para ampliar o acesso à informação sobre Aids e outras ISTs. O enorme avanço científico na prevenção e tratamento da Aids não encontra correspondência no trato social sobre a doença, com a sociedade ainda replicando estigmas sociais de décadas passadas devido à falta de informação que também alimenta preconceitos.


4/12 – 14h30

Poesia, ciência e as infos mais atualizadas

Com mediação do apresentador Spartakus Santiago; e como convidades, a poeta hiv+ Marina Vergueiro, diretora do curta “Cartas Pra Mim” e o influenciador HIV+ João Netto, do canal do Youtube “Super Indetectável”

Nessa roda de conversa, profissionais e artistas convidarão o público a se aproximar e se aprofundar no conhecimento sobre o HIV e a Aids através da poesia e da ciência. Personalidades que se fazem presentes na sociedade por meio de seus trabalhos em redes sociais, mobilizando conhecimento e reflexão social, irão compor um caldeirão de boas perguntas e possíveis respostas em um bate-papo com o público participante.


Tá no hype falar de HIV?

1/12, quinta-feira
15h às 17h30
Sala Gama (7º andar)

4/12, domingo
14h às 15h30
Convivência (térreo)

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