Muito se fala sobre a questão ambiental e a necessidade de repensar os modos de vida atuais, principalmente os modelos de produção e consumo, considerando as consequências para as gerações atuais e futuras na perspectiva da vida em comum. A situação hídrica de 2015 que afligiu o país, ou tragédias como as de Brumadinho e Mariana, com consequências que vão se alongar por muitos anos, são alguns exemplos que demonstram a urgência de se colocar em prática transformações socioambientais.
Será que devemos passar por situações de escassez e crise para começarmos a repensar sobre como nos relacionamos em sociedade e com o ambiente?
Desde 2014, o primeiro de agosto é marcado como o Dia da Sobrecarga da Terra, data em que a humanidade consome o estoque de recursos naturais para o ano inteiro, vivendo de “crédito” os meses restantes. A data é um alerta para se propor alternativas ao modelo atual.
Nesse contexto, várias pessoas estão mudando essa perspectiva de futuro, em nível local e regional. São coletivos, grupo de amigos, associações que buscam ter um modo de viver em que a relação de interdependência entre a natureza e a humanidade seja respeitada.
No intuito de evidenciar esses exemplos e, principalmente, inspirar outras pessoas, o Sesc SP mapeia, nas regiões próximas às suas Unidades, iniciativas socioambientais focadas na valorização da comunidade e no desenvolvimento local, sob a perspectiva da educação para sustentabilidade. Elas se apresentam de diferentes formas na programação do Sesc, seja em cursos, vivências, bate-papo, oficinas ou apresentações artísticas/culturais.
A simples existência dessas iniciativas é uma crítica ao seu contrário. Funcionam como uma espécie de antídoto ao insustentável. Ao invés da indiferença, a solidariedade; do ultra individualismo, o trabalho coletivo; do envenenamento dos alimentos, a produção agroecológica e agroflorestal; contra o pensamento único, os valores da democracia, o respeito à diversidade e à pluralidade de pensamentos.
Ter atitudes como adquirir alimentos produzidos por cooperativas que utilizam técnicas agroecológicas; repensar o hábito de consumo, preferindo produtos e embalagens biodegradáveis ou reutilizáveis; juntar seus vizinhos para cuidar de uma praça ou criar uma horta; ou até mesmo ensinar às crianças a importância da natureza. “Uma andorinha só não faz verão”, mas se cada um entender o seu papel e se os esforços somarem-se, a transformação em direção à sociedade sustentável pode sair das boas intenções. Trazer essas iniciativas para o debate inspira as pessoase renova as esperanças de que há alternativas.
Esse é o tema do Ideias e Ações para Um Novo Tempo de 2019, “Modos de Viver Sustentável”, reforçando a necessidade de mudanças de pensamento e ação coletivos. Em junho, vocês são convidados a conhecer e participar de ações socioeducativas que apresentam outras formas de viver, pautadas pela sustentabilidade e pela cidadania.
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