Você já imaginou como seria usar o transporte público sem placas indicativas, mapas, setas e outros recursos visuais? Como iria saber qual linha pegar até o metrô Belém, por exemplo? E como saberia indicar em qual estação está no momento? É aí que entra a Infoestética para facilitar o entendimento das informações.
No início da revolução industrial, lá no século XVIII, o trem surgiu como uma novidade prática e inovadora para ir de um ponto a outro da cidade. Mas você já imaginou a loucura que seria usar esse novo meio de transporte sem representações estéticas? A viagem poderia se tornar um caos!
Foi justamente pensando na simplificação interpretativa do mapa que, em 1931, o desenhista inglês Harry Beck desenvolveu o primeiro modelo de mapa do metrô sem escala em Londres, inspirado nos diagramas elétricos da época. Esse mapa é um dos principais exemplos práticos da Infoestética: as informações, inicialmente de difícil compreensão, ganharam uma representação gráfica que facilitou a forma como as pessoas as entenderiam.
Talvez você já tenha reparado que na legenda do mapa dos trens e metrôs há a informação de que ele também não possui escala, certo? Essa linguagem é uma herança direta de Beck, que hoje serve de modelo para diversos países.
Graças a seu modelo, Harry Beck se tornou uma das referências em design gráfico
Um novo olhar sobre a informação
Para que possamos entender a origem da Infoestética, precisamos passar por alguns conceitos de comportamento na sociedade. Um deles é uma nova forma de agir que surgiu a partir da revolução industrial, chamada Sociedade Industrial. Esse comportamento estava ligado, dentre outras coisas, a como as pessoas enxergavam a beleza e a importância dos aspectos sociais. O próprio trem, o carro e características arquitetônicas são alguns dos símbolos estéticos que revolucionaram os conceitos da época.
Mas foi a partir da segunda metade do século XX que as TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação) começaram a dar uma nova perspectiva para as pessoas, e aspectos intangíveis começaram a ter mais influência sobre elas: dados, frequências radiofônicas, os poderes de persuasão da publicidade, a força dos jornais, e, mais à frente, o computador e a própria internet. É neste cenário que nasce a Sociedade da Informação.
Se na sociedade industrial o carro era um dos exemplos de beleza, o que a sociedade da informação pode reconhecer como belo?
Com esse questionamento, o pesquisador russo Lev Manovich desenvolveu um trabalho que procura entender a beleza na informação, chamado por ele de “Infoestética”, dando origem a seu livro “Info-Aesthetics”.
Mas o que é infoestética?
Agora que sabe sobre a importância das representações gráficas nos trens e metrôs, sobre a sociedade industrial e da informação, você está pronto para entender de fato o que é a Infoestética!
Esse é um termo que se refere a como a sociedade da informação transforma informações e dados em representações visuais. Os mapas dos trens e metrôs, os memes nas redes sociais, os sites como o Portal do Sesc, placas de trânsito e de segurança estão ligados a Infoestética.
Para que você entenda melhor, o vídeo a seguir explica esse conceito com uma das atividades que o Sesc Belenzinho irá realizar durante o FestA! – Festival de Aprender 2019.
Infoestética no FestA!
Ficou curioso? Então se prepara, porque a terceira edição do FestA! – Festival de Aprender está chegando nas unidades do Sesc na capital, no interior e no litoral de São Paulo, entre os dias 15 e 24 de março. Serão mais de 500 atividades gratuitas entre oficinas, cursos, ateliês para famílias, bate-papos, feiras e demonstrações em arte e tecnologia.
O Sesc Belenzinho vai realizar 19 atividades que estimulam o fazer artístico com o tema “Infoestética: entendeu ou quer que eu desenhe?”, onde você pode entender com a mão na massa o que é e como funciona a Infoestética!
Imersão 3D, Música Cósmica, Oficina de Memes e Batalha de Poesia Visual são algumas das atividades que você vai encontrar. Confira toda a programação clicando aqui.
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