Sarau dos Refugiados | Foto: Matheus Jose Maria
Com o intuito de promover uma reflexão sobre os desafios da integração de imigrantes e de pessoas em situação de refúgio em novos territórios, mais especificamente no Brasil, e de apresentar a diversidade da produção cultural deste público, o Sesc São Paulo realiza uma edição especial do Culturas em Trânsito: Refúgio e Migração. A ação faz parte do programa Refúgio e Migração, voltado e protagonizado para e por imigrantes e pessoas em situação de refúgio desde 1995.
Atividades inéditas e educativas compõem a programação disponível nos canais digitais do Sesc SP e de suas unidades até o dia 19 de julho, em razão do Dia Mundial do Refugiado – data que reforça a conscientização sobre os imigrantes e as pessoas em situação de refúgio.
O público poderá acompanhar produções artísticas, debates, oficinas e histórias, entre outras atrações, que têm o objetivo de acolher para transformar, contribuir para a autonomia dos participantes, apaziguar as vulnerabilidades do deslocamento forçado e colaborar para a desconstrução da xenofobia e para a compreensão da situação de refúgio no Brasil.
Para além da efeméride, o Sesc também promove uma integração inclusiva da pessoa em trânsito e na qual imigrantes e refugiados tenham protagonismo. Assim, em 2020, formalizou, junto à ACNUR (Agência da ONU para Refugiados), por meio de um Termo de Cooperação, uma parceria construída desde 1995, em que as entidades vêm articulando ações pela garantia dos direitos das pessoas refugiadas de diferentes formas: facilitando o acesso às atividades culturais, artísticas, esportivas e de lazer nas Unidades do Sesc SP; incentivando apresentações artísticas e debates virtuais e apoiando campanhas.
Além disso, com empenho de Dom Paulo Evaristo Arns, desde 1995, uma parceria entre o Sesc e a Cáritas Arquidiocesana de São Paulo realiza cursos de português, uma vez que a língua é um recurso importante para criar meios de vida durante a transição, sendo por vezes uma barreira na integração.
Destaque ainda para a ação Refúgios Humanos, um curso desenvolvido e protagonizado por pessoas em situação de refúgio e por agentes que atuam nesse campo, elaborado pelo Sesc para ampliar o repertório de professores para o tema. Realizado desde 2016, o curso foi o ponto disparativo para o registro do Acordo de Cooperação junto ao Núcleo Étnico-Racial (NEER) da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, em 2020.
Outra frente de articulação para mitigar os efeitos da vulnerabilidade agravados pela pandemia foi a inclusão de pessoas em situação de refúgio e migração, participantes do programa, entre os grupos atendidos pelo Mesa Brasil Sesc São Paulo, que há 26 anos se dedica a coletar, selecionar, transportar e distribuir alimentos, conectando doadores a instituições sociais cadastradas.
Confira a seguir as atividades que você poderá acompanhar.
O Refúgio pelas Lentes do Cinema
O cinema, por sua capacidade de contar histórias com múltiplos recursos, permite uma aproximação em camadas com o tema do refúgio. Neste ano, com o agravamento da pandemia, temas como xenofobia, discriminação e integração das pessoas em migração forçada frente à proteção social são os principais temas encontrados nos filmes.
A série Cinema #EmCasaComSesc exibe Los Silencios (Dir: Beatriz Seigner, BRA, 2019). No filme, Nuria, Fabio e sua mãe, Amparo, chegam a uma ilha desconhecida na fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru. Fugindo dos conflitos armados na Colômbia, eles descobrem que o pai, supostamente morto num deslizamento de terra causado por uma mineradora, se esconde na casa onde vivem.
Disponível entre 20 de junho e 19 de julho em sescsp.org.br/cinemaemcasa
Histórias de Refúgio e Migração
Com Yolimar Josefina, Junia Larosse, Salim Hassam, Renee Abegail, Dylines del Carmen, Kosy Yaira Kodzode, Diamou Fallou Diop, Carlos Ernesto, Hesouwe Soh Tchao e Lara Lopes
Neste painel, pessoas em situação de refúgio e imigrantes residentes no Brasil contam suas histórias de vida, os acontecimentos e as situações que os obrigaram a deixar seus países de origem. A série apresenta relatos de desafios e memórias afetivas de refugiados e imigrantes do Haiti, Guiana Inglesa, Palestina, Peru, Togo, Senegal e Venezuela, permeadas por intervenções artísticas.
Disponível no canal do YouTube do Sesc São Paulo.
Interpretação Comunitária: Mediação Linguística e Cultural
O ciclo de palestras tem o objetivo de divulgar uma área de pesquisa relativamente recente: a Interpretação Comunitária. Diferente da Interpretação de Conferências, tal área multidisciplinar serve à mediação linguística e cultural de pessoas que não falam a língua oficial do país (imigrantes, povos indígenas, surdos, pessoas em situação de refúgio) a terem acesso aos serviços públicos. Para terem seus direitos linguísticos e de acesso aos serviços, é necessário que haja mediação entre usuários e prestadores de serviço. Os palestrantes abordarão os diferentes contextos em que esse tipo de mediação acontece, os públicos que utilizam a Interpretação Comunitária e as perspectivas para a área e a construção de políticas públicas mais inclusivas.
10/6 – Interpretação Comunitária, Multilinguismo e Direitos Humanos – Com Daniella Avelaneda Origuela
17/6 – Saúde e atendimento inclusivo – Com Veronica Quispe Yujra e Patricia Gimenez
24/6 – Judiciário e atendimento para migrantes – Com Lucia dos Santos e Felipe Benjamin
1/7 – Serviços públicos para surdos e indígenas – Com Vinicius Nascimento e Beatriz de Oliveira
8/7 – Políticas públicas e linguísticas e perspectivas para o campo – Com Sabine Gorowitz e Jael SaneraSinages
Inscrições e informações no site do Centro de Pesquisa e formação do Sesc.
Integração e Refúgio em Tempos de Pandemia
Com: Ngalula Lorenzo Freddy, Francis Irina Salazar Arevalo, Cleyton Soares Abreu e Cristianne Lameirinha
Os deslocamentos forçados têm aumentado exponencialmente na última década. O contexto da pandemia trouxe desafios adicionais a este cenário, dificultando os registros desses processos e a proteção social que promove o acesso a direitos e à integração. Quais são os maiores desafios e quais as estratégias que têm sido adotadas nesse sentido é o tema desse debate que homenageia o Dia Mundial do Refugiado.
19/6, sábado, às 16h
Pela série Ideias no canal do YouTube do Sesc São Paulo.
Lalaí – Canções de Ninar e Brincadeiras Cantadas no Mundo
A musicista Renata Mattar (Brasil) uniu-se às cantoras Mah Mooni (Irã), Oula AlSaghir (Palestina) e Mariama Camará (Guiné) para propor uma vivência de compartilhamento de cantigas de ninar e brincadeiras cantadas de cinco países (Turquia, além dos citados). As brincadeiras convidam o público a participar com voz, gestos e ritmos, proporcionando interatividade e momentos emocionantes de trocas culturais.
12/6, sábado, das 16h às 17h30
Inscrições e informações em inscricoes.sescsp.org.br
Canções de Acalanto – Refúgios
Esta série com cinco gravações em áudio traz canções de acalanto que carregam memórias afetivas de pessoas refugiadas no Brasil. Em cada episódio, uma pessoa refugiada ou migrante se apresenta, conta sua história com a canção escolhida e a canta. Um músico faz as bases sonoras para as canções e uma artista visual faz uma colagem como retrato de cada convidado que será capa de cada episódio do podcast.
Disponível entre 16 e 20/6
Nos canais do YouTube do Sesc Rio Preto e Sesc Santo Amaro
As Infâncias Refugiadas – Agregador de conteúdo digital sobre Infâncias e Refúgio
Deborah Grajzer e Josiane Veronese traçam um panorama e apresentam os desafios das crianças no contexto de refúgio no Brasil e no mundo etc.
Disponível a partir de 18/6 no Portal Sesc SP
Clube do Conto apresenta: Na tia Xica, de Mwana N’gola
Com Mwana N’gola, poeta, escritora e ativista cultural, e mediação de Ana Carla Ribeiro, animadora cultural do Sesc Vila Mariana
A proposta do Clube é a conversa entre o escritor e o público, com o objetivo de trocarem suas impressões, falarem sobre processos criativos e desvendarem um dos tipos de prosa pouco discutidos: o conto. Nesta edição, realizada pelo Sesc Carmo, a escritora angolana trará “Na tia Xica”, um conto que remete a comunhão familiar entre primos, tios e avôs num espaço que se caracteriza como tradição sociocultural no âmbito das culturas africanas.
Mwana é mulher da palavra, poeta, escritora e ativista cultural. Faz parte da plataforma Afrikanse que congrega artistas afro-brasileiros e africanos residentes no Brasil. É uma das idealizadoras da Semana d’Afrika na Universidade Federal de Santa Catarina, semana de divulgação da arte e cultura de matriz africana na cidade de Florianópolis.
Dia 24/6, quinta, das 19h às 20h30
Inscrições online de 17/06 a 23/06 em inscricoes.sescsp.org.br
Invisível Mundo Brasil – uma carta para pessoas refugiadas
Uma família em deslocamento, sua união, suas tristezas, mas, principalmente, o que move suas vidas: a alegria e a música. O coletivo Rec apresenta, em vídeo, uma história para refletir sobre refúgio, solidariedade, respeito e afeto, num Brasil que nem sempre enxergamos.
20/6, domingo, 19h
No canal do YouTube do Sesc Piracicaba
Articulando Utopias
Articular utopias é buscar bases comuns de atuação. Refletir de forma integrada sobre as diversas desigualdades que dividem e hierarquizam grupos. Como os diversos movimentos que lutam por direitos podem atuar de forma mais integrada e sustentável? Em junho, o projeto articula as temáticas Refúgio e Migração e Meio Ambiente.
Reuniões da comissão organizadora dia 5/6, às 10h, e 13/6, às 16h
Informações pelo e-mail: articulancoutopias.piracicaba@sescsp.org.br
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