Introdução alimentar complementar, uma jornada de descobertas

18/07/2024

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A partir dos 6 meses de vida do bebê, a introdução complementar de novos alimentos pode ser iniciada. Esse é o momento oportuno para apresentar, por meio da alimentação, sabores, texturas e aromas.

No entanto, mesmo com o acréscimo de novos alimentos, a amamentação deve ser mantida sempre que for possível. “Ela deve continuar até 2 anos ou mais, pois é a base para uma introdução alimentar plena”, orienta a nutricionista Karine Durães. Como em outros temas ligados à primeiríssima infância, é preciso ter calma e paciência. O bebê de 6 meses, afinal, ainda é um iniciante no mundo do comer.

Embora os 6 meses sejam um marco temporal para começar a introdução alimentar de novos alimentos, é preciso observar se o bebê já está pronto. Os principais sinais são a sustentação do pescoço e do tronco. “Antes de iniciar a oferta de alimentos, é fundamental verificar se a criança apresenta prontidão para comer”, afirma a nutricionista Maria Luiza Petty.

No caso de o corpo do bebê já indicar que ele está pronto para iniciar esse processo, é valioso observar os sinais de fome e saciedade, que variam de acordo com a idade. Ao percebêlos, a pessoa cuidadora deve responder de forma “ativa, carinhosa e respeitosa”, como orienta o Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos (Ministério da Saúde), oferecendo o alimento quando o bebê demonstrar sentir fome e parando quando demonstrar que está satisfeito a partir das suas diversas formas de expressão.

Variedade importa: um bebê que aprende a comer uma diversidade de frutas, verduras, legumes, feijões, entre outros alimentos in natura e minimamente processados, tem maiores chances de se tornar um adulto consciente e autônomo para boas escolhas alimentares.

“Também é fundamental ofertar os alimentos separadamente – e não batidos, todos misturados – para que já possa aprender os diferentes sabores do que estão comendo”, ensina Maria Luiza. O sal deve ser usado em quantidades muito pequenas. “Em relação ao suco de frutas é preferível sempre oferecer as frutas in natura em vez dos sucos”, orienta Maria Luiza.

Alimentos ultraprocessados (formulações industriais fabricadas a partir de diversas técnicas de processamento e ingredientes) não devem ser oferecidos aos bebês, como os biscoitos, refrigerantes, salgadinhos “de pacote”, sucos adoçados. Como também não devem ser ofertados doces, peixes e carnes cruas, pois são alimentos que podem ser prejudiciais à saúde nessa faixa etária.

Toda a família deve ser envolvida com a alimentação do bebê, apoiando na escolha dos alimentos, no preparo do cardápio e interagindo durante as refeições. Como ensina o Guia, alimentar um bebê é uma tarefa coletiva e deve ser compartilhada por todos os integrantes da família. É um momento de “aprendizagem para todos”.

O ato de se alimentar tem muitos significados, por isso a comensalidade, o comer junto, é tão importante também nessa fase. A família pode sentar-se à mesa, com o bebê, conversar, elogiar a comida, provar os alimentos e incentivar sempre o bebê a entender esse momento como uma oportunidade de embarcar conjuntamente nas ricas descobertas da alimentação.

O ambiente familiar é um espaço para promoção da alimentação adequada e saudável. Relações de afeto fortalecem vínculos e propiciam segurança nessa fase de grandes aprendizados, que repercutirão por toda a vida.

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