Por mais de 15 meses nos reunimos no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo, entre discussões e diálogos, a partir de releituras e novas elaborações, pesquisas recentes e reflexões sobre pensamentos e práticas sobre o lazer, o tempo livre e ócio em suas possibilidades atuais, reflexos de nossa sociedade regida por Chronos e sua funcionalidade voltada para uma efetividade pautada nos ditames da hipermodernidade, tecnologizada,
automatizada, digital, rápida e eficaz.
No paradoxo, observou-se, a partir do dialogado nos referidos encontros, que em meio a toda parafernália que envolve o discurso da eficiência e do produtivismo no trabalho, sob a égide cronológica, está a persistência na busca de um tempo verdadeiramente livre, no qual se pode usufruir a experiência de estar integrado ao natural da vida, impressa em si mesmo.
Persiste o sonho de um ambiente de trabalho com foco na vida, pois para que o trabalho aconteça bem-feito e efetivo, é necessário o tempo de existência da vida em toda sua potência.
Revisitamos Adauto Novaes em seu Elogio à Preguiça, Paul Lafargue, Edmund Husserl, Domenico De Masi, Joffre Dumazedier e tantos outros que pensam e pensaram o lazer no Brasil. Claro que a cada momento vinha à tona a obra cotidiana que acontece em cada unidade do Sesc pelo Brasil, em seu fazer coletivo.
Sabe-se que nesta obra se valida em cada momento o pensamento e a prática sobre que ócios e lazeres residem no que se vive e no que se faz neste agora tão complexo.
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