Diante dos inúmeros desafios que a pandemia e o aprofundamento das crises social, econômica e climática trouxeram, somados ao desmonte das políticas públicas ligadas à Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (SSAN) ocorrido nos últimos anos, estamos presenciando o aumento da fome e da desnutrição no país. No âmbito econômico também vemos agricultoras, pequenos comércios e pequenos empreendimentos com dificuldades para se sustentar.
No município de São Paulo essa questão não é diferente, e muitas pessoas e comunidades estão cada vez mais vulneráveis em termos de segurança alimentar e nutricional. Ao mesmo tempo, é possível identificar uma multiplicidade de práticas agrícolas no contexto dessa agricultura urbana. São hortas cultivadas de forma isolada ou comunitária, para fins de autoconsumo, comercialização, pedagógicos e/ou ativistas na promoção da segurança e soberania alimentar. São sítios e empreendimentos agrícolas que atendem à subsistência, comercialização de alimentos, produção de plantas ornamentais, com produção de médio e pequeno porte. Há também fomento ao turismo de base comunitária, áreas reivindicadas para a reforma agrária, além da retomada das práticas de cultivo tradicional nas Terras Indígenas. A maior parte dessas atividades e produção agrícola se encontra hoje em áreas periféricas do município de São Paulo.
Entretanto, ao mesmo tempo em que a periferia produz alimento, existe uma grande dificuldade de fazer com que esse alimento chegue à mesa da população periférica, devido ao modelo centralizado de distribuição de alimentos, junto a outras desigualdades e gargalos. Frente a este cenário desafiador, iniciativas passam a surgir nesses territórios, com um objetivo comum: pensar e agir coletivamente buscando formas de contornar os desafios relacionados à distribuição de alimentos na quebrada.
Em 2021, o Sesc Interlagos realizou o “Laboratório Cidadão: desafios para distribuição de alimentos na quebrada”, na busca de promover a reflexão coletiva sobre os desafios e saberes que essas iniciativas têm para compartilhar, dentro do horizonte da democratização do acesso a uma alimentação saudável.
O Laboratório Cidadão contou com a Coletiva Orgânicas para Todes, que teve o papel de anfitriã, e com a SOF (Sempreviva Organização Feminista), como mediadora, ambas atuando como articuladoras e desenvolvedoras do processo, trabalhando de forma colaborativa. Os seis encontros aconteceram de forma virtual, entre agosto e setembro de 2021, e a partir deles foi elaborada a publicação “Desafios da distribuição de alimentos na quebrada: germinações a partir de um Laboratório Cidadão”.
Essa publicação foi elaborada com o intuito de democratizar o acesso aos conteúdos e às reflexões gestadas e compartilhadas durante os encontros. Nela você terá acesso à metodologia utilizada para o desenvolvimento do Laboratório Cidadão, assim como à sistematização do que nele foi discutido.
O material pode ser acessado AQUI, onde também é possível fazer o download.
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