Luiza Romão no Sesc Campinas: Arte, Literatura e Memória em Reflexão

11/02/2025

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A artista e escritora Luiza Romão apresenta espetáculo, oficina e curadoria literária no Sesc Campinas, explorando a memória, a resistência e a reinvenção das narrativas por meio da arte e da literatura. créd. Cristina Maranhão

Por meio da arte e da literatura, criamos pontes entre o passado e o presente para refletir sobre as possibilidades de significados que existem entre as culturas existentes. Em fevereiro, o Sesc Campinas recebe a artista e escritora, Luiza Romão, para apresentar o espetáculo Também Guardamos Pedras Aqui, além de ministrar a oficina “As meninas”: escrever poemas a partir de quem nos inspira. Ambas as atividades complementam a curadoria literária proposta por Romão no projeto Na Estante e exemplificam a capacidade de resgatar e re-imaginar histórias, explorando formas as formas de expressão da escrita e da performance.

As meninas escrever poemas a partir de quem nos - foto Luiza Sigulem (11) (1)
créd. Luiza Sigulem

A começar pela curadoria literária, que parte dos catataus — livros longos e densos que exigem tempo e dedicação — a artista convida os leitores para o processo de imersão literária e criativa, mergulhando obras complexas que exploram a profundidade do pensamento e da experiência humana. Obras como Detetive Selvagens, Grande Sertão Veredas e Pool Vuh, apresentam diversidades de épocas e nacionalidades, bem como a de gêneros literários, refletindo uma busca pela pluralidade de vozes e histórias que entrelaçam o passado, o presente, os mitos e as realidades.

Ao ministrar a oficina, Romão propõe uma imersão criativa a partir da observação e da inspiração de figuras artísticas, partindo do quadro As Meninas, de Velázquez. Com o foco na desconstrução das formas tradicionais de escrita e na experimentação de novas linguagens, o trabalho da palavra, unido ao trabalho do corpo, permite com que os participantes criem poesias a partir de disparadores performáticos, refletindo sobre temas de resistências e memória.

Para fechar a programação, o espetáculo propõe revisitar o passado pela cena. A dramaturgia traz figuras esquecidas da mitologia de Tróia, ao mesmo tempo que projeta essas histórias para o contexto atual, refletindo sobre os conflitos e resistências da contemporaneidade. Partindo do spoken word (palavra falada), o espetáculo não se limita ao tradicional, trazendo questionamentos e com o propósito de ressiginificar o que é entendido como clássico, buscando conexão com as urgências do presente.

Ao ter contato com todas as formas de expressão apresentadas, seja pela escrita, pela perfomance ou pela leitura, o público será imerso na exploração do tempo, da memória e da transformação. Aqui, o passado é revisitado e o presente é reimaginado, sempre com um olhar atento e sensível à complexidade humana. Seja criando, interpretando ou lendo, a participação nessas atividades é uma forma de explorar as profundezas da arte e da literatura, convidando-nos a refletir sobre o tempo, a resistência e as múltiplas vozes que constroem o mundo.

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